Capítulo 45

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   Passava da uma da madrugada quando o grupo da Elite de Líderes Academy haviam se reunido na casa da árvore de suas infâncias, a mesma havia ficado pequena demais para seus corpos crescidos. Depois do que acontecerá na velha mansão abandonada na saída da cidade, eles haviam levado Ravi para casa, ele precisava mais do que urgentemente de descanso. Mais tarde, o rapaz telefonou para Violet e lhe pediu para reunir todos. Ele finalmente contaria sua história com Amélia. 

  - Se não estiver pronto... - A menina Rivers começou, tentando dizer que estava tudo bem, se ele não conseguisse falar. Tinha a impressão que a vontade do garoto era única e exclusivamente de sair correndo. 

  - Eu estou. - Parecia decidido, mas olhava tristemente para o chão, quase como se tivesse medo de erguer seus olhos e encarar todos os outros pares lhe fitando. 

  - Por que escondeu isso da gente, Ravi? - a voz de seu melhor amigo soava magoada, eles eram um grupo que compartilhavam muitas mais coisas que meros segredos do ensino médio, eles guardavam juntos a verdade sobre o desaparecimento de uma pessoa. E juraram levar isso para seus túmulos.

  - Eu tive vergonha. - Murmurou, e tinha mesmo, tinha tanta aversão ao que fizera, que havia tentando deletar de sua memória. 

  - De ter feito algo estúpido? - havia ironia na voz de Mason, ele e os outros estavam acostumados a fazer coisas estúpidas, não seria nada embaraçoso Ravi Carter contar a eles. - Todos nós fizemos, mano. O tempo todo. 

   - Não. - negou com a cabeça e finalmente os encarou. - Tive vergonha dela. De me relacionar com a nossa maior vítima. Vocês sabem muito bem que vivíamos implicando com Amélia, nos divertimos as suas custas, lhe humilhando... Como eu poderia contar que tinha um caso com ela? Eu fui covarde. Senti medo do que isso poderia fazer com a minha imagem. - conseguia se lembrar nitidamente de todas as vezes que pensou em contar mas teve medo das consequências, medo do que aquilo poderia fazer com a sua popularidade e com a vida esnobe que conhecia. 

  - Quero que me conte exatamente como tudo começou. - Os olhares de todos voaram para Ashley, como se encarasse algum tipo de chefão. Ela estava mais afastada do grupo e até então havia permanecido em silêncio, apenas observando. 

  - Foi tudo muito rápido. - Ele fechou seus olhos, como se assim conseguisse manter melhor o foco, parecia vislumbrar claramente o que narrava. - Em uma festa, encontrei Amélia bêbada após as meninas terem rido dela na pista de dança... Ela estava lá sozinha, parecia tão magoada, um passarinho ferido... Eu não podia deixar ela lá. Mesmo tratando ela mal todos os dias na escola, naquela noite eu a vi de verdade. Ofereci ajuda mas Amélia estava cansada dos nossos maltratos, não acreditou que minhas intenções eram puras e jogou para cima de mim tudo o que guardou por anos. Me fez abrir meus olhos para o quão cruel éramos com ela e com os outros. E ela era tão boa. Tão doce... Acho que por um momento, eu queria cuidar dela, protege-la. Ela foi extremamente rude comigo, e mesmo assim insisti em ajudá-la. Lembro-me de dizer que ela não era daquele jeito, que só estava agindo assim porque fora atacada, como uma abelha que só ferroa se mexerem com ela. 

  - Por isso você a chamou de Abelhinha? - Violet perguntou sabendo a resposta, algo dentro dela doeu ao perceber que de um jeito muito estranho, a garota supostamente desaparecida, viveu uma história de amor com o seu amor. 

   - Sim. - concordou verbalmente e fisicamente, movendo a cabeça. Depois engoliu em seco e prosseguiu. - Eu a chamei disso. Amélia acabou cedendo e deixando que eu a levasse para casa. Tive que carrega-la no colo porque estava muito bêbada e seus pais não podiam vê-la naquele estado. Coloquei ela na cama e quando estava prestes a sair, ela me pediu para ficar até que pegasse no sono. Ela estava daquele jeito por culpa dos meus amigos e minha, então eu aceitei. 

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