Fim

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- Gabriela? - a professora chama por meu nome completo mas não consigo responder, era como se minha alma estivesse em um meio termo entre minha mente e meu corpo.

- alguém por favor chame o inspetor, essa menina deve estar desmaiada. - uma aluna fala

Mesmo sem me mexer consigo sentir o montinho de pessoas que se formava ao meu redor e me senti envergonhada por isso.

- Gabbie? Você morreu? - escuto Duda falar.

- pelo amor de Deus, como tive a sorte de ter alguém morto na minha aula - a professora reclamava.

- ela não está morta, está respirando! - um garoto responde.

- GABBIE! - Duda grita o mais alto que pode, o que parece funcionar porque meu corpo responde.

- estou aqui!. - aos poucos vou levantando minha cabeça analisando tudo em volta.

A sala inteira parecia me observar e quando mais perto elas ficavam, mais feias essas pessoas ficavam e o fedor está ainda pior, parecia que tínhamos acabado de sair da aula de educação física.

   Olhando mais um vez a minha volta, as pessoas eram as mesmas que eu não gostava e que não gostavam de mim, eu sentia minha cara amassada, minha mente doer e meu coração se partir conforme tudo se estabilizava não minha mente.

   Era tudo um sonho?
   Não passou disso?
   Apenas uma fantasia extremamente detalhada na minha cabeça?

   Mas na real, ao passar dos segundo, as memórias do começo de tudo sumiam da minha mente e só me sobrava as mais recentes, o que logo talvez sumiram.

- oh céus, vá lavar esse rosto e volte logo, ainda tem muito para passar. - com pressa a professora me levanta e me empurra para a porta. - rápido.

Ainda sem entender muito bem a realidade que eu tava, saio com as mãos na cabeça tentando amenizar a dor insuportável que batia de um lado para o outro e logo se estabilizava no meio.

Parei enfrente a um espelho, um daqueles que ficam espalhados pela escola e me olhei, meus cabelos meramente longos estava em seu devido lugar, minhas roupas baratas eram as mesmas de sempre e meu celular retirado do bolso ainda era uma bomba atômica.

Após alguns segundo olhando para aquela figura irreconhecível de mim mesma, senti uma vontade imensa de chorar, talvez pela dor, mas também por ter acordado de uma realidade perfeita. Nenhuma lágrima caiu mesmo que eu quisesse é isso doía.

A tontura veio átona e então me sentei num banco próximo. Com o celular em mãos abrir em minhas mensagens e eram as mesmas de sempre, Duda, Mamãe e meu tio, não havia nenhum contato novo. O Instagram tinha apenas as mensagens não visualizadas do Brady e de outros famosos com a Ariana Grande.

- que merda. - digo baixo.

   Me perguntava até onde as coisas eram reais, não sabia mais se o que eu tentava me lembrar era do sonho ou apenas um lembrança de um dia que realmente aconteceu.

- que dor. - reclamo encostando a cabeça na parede. - parece que bateram na minha cabeça.

   Tudo parou. Naquele momento o mundo de Gabbie parou, e você quer sabe o porque? Porque ela nunca existiu. Ela nunca foi real.

   A Gabbie era Gabriela, pois Gabbie era a garota que ela sempre sonhou em ser um dia, mas não passou de um acordar, de um piscar de olhos após um cochilo. Sabe o que é o mais interessante de isso tudo? É que a Gabriela planejou tudo isso.

  Em toda sua vida ela planejou ter a sua vida dos sonhos, o que realmente foi dos sonhos porque não existiu. Agora ela era a Gabriela que estava sentada num banco de pedra na escola enquanto morria por dentro.

   Mas ela sabia que não tinha muito o que fazer, ela sabe que depois que isso passar e ela voltar ao normal, semanas depois vai parecer mais alguém para suprir os sentimentos de vazio que ela tem, então ela vai sonhar, vai chorar e ver que não era real.

   O ciclo se torna viciante pois a dopamina desse sentimento suprido em sua mente é muito mais legal do que o sentimento do que realmente é verdadeiro.

   Isso aconteceu com todos.
   Brady
   Louis
   Noah
   Caleb
   E todos os outros famoso de idades próximas que você pode imaginar.

   É assim que ela vive, essa foi a maneira que ela achou para se sentir completa. A realidade não é legal pois nada vai sair como você espera e por mais que você sinta sua mente fazer algumas coisas sozinha, ainda é a sua mente e você gostava daquilo.

   Gabbie pode fazer isso de olhos abertos, fechados, ela pode criar esses cenários em sua mente como quiser, quando quiser, mas não sabe como parar, por isso é tudo tão natural.

   O Brady nunca pediu para que a Gabbie o amasse como ela queria que ele pedisse,mas ela sim, ela pediu por isso todas as vezes que pensava nele e imaginava as coisas que faziam juntos e até mesmo separados.

    Ela implorou por isso todas as vezes em que o beijava com amor em sua mente, pedindo inconscientemente que ele ficasse ao seu lado para sempre e nunca a soltasse de seus braços.

   Ela suplicou por isso todas as vezes em que eles brigavam e logo voltavam tendo ainda mais vontade um do outro, mais desejo de serem próximos.

    Ela gritou: POR FAVOR ME AME.
                     POR FAVOR ME AME
                  POR FAVOR ME AME
               POR FAVOR ME AME
            POR FAVOR ME AME
         POR FAVOR ME AME
      POR FAVOR ME AME
   POR FAVOR ME AME
POR FAVOR ME AME

    Mas ele nunca vai escutar ela chamar.

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EXPLICAÇÃO

(Para as pessoas que sabiam que tinha a parte dois dessa história)

• Escrevi esse final pensando mais na necessidade que as pessoas têm de suprir seus desejos de pessoas que não são suas e eu me identifico, por escrever essa história eu sou uma Gabriela/Gabbie completa.

• Também decidir dar esse final diferente pois não seria provável fazer o final que eu havia escrito na outra história e se eu quisesse que isso acontecesse, haveria ainda mais episódios que eu não gostaria que tivesse.

• Mas de alguma forma eu espero que vocês gostem desse final pois é com ele que essa história vem ao fim. Enfim, eles não terminam juntos, o Brady nunca sou da existência dela ea Gabbie continuou achando novos amores. No final vai ser sempre assim kkkkk

Bjs da autora 🤍

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𝗣𝗟𝗘𝗔𝗦𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗠𝗘 | 𝗕𝗥𝗔𝗗𝗬 𝗛𝗘𝗣𝗡𝗘𝗥Where stories live. Discover now