Capítulo 29 - Sonhos e Vontades

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Justin Bieber

Certo. Eu sou oficialmente um idiota. Sinceramente, ainda não sei o que estou fazendo da minha vida. Eu tenho dinheiro, uma vida ótima – posso dizer assim – e uma namorada linda que quase todos os dias me liga para perguntar como estou e como foi meu dia. Então, por que eu fico correndo atrás da Elizabeth? Por que eu sou tão imbecil a ponto de só pensar nela? Dos meus dedos tocando seu corpo, dos meus lábios nos seus, do meu nariz sentindo o seu cheiro natural tão viciante... Ah, deve ser porque eu estou totalmente louco por essa mulher. Parece que ela me lançou algum feitiço ou até injetou alguma droga em mim, que eu nem me dei conta.

Quando eu fui ao apartamento de Ryan, eu bebi, bebi e bebi mais ainda, na tentativa de esquecer e ignorar completamente qualquer coisa que eu sentia pela Elizabeth, mesmo que fosse somente uma mera atração. Eu me recusava a aceitar qualquer desejo que eu sentisse por ela, e agora... Onde eu estou? Aqui, na casa da sua família e o pior: sendo levado por meus impulsos, pelo meu lado primitivo e selvagem. Eu estou parecendo um animal. Pareço um leão atrás de sua presa. E isso não é legal; nem um pouco. Eu tenho constantemente travado uma batalha interna. Um dos meus lados acha que tudo isso é loucura, que eu devia pensar com mais clareza e quem sabe até mudar de casa por um tempo, até amansar as ''feras''. Portanto, em compensação, o meu outro lado diz que isso é perda de tempo. Que eu tenho que cair para dentro mesmo e me entregar, sem pensar nas consequências.

E eu odeio esse meu outro lado, pois ele é justamente aquele lado que tem me guiado por anos. O lado que fez com que eu tivesse incontáveis namoradas e ficantes; o lado que me fazia ir às baladas em todos os finais de semana à procura de diversão; o lado que queria sanar os meus desejos de qualquer jeito, e o pior: o lado que meus pais detestavam. Inúmeras foram as vezes em que tive brigas feias, principalmente com meu pai. Ele simplesmente não aceitava o fato de ser um grande empresário com um filho irresponsável, descuidado e que não queria nada com os negócios da família ou até com a própria vida.

E esse meu lado é o que está me levando até Elizabeth. É o lado que está fazendo com que aos poucos, eu traia a confiança que Olivia depositara em mim. Eu simplesmente odeio ser tão fraco em relação às mulheres. Qualquer mulher que passa na minha frente, sendo bonita e me dando bola, eu já parto para cima. E sinceramente, esse meu lado ''pervertido'' me deixa muito frustrado. Eu venho tentando ser fiel, ficar com uma pessoa só e finalmente, achar o amor; mas isso parece ser extremamente difícil para mim.

Fora o fato de que desde que cheguei à Nova York, eu não saí nenhuma vez para baladas ou festas. É sempre empresa e casa; casa e empresa. Eu não venho tendo nenhuma diversão. Não tenho bebido. Não tenho me distraído com nada. Não tenho nem mesmo malhado. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer era ir à academia, e hoje em dia, nem isso mais. Estou totalmente frustrado com a minha vida. E enfim, não sei qual lado seguir. O racional ou o impulsivo?

Meus pensamentos foram interrompidos com os sons de fogos de artifício. A família de Elizabeth e eu estávamos do lado de fora da casa, observando os fogos e os vizinhos animados em suas janelas ou em frente às suas casas, comemorando o dia da independência de seu país. Era vermelho e azul para todos os lados, sejam em suas roupas, chapéus ou nas bandeiras que as pessoas seguravam. Os norte-americanos realmente amam sua pátria, e isso é de se admirar. Por um momento, aquele cenário me lembrou do meu país. Os canadenses também são muito patriotas e sempre carregam uma bandeira do país junto a eles. Sorri ao me lembrar da minha infância e adolescência vividas com meus pais e irmã. Quando eu vim para os Estados Unidos, Jazmyn estava se preparando para começar a faculdade.

Ela sempre dizia que tinha que se preparar mentalmente e psicologicamente para o possível trote que aconteceria com ela, fora os olhares pelo simples fato de ser novata. Eu sempre ria das suas frescuras e como um bom irmão mais velho, zoava do seu jeito um tanto extravagante. Lembro-me de que tudo dela tinha de ser rosa, até a capa do celular. Minha visão chegava a ofuscar quando eu entrava em seu quarto e me deparava com o seu mundo cor de rosa.

O Hóspede (Reescrevendo)Where stories live. Discover now