Destino: A prometida

P3 - Capítulo 39

Meu olhar se alternou entre o relógio e os legumes que eu estava cortando. Em breve estariam aqui. A entrevista de Willow estava marcada para o dia seguinte, uma pequena pausa na semana para mim após vários dias de correria desenfreada. Assim que senti a presença deles se aproximando, terminei rapidamente o que estava fazendo e corri até o pátio da frente.

Inicialmente eu esperava recebê-los para o almoço, mas como Annie havia me mandado mensagem dizendo que pararam para comer pelo caminho, decidi deixar o banquete de recepção para o jantar.

— Amiga! Oi! — Annie foi a primeira a sair do carro. Ela parecia muito animada e seus olhos encaravam tudo com muita curiosidade, típico de quem vem pela primeira vez à cidade grande.

— Que bom que chegaram! Estive à espera de vocês!

— Oi, Eliza! — Cumprimentou-me Clark com a voz gentil antes de ir abrir o porta-malas do carro. Faltava uma pessoa, então me aproximei do carro, encarando a figura feminina sentada imóvel no banco do carona.

— Mãe, está tudo bem? — Perguntei à Willow. Ela parecia estar respirando um pouco fora de ritmo.

— Acho que estou enjoada. — disse ela, movendo a cabeça lentamente na minha direção.

— Saia do carro e tome um ar fresco. Vai ajudar! — Sugeri. Nisto, Clark deu a volta no carro e, abrindo a porta, ofereceu a mão a ela de forma atenciosa.

— Ora, que gentil! — Disse ela aceitando o gesto. Clark pigarreou e desviou o olhar. Por que tive a impressão de que esses dois estão próximos? Assim que Willow saiu, ele se afastou rapidamente como se quisesse distância. Acho que foi só impressão mesmo...

— A viagem foi tranquila? — Perguntei-lhes, ajudando a pegar a mala de Willow.

— Foi sim, mais rápido do que pensei que seria. — Disse Annie, mantendo a empolgação. Ela deve ter aproveitado bem a aventura, principalmente as paisagens diferentes pelo caminho.

— Achei torturante! Esse lugar tem um cheiro estranho e é tão barulhento! — Disse-me Willow caminhando lentamente na minha direção. Resolvi ajudar a apoiá-la, já que ela não me parecia muito bem. Ela escorou a cabeça no meu ombro assim que a firmei.

— Como lhe falei, humanos são extraordinariamente numerosos. Tente conter o alcance da sua leitura de mentes, ou vai enlouquecer. — Avisei-a seriamente. Ela balançou a cabeça de leve, mas tive a impressão de que precisaria dar alguns analgésicos a ela.

— Entregues! — Disse o alfa. — Para não atrapalhá-las, vou dormir no apartamento de John enquanto estiver aqui.

— Não atrapalha! — Falei-lhe prontamente. — Seu apartamento tem quartos sobrando. Além disso, deixei todos os quartos limpinhos.

— Eliza, seria indelicado ser o único homem em um apartamento com tantas mulheres bonitas. Isso é desrespeitoso, entende? — Insistiu ele. Parecia um pouco nervoso.

— John está a caminho com Kate. Nicolas e Lorraine vem também. — Explicou-me Annie. — Eles chegarão mais tarde, e por isso deixaram a chave do apartamento deles com o Alfa.

— Entendi. — Neste caso, o alfa ficará melhor acomodado com eles e ainda evitará qualquer possibilidade de fofocas. — Sobre Nicolas e Lorraine...

— Nicolas queria levá-la para passear, fazer um pouco de turismo na cidade uma última vez. — Clark enxergou minha curiosidade e esclareceu. — Ambos se inscreveram, e devem entrar na segunda leva de imigração.

— Também estou ansiosa para me mudar, mas preciso ficar para te ajudar. — Disse-me Annie. — Mas minha mãe e meu pai vão na frente.

— Quantas surpresas! — Deixei escapar. Não imaginei que iriam aderir a isso tão rápido. Quando todos dão as mãos pela causa, encontram forças para deixar tudo para trás.