𝙍𝙚𝙗𝙚𝙘𝙘𝙖 𝙈𝙤𝙣𝙧𝙤𝙚
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ᵃᵗᵘᵃˡᵐᵉⁿᵗᵉAcordo com a luz do sol sobre meus olhos. A ardência me faz despertar e pular da cama ao olhar o despertador marcando sete horas. Corro para o banheiro, lembrando que minha aula começa às oito. Tomo um banho rápido e termino de fazer minhas higienes.
Vou até um dos armários e pego uma calça jeans, uma camiseta branca e um moletom preto. Olho-me no espelho de corpo inteiro preso no fundo do closet, ainda não acostumada a observar meu reflexo. Tento não olhar para o meu corpo, não me sentindo confortável com meu estado atual. Ficar sem comer direito por muito tempo não me fez bem.
Pego minha bolsa e verifico se tudo que preciso está lá. Coloco meu celular novo no bolso de trás da calça, calço meu tênis e desço correndo para me despedir das minhas tias.
— Bom dia, Les. – vou até a cozinha. – Bom dia, Han Han. – pego uma maçã do cesto de frutas.
– Bom dia, querida. – um largo sorriso iluminou o rosto da Hanna.
– Ansiosa pro primeiro dia de aula? – Lesli pergunta.
Ansiosa? Medo é mais apropriado.
Tentei preparar minha cabeça nesses três dias que passei em casa, mas aquele sentimento ainda está lá, corroendo tudo que vê pela frente.
– Estou bem. – menti. – Preciso ir.
– Nos avise se precisar de alguma coisa! – Hanna grita da cozinha.
– Boa aula!
É a última coisa que escuto antes de entrar no táxi e ir em direção a faculdade.
O caminho é silencioso e rápido. Passo o tempo inteiro ansiosa, tentando desacelerar o coração. Quando chego deixo o dinheiro da corrida e fixo meus pés no chão, encantada.
Esse lugar é enorme!
Sinto minhas mãos tremerem, ameaçando meu corpo a desmoronar. Tento ignorar a sensação enquanto ando até o auditório, empurrando para algum lugar, mas nada adianta.
A aula já começou quando passo pela porta do auditório. Há uma cadeira vazia no fundo da sala, longe de todos, é onde me sento.
Durante os sete anos que passei presa no manicômio tive muito tempo para pensar. Pensar na vida, no passado, no presente e no que faria futuramente. Se houvesse um futuro.
Antes de meu pai morrer, ele tinha uma empresa imobiliária. Que hoje é administrada pela minha tia.
Quando meu pai deixou no seu testamento que iria deixar a empresa para minha tia até que eu fizesse dezoito anos e fosse adepta a administrar seu negócio, e não para sua esposa, minha mãe surtou. Ela ficou puta da vida porque sua fonte de riqueza não iria para ela e nem para seu filho amado.
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𝐕𝐄𝐍𝐎𝐌━ ᵈᵉᵛⁱˡ'ˢ ⁿⁱᵍʰᵗ
Mystery / Thriller𝐁𝐄𝐂𝐂𝐀 Não saber quem você é, é a pior sensação do mundo. Mas tentar se encontrar é pior ainda. Eu cresci em meio a pessoas ricas e importantes e, nesse meio, nunca se deve confiar em ninguém. Mas eu acabei achando minha família. Os quatro cava...