Capítulo 19

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- Yuki? Qual o problema? – Eu e Akemi dissemos em uníssono enquanto o seguíamos casa adentro. 

Ele não parecia nos ouvir, continuava andando afastado de tudo, em silencioso pânico. Ele entra em uma sala, Nix passa por nós correndo e entra também, pouco antes dele fechar a porta atrás de si. Eu e Akemi nos encaramos confusos. Voltamos lá para fora e Akemi liga para Lucien para relatar o ocorrido. O que está acontecendo? Que tipo de monstro deixaria Yuki tão abalado?

Meia hora depois vimos Yuki saindo de carro, não conseguimos chamar sua atenção. Quando Lucien e Akira chegaram cinco minutos depois também não sabiam o que estava havendo. Todos tentamos ligar para ele mas ele não atendeu a nenhuma das ligações. Até que horas depois todos recebemos uma mensagem dele “HolySin Agora.”. Entramos as pressas no carro de Lucien que dirigiu até o Holy Sin (Santo pecado), um bar que, segundo me disseram, não permite a entrada de humanos. Claro que eu posso entrar por ser o “pet de Lucian Moore “ (segundo o Akira).

Quando entramos Yuki estava sentado no balcão tomando uma cerveja em silêncio, tenso. Nos sentamos a seu redor, menos Akemi que permaneceu em pé encostada em uma parede com os braços cruzados. Eu me sentei em uma das cadeiras giratórias altas ao lado direito de Yuki e Lucien sentou ao meu lado, mantendo Yuki no canto mais afastado da porta como uma parede protetora, e Akira simplesmente se sentou de pernas cruzadas encima do balcão a nossa frente. Antes que qualquer um questionasse ele falou.

- Não precisamos mais procurar. Ele está vindo para cá. Vamos resolver isso de uma vez por todas...

A pergunta surgiu na ponta da minha língua mas eu já sabia a resposta. Ele está falando do assassino. Todos parecem ter chegado ao mesmo pensamento. Sem questionar nada, Lucien pede uma taça de vinho e Akira uma barra de chocolate. Ficamos ali parados em silêncio esperando a chegada de quem quer que fosse.

Alguns minutos se passaram, até um homem aparecer e sentar a uma cadeira de distância de Lucien, ele não olhou para nenhum de nós e parecia muito calmo enquanto pedia seu drink. Pensei que poderia ser apenas um cliente comum. Sua pele era morena, os olhos de um castanho claro, o cabelo preto estava raspado dos lados exibindo um topete que caia sobre o rosto. Seu corpo era coberto de tatuagens da cabeça aos pés e possuía enormes argolas nas orelhas. Ele debruçou-se sobre o balcão e encarou Yuki de canto de olho finalmente quebrando o silêncio.

 Ele debruçou-se sobre o balcão e encarou Yuki de canto de olho finalmente quebrando o silêncio

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- O cabelo comprido combina com você.

- Vamos pular o papinho Kirio, o que você quer aqui?

- Ah jovem mestre, não é óbvio? Você destruiu minha vida, eu só quero pagar na mesma moeda.

- Eu destruí a sua vida? Andou tatuando o cérebro também para estar com a memória tão confusa? – Yuki continuava olhando para a frente sem se dar ao trabalho de encarar aquele homem.

- Pff... Hahah. Vejo que você trouxe seu novo bando. Turminha interessante. Eles sabem o tipo de pessoa que você é? – Yuki tomou outro gole de sua cerveja em silêncio, O homem se levantou dando um passo em nossa direção. Todos pareciam tensos e curiosos com a mesma intensidade – Aí gente, vocês sabem que tipo de pessoa é o Yuki aqui? Ele contou pra vocês como deixou o próprio pai ser morto bem diante dos seus olhos SEM FAZER NADA?? Ele contou que não passa de uma putinha masoquista que gosta de apanhar? Que é uma vergonha que nunca deveria ter sido chamado de alfa? Ele contou isso para vocês? HAHAHHAHAHHAHAHAHA Sabe eu acho mesmo que ele queria que o pai morresse, assim teria alguma chance de herdar o posto de alfa já que não é forte o suficiente pra conseguir isso de outra forma. Não é Yuki?

Lucien apertou os dedos tão forte ao redor da taça que estava segurando que ela se quebrou espalhando vinho pelo balcão. Akira mordeu o chocolate que estava em sua boca da forma mais raivosa que alguém poderia fazê-lo. Eu fechei as mãos em volta do assento de meu banco com todas as minhas forças. Akemi observava com a postura fechada tensionando os dedos sob o tecido do casaco. Todos sabíamos de uma coisa, esse cara estava morto. Antes que qualquer um de nós se mexesse, Yuki se levantou e caminhou lentamente até o homem. Então em uma fração de segundos eu vi a cena mais satisfatória de minha vida, Yuki se aproximou e deu um TAPA bem na cara dele.

- Eu não sou forte o suficiente para ser alfa? Que pena. Por que eu sou um alfa. Com ou sem bando eu continuarei sendo um alfa. Já você? O que restou pra você? Você perdeu tudo, sem lugar para ir ou para voltar você nem sequer pode se chamar de beta agora. Não passa de um pequeno, frágil e patético ômega, incapaz de proteger a si mesmo. Completamente indefeso. Sozinho. Você tentou me destruir e olha só no que deu, quer mesmo repetir a dose?

O homem ficou parado ali por alguns segundos, o rosto ainda virado pelo impacto do tapa. Paralisado e surpreso. Ele volta aos poucos a encarar Yuki, seus olhos então se arregalam de espanto.

- Você... Eu sabia... Então foi você... Esses olhos, acho que eu não sou mesmo o monstro aqui não é? – ele coloca as mãos nos bolsos adotando uma postura relaxada – isso ainda não acabou.

De repente o bar é inundado por uma escuridão tão profunda que tira a visão até mesmo de seres noturnos como Lucien. Tão rápido quanto surgiu, a escuridão desaparece e o homem some com ela. Yuki se vira para nós, seus olhos cheios de lágrimas queimam em um vermelho vivo.


Meu professor Lobisomem e seus dois maridos (+18)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon