KARLENA - Alianças Por Poder

Capítulo 15

LENA

"Uma excelente manhã." Sorrio para Jess e Eve enquanto saio do elevador.

"Bom... bom dia," Jess gagueja, depois olha para Eve. "Você, hum, você não recebeu minha mensagem?"

"Sobre o atraso na entrega?" Olho para o meu telefone para responder a uma mensagem da minha mãe. Ela ainda está me incomodando sobre o jantar. "Eu vi. Solicitei que mandassem tudo direto para o parque. Ainda devemos estar dentro do cronograma."

"Ok. Ótimo." Quando olho para cima, Eve e Jess estão trocando olhares surpresos.

Escondo um sorriso. As duas provavelmente estão se perguntando por que estou de tão bom humor. "Só preciso pegar algumas coisas no meu escritório e depois irei até lá. Todo o resto está dentro do cronograma, certo?"

Eve assente. "Vejo vocês duas à uma."

Vou para o meu escritório. As amostras que eu deveria examinar ontem à noite estão penduradas em um suporte portátil. Sair às oito todas as noites reduziu minha produtividade. Estou mais feliz com isso do que jamais imaginei estar.

Não percebi o quanto minha vida estava desequilibrada até que Kara endireitou a balança. Meu desejo de tornar CatCo - e agora a Haute - um sucesso se transformou em todo o resto. Dedicar cada pensamento e decisão a esse objetivo é a razão pela qual a sessão de fotos de hoje no Central Park contará com os designers mais badalados, os fotógrafos mais talentosos e os modelos mais cobiçados. É um motivo de orgulho – o ápice da minha identidade além de ser esposa de Kara Zor-El. Mas não é um título do qual sinto vontade de me separar tanto quanto antes. Kara é alguém a quem tenho orgulho de estar ligada.

À medida que folheio cada amostra, digito meus comentários e os envio para a equipe de design. Eu li os envios de artigos para a próxima edição. As fotos da capa são sinalizadas com base na preferência. E então saio para a filmagem.

O Central Park está mais lotado do que eu esperava. Raramente saio pela cidade durante o dia - pelo menos durante a semana. Corredores e famílias preenchem os caminhos sinuosos que percorro em minha busca em direção ao carrossel, onde a filmagem será realizada.

A organização apenas começou quando eu cheguei. A área está sendo isolada enquanto adereços e câmeras são estrategicamente posicionados. Confirmo que não há problemas e sento-me em um banco próximo.

Alguns e-mails já se acumularam. Atendo todas e deixo meu dedo pairar sobre o nome de Kara. Ela provavelmente está ocupada.

As coisas estão bem entre nós agora, muito boas, e tenho medo de confiar nisso. Só porque as coisas parecem estáveis não significa que continuarão assim. Eu vi quão rapidamente seu sentimento pode mudar durante o desastre com Nathaniel.

Atração sexual não é um enigma para mim. É todo o resto: o modo como estamos em casa às oito, o fato de dormirmos na mesma cama, os dois por cento de leite na geladeira. Eles simbolizam coisas que pensei que nunca seríamos.

Eu aceitei, até abracei. Mas isso é diferente de confiar nisso. Perpetuando isso. Se desaparecer, será muito mais difícil voltar ao que era o nosso relacionamento.

Desliguei meu telefone e me concentrei no que estava ao meu redor. A equipe de iluminação ainda está se preparando no carrossel, então eu assisto as pessoas. Poucas pessoas se preocupam em olhar para a cena que ocorre fora do caminho. A maioria são corredores ou caminhantes. Mães ou babás esgotadas prometendo sorvete para crianças gritando. Uma mulher passa por mim com seis cachorros puxando-a. Ela para no banco ao lado do meu e começa a amarrá-los no braço de metal, um por um. Ela consegue amarrar os cinco. O sexto é um cachorrinho com orelhas caídas, patas grandes e pelo dourado e fofo. Ele não consegue parar de ficar preso na coleira.