VERDADES AMARGAS E DESAFIOS CONSTRANGEDORES

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A POUCA ILUMINAÇÃO QUE HAVIA NA SALA VINHA DOS RESQUÍCIOS DE LUZ DO DIA NO LADO DE FORA, mas em cerca de menos de meia hora, a noite chegaria e a escuridão seria total.

Do outro lado das paredes que os rodeavam, a chuva caía incansavelmente e, através das grandes janelas, podiam ver as árvores ao longo da rua balançando devido a força do vento.

Um clarão preencheu a sala de estar da residência Uchiha, seguido de um estrondo ainda mais alto do que os anteriores, que arrancou um grito esganiçado de Ino.


Ela tinha os grandes olhos verdes fixos na janela.

— Eu não acho que seja uma boa ideia. — A voz de Sasuke era branda, e apesar do rosto dele se manter indiferente, a Haruno podia notar que havia preocupação em seu tom.

No entanto, ela acreditava veemente que o melhor a se fazer era enfrentar o temporal por alguns segundos, apenas o suficiente para percorrer os poucos metros que levavam até sua casa.

— 'Tá tudo bem, eu moro aqui do lado — a garota insistiu ao dar de ombros.

Para ela, era tão óbvio que fosse para casa, já que era tão... perto. Porém, a tempestade parecia aumentar a cada segundo, e a força dos ventos era suficiente para produzir um zumbido.

Sakura encarava a casa ao lado, que agora parecia estar mais distante do que realmente era.

— O Sasuke tem razão — Obito se manifestou, atraindo os olhos dela para si. — Nós não sabemos a dimensão do que está acontecendo, não é prudente sair. O melhor a fazer, é ficarmos todos aqui até que a chuva amenize e a energia volte.

A Haruno suspirou.

O Uchiha tinha razão. Mas havia uma voz em seu interior que gritava para que ela não desse ouvidos a ele e fosse correndo para sua casa, talvez seu inconsciente soubesse que era melhor enfrentar uma tempestade lá fora do que a que poderia se formar a qualquer momento do lado de dentro.

— De qualquer forma — a voz rouca de Sasuke atingiu seus ouvidos outra vez —, seus pais não estão em casa, e não é seguro você ficar sozinha no meio de uma tempestade em uma casa sem luz.

Ele tinha razão, e Sakura não tinha argumentos para rebater. Ela apenas assentiu em silencio, dando aquele assunto por encerrado.

Outro clarão se fez presente, iluminando a sala por uma fração de segundo. Com dificuldade, a Haruno buscou pelo rosto da Yamanaka entre todos os outros ali presentes, apenas para constatar o que já imaginava: a loira tinha uma expressão levemente amedrontada.

A essa altura, quase não havia iluminação na sala. Se não fosse por Sasuke, que pegou seu celular no bolso do jeans que estava vestindo e ligou a lanterna, estariam todos em uma total e completa escuridão.

— Obito, acho que tem algumas velas e lanternas na cozinha.

— Ei, pequeno Uchiha — o dono da voz desdenhosa e sarcástica era Hidan, que não fazia questão de esconder seu descontentamento em relação ao moreno. Descontentamento esse, que Sakura julgou ser recíproco, ao julgar pelos lábios crispados de Sasuke, que ela pôde ver mesmo com a péssima iluminação —, por que nós precisaríamos de velas se temos os nossos celulares?

A Haruno viu o Uchiha comprimir ainda mais os lábios antes de responder amargo.

— Porque a não ser que o seu celular tenha algum tipo de bateria mágica que nunca acaba — a voz dele era puro sarcasmo —, não é inteligente gastarmos as baterias dos nossos celulares dessa forma. Caso você não tenha notado, estamos no meio de uma tempestade, e nem ao menos sabemos o que está acontecendo lá fora, ou por quanto tempo ficaremos aqui sem energia — ele explicava como se estivesse alfabetizando uma criança no jardim de infância. — Os celulares podem ser úteis em caso de uma emergência.

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2023 ⏰

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