4. across the room

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Khun havia preparado uma festa completa.

Tinha música. Alguns empregados da casa usavam roupas de festa engraçadas, e foram obrigados a participar. O salão de jantar da casa agora tinha muito brilho no chão, devido a chuva de filetes prateados que foram estourados mais cedo quando eles entraram. A mesa estava farta de guloseimas, muito mais do que o necessário. Porchay não comeu nada desde que se levantou essa manhã, mas também não sentia fome.

Ao invés disso, a garrafa de champanhe caro em cima da mesa lhe chamou mais atenção, mas ele se conteve, isso seria um erro.

Do outro lado da sala, ele observava a interação entre Kim, Becky e o senhor Korn.

Ele podia perceber como Kim parecia um tanto rígido, enquanto Becky conversava com o pai dele da mesma forma que conversava com todos, extrovertida e feliz. Aparentemente alheia a seriedade do seu companheiro ao lado, enquanto Chay notava e entendia perfeitamente.

Kim nunca se deu muito bem com seu pai, ele evitava falar abertamente sobre esse assunto, mas Porchay conviveu com Kimhan quase a vida toda, ouviu seus desabafos e suspeitava que aquilo foi uma das coisas que mais o motivaram a se mudar daquela casa. Ele nunca gostou de sentir que o pai se intrometia em sua vida. Nunca gostou da maneira como Korn o enquadrava em planos que ele não queria.

Kim preferiu agir como o filho rebelde, perseguindo seu sonho de se tornar músico, ao invés de estudar o que o senhor Theerapanyakul desejava e de ajudar a cuidar dos negócios da família.

Era uma das coisas que Chay admirava nele.

- Já cumprimentou o tio Korn? - Porsche apareceu do nada e parou ao lado de Porchay. Diferente do mais novo, não se conteve em encher uma taça de bebida.

- Não, não tive chance ainda. - Porchay murmurou, desviando os olhos de Kimhan, assim que ele olhou em sua direção. Ele se virou e pegou um doce da mesa, só para ter com o que se distrair. - E ele não é meu tio.

- Ele é o irmão da nossa mãe.

- Não de verdade. - Porchay rebateu teimosamente.

Não tinha nada contra o senhor Korn, mas graças a Kimhan, sabia das tendências controladoras do velho, e embora o respeitasse, não o considerava como parente. Diferente de Porsche, que o via quase como figura paterna e era mais apegado àquela casa e família, o que Chay nunca aprovou, mas também não se importava de verdade.

- Dá um tempo. - Porsche revirou os olhos e esvaziou a taça rapidamente. - Vamos.

Porchay não teve tempo de protestar, seu irmão mais velho colocou um dos braços ao redor dos seus ombros e praticamente o arrastou em direção ao trio. Quando se deu conta, já estava ao lado de Kimhan, fazendo um cumprimento respeitoso para Korn, que sorria para Porchay com uma expressão carinhosa no rosto.

- Quanto tempo Chay, achei que nunca mais viria nos ver. - Porchay sorriu um pouco sem jeito, sentindo-se até culpado. Faziam semanas que não visitava essa casa e consequentemente não se encontrava com o senhor Korn. Nem reparou no olhar estranho que Kim lhe lançou após a fala do pai. - Como tem estado a faculdade?

- Intensa. Bom... tem uma semana inteira de exames pela frente, mas nada que não dê para encarar.

Falar sobre a faculdade era bom, era um assunto seguro. Se tinha uma coisa da qual Chay se orgulhava era de ser um bom aluno.

- Tenho certeza de que você vai encarar muito bem, nunca conheci estudante mais dedicado.

Porchay sorriu. Viu só? Um bom aluno.

- Um estudante tão dedicado, que até esquece de vir visitar a família. - Porsche dramatizou, fazendo Chay suspirar de leve e se conter para não revirar os olhos.

- Falo com você por mensagem ou chamada quase todos os dias, hia.

- Não é o suficiente! - Porsche estreitou os olhos em sua direção. Antes que Porchay abrisse a boca para responder o drama-queen do seu irmão mais velho, Kim interrompeu a conversa.

- Como assim visitar a família? - Ele parecia confuso, assim como deveria estar, já que Porchay não havia lhe contado esta novidade. E por causa disso, Chay ficou automaticamente tenso. Não era para ser assim, não era dessa forma que planejava contar a Kim. Era para ser um momento especial, só deles, definitivamente algo diferente do que estava acontecendo agora.

- Desde que se mudou, ele esqueceu que tem família, um irmão e uma mãe.

- Almocei com a mamãe na segunda. - Porchay murmurou lançando um olhar irritado para o irmão, mas foi ignorado. Porsche continuou reclamando, e de repente Khun surgiu de algum lugar para se juntar a conversa, e foi impossível se defender de dois dramáticos.

Ele desistiu disso e se virou para falar com Kimhan, disposto a contar a ele o que era uma surpresa. Só que Kim já estava ocupado. Falando com Becky. De novo.

*****

Nota: Atualização dupla para hoje! 🧚🏻‍♀️💕

that way [kimchay]Onde histórias criam vida. Descubra agora