P3 - Capítulo 33

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Visão de Damian. Passado...


— Você de novo? — questionou-me ela franzindo a testa. Após o almoço, fui até o colégio dela e fiquei na frente do portão esperando-a sair.

— Está livre? O que acha de darmos uma volta no shopping?

— Com você não vou a lugar algum. — disse-me, cruzando os braços, aborrecida.

— Lisa, sinto muito por ter comido toda a sua lasanha. Deixe-me compensá-la por isso. Compro o que você quiser!

— Não me chame assim! — reclamou, olhando para os lados com certo desespero, se certificando de que ninguém nos tinha ouvido.

— Então, vem comigo! — Insisti sorrindo confiadamente.

— Mas eu estou ocupada. Não posso ir ao shopping. — Disse-me de forma um pouco mais branda, cedendo.

Abri a porta do carro para ela, e ela me olhou com um pouco de nervosismo antes de entrar. Pelo menos agora eu sabia como fazê-la me acatar.

— Com o que está ocupada? — Perguntei-lhe enquanto dava ignição.

— Tenho aula de jiu-jitsu daqui a pouco e depois disso tenho um ensaio para a gravação de um clipe.

— E depois disso?

— Depois tenho que voltar para casa para fazer minha janta e depois preciso estudar para uma prova. Também tenho um trabalho de história que tenho que entregar até semana que vem.

— Que chato! — Ela não tinha tempo para se divertir não? — Onde que você faz aula de luta? Vou te levar!

— Por ali. — Disse ela apontando a direção. O jeito dela era cativante, e acho que ela própria não percebia isso. Entrei para vê-la fazer a aula, o que parece tê-la desagradado, mas não fez nada para me expulsar na frente do professor e dos colegas. Ela era uma lutadora excepcional, e não lutava com pessoas da mesma faixa dela, mas com os mais velhos da faixa preta.

— Você vai mesmo ficar na minha cola? — Reclamou comigo assim que a aula dela acabou.

— Quero conhecer a minha diva. Apenas finja que não estou olhando. — Disse-lhe, segurando a vontade de rir. O biquinho que ela fez me fez ter vontade de apertar suas bochechas.

— Como se fosse fácil. — Sussurrou. Pelo menos não precisei ameaçá-la de novo chamando-a de Lisa em voz alta, já que ela sozinha caminhou até o meu carro. — Vai me dar carona de novo, certo?

— Para você, qualquer coisa. — Ela deu um sorriso tímido enquanto entravamos no carro.

Foi nesse dia que conheci os responsáveis pela carreira dela. Pelo contexto, compreendi que Lisa estava começando a aprender a dançar, algo que a coreógrafa estava tentando encucar na cabeça dela como algo importante. Engraçado ver Lisa obedecendo alguém, e ela fazia isso com aquela mulher. Atentei-me para ver se eu aprendia algo com a Liliane.

— Você é amigo dela? — Perguntou-me um homem, que antes se apresentou como o agente dela.

— Sim. — Não ainda, mas em breve eu seria. — Os pais dela trabalham para mim.

— Não sabia que ela tinha amigos. Quando ela chegou, parecia um robô, indiferente a tudo e a todos. Se eu não a tivesse visto sozinha cantando uma vez com tanta emoção, acharia que ela não tem sentimentos. Acho que ela coloca tudo que está preso dentro dela nas músicas.

Destino: A prometidaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora