CRIMINALS #2: Roleta Russa | Jikook.

[Final] Epílogo

Antes de começarmos, quero falar seriamente com vocês.

Esse final me custou um dia inteiro para ser escrito. Tive dores nas costas, de cabeça, nos dedos, e depois ainda gastei algum tempo relendo os capítulos para entregar o melhor para vocês. Pessoal, eu escrevi CRIMINALS #2 em menos de um ano, a história tem 508 páginas no total, tudo porque quis entregar ela completa o mais rápido possível. Virei noites, literalmente, escrevendo para isso acontecer. Dos quase 300 leitores que já leram o capítulo [28], 10 estão comentando. Estou me sentindo menosprezado porque vocês já fizeram mais. Durante esse ano, tentei me desvincular de números, mas, poxa, para o final, pensei que faríamos um último esforço!

VALORIZEM seus escritores que passam horas escrevendo e postando para vocês. Durante esse ano, não falhei nenhuma vez com horário ou dia de atualização! Já atualizei em supermercado, em hospital, em lanchonete, tudo para não faltar com nosso compromisso. Agora sinto que estão faltando comigo!

Eu estava ansioso para começar a postar CRIMINALS #3, mas isso me desestimulou. Estou sendo sincero. Sendo assim, não vou anunciar a data de lançamento de CR3 nesse epílogo. Depois farei um post apenas para anunciar a data, certo?

Tenham uma boa leitura!

Epílogo,

[Três meses depois]

Era noite.

As árvores farfalhavam ao vento, preenchendo o bosque onde havia um suntuoso chalé nos arredores do interior parisiense. Não passava das onze da noite. O vento, além de balançar a copa das árvores, ricocheteava nas janelas vítreas e atravessada a fresta das portas, preenchendo o interior dos cômodos do primeiro andar com ruídos fantasmagóricos.

Sentado em uma poltrona de frente para uma grande parede vidrada em seu escritório improvisado, estava Enzo, lendo uma matéria antiga sobre Vlad Sierra. Ao seu lado, sobre uma mesinha de canto, estavam algumas pilhas com jornais alegando alguns casos infames relacionados ou com envolvimento direto dos Six Crowlers. Todos já haviam passado pela vista minuciosa de Salvatore, que buscava traçar os principais crimes da máfia inimiga e, assim, criar um caso forte o suficiente para entregar à polícia anonimamente.

Agora que estava afastado, e foragido, dos Salvatore, seus recursos eram escassos.

Ele esticou o braço, agora repleto de tatuagens que representavam momentos importantes de sua vida, e pegou um novo jornal, começando a ler um artigo datado de 2010.

No cômodo ao lado, a suíte principal, Billy dormia espalhado pela cama de casal, a blusa do pijama na metade do torso, o short quase escapando do quadril, o cabelo embaraçado espalhado pelo travesseiro. Uma bagunça. Tentou acompanhar Enzo em sua pesquisa no escritório, mas o sono lhe venceu inevitavelmente.

Mesmo apagado pelo cansaço, foi o único a escutar o barulho da campainha. Enzo, concentrado demais, deixou o som escapar de seus ouvidos atentos. Billy entreabriu os olhos e crispou os lábios, sentando-se na beirada da cama, então levantou-se e saiu do quarto, seguindo pelas escadas em direção ao segundo andar.

Estava tão atordoado de sono que sequer parou para pensar na hipótese de que seria perigoso atender ao chamado de alguém naquela hora – ainda mais que ninguém além dele e Enzo sabia onde estavam refugiados.

Não pensou nisso.

Descendo as escadas, seguiu até a sala, mas parou na metade do cômodo ao notar que a porta de ébano da entrada estava entreaberta e balançava conforme as pancadas de vento invadiam a casa. Pensou em chamar Enzo, mas seus olhos recaíram sobre uma pequena cesta disposta no batente da porta, o que a impedia de fechar completamente.

Depois percebeu que o barulho de lamúrias ecoava da cesta. Era um choro ínfimo e sutil fino, típico de...

— Não é possível — murmurou, correndo até a cesta, pegando-a com os dois braços.

Decidiu avançar pela porta em busca de quem quer que tenha deixado a cesta ali, mas não havia mais ninguém do lado de fora, somente a sombra das árvores e do muro longínquo que cercava a casa. Quem quer que tenha deixado aquela cesta ali, já estava bem longe.

Olhou para dentro da cesta e se arrepiou quando um par de olhos pretos como carvão o encarou de volta.

Era um bebê. Havia um recém-nascido ali.

Billy se viu gritando por Enzo, caindo no choro desesperado. Como alguém teve a coragem de deixar uma criança ali?

Não demorou para Enzo aparecer ao seu lado, mas diferente de Billy, encontrou algo preso na porta. Era um pedaço de papel amassado dobrado preso por um canivete ensanguentado. Sequer percebeu a criança dentro da cesta, pegou o papel e o leu mentalmente, o cenho se franzindo conforme digeriu cada uma das palavras escritas ali.

Ao final, caiu sentado no sofá próximo à porta, os olhos pretos perdidos.

— Enzo... — Billy soluçou, esticando a cesta em sua direção.

Enzo não aceitou a cesta, mas esticou o papel para Billy, que deu um jeito de pegá-lo com apenas uma mão. Então, Billy leu:

Se vocês receberam a cesta e estão lendo esse bilhete, significa que estou morta. Eu perdi uma Guerra que sequer percebi que estava acontecendo, fui pega no fogo cruzado entre meus interesses e os de meu pai.

Os Crowlers encontraram Los Hills. Esse é um aviso de que, nesse exato momento, o lugar que deveria ser nosso refúgio está em chamas. Eles destruíram tudo. Capturaram todos os homens. Eles tentaram roubar meu bebê. O bebê que sequer pensei estar carregando. Também foi uma surpresa para mim.

Por isso, peço que protejam meu filho e não deixem que nenhum Crowler maldito o tome.

Enzo, meu bom amigo, sei que você, dentre todos os homens que conheci, não gostaria de se ver sendo pai, ainda mais nesse momento, mas peço de coração para que cuide dele. Seja o pai que Blake nunca poderá ser. Se não, ajude Billy a ser.

Eu lutei com todas as minhas forças, mas não fui forte o suficiente.

Cuidem do meu filho, Daniel Esposito Salvatore.

Com muito amor e pesar no coração,

Valéria Esposito.

FIM 

Nos vemos nos agradecimentos! Eles saem ainda nessa semana 🕴️