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𝙍𝙚𝙗𝙚𝙘𝙘𝙖 𝙈𝙤𝙣𝙧𝙤𝙚━━━━━━━━━━━━ᵃᵗᵘᵃˡᵐᵉⁿᵗᵉ

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𝙍𝙚𝙗𝙚𝙘𝙘𝙖 𝙈𝙤𝙣𝙧𝙤𝙚
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Solto o ar e seco o suor que caia pela minha testa com a blusa encharcada. Sinto meu pulmão queimar pelo esforço e energia gastas durante duas horas. Por mais fora de forma que eu esteja, sinto-me incrivelmente bem por voltar às quadras. Sinto-me aliviada, mesmo não sendo a melhor como era antes. O vôlei é uma das únicas coisas que ainda fazem sentido para mim, mesmo depois de tudo. Estar na quadra me faz esquecer de tudo e todos ao meu redor, é relaxante e é onde me sinto bem. Onde me sinto feliz.

– Monroe! – escuto a treinadora gritar.

– Sim? – viro-me para falar com ela.

– Parabéns pela aula. – ela diz com um sorriso. – Não se cobre tanto, escutou? Você ficou muito tempo sem treinar, pegue leve consigo mesma.

Assinto, absorvendo as palavras mesmo sabendo que não consigo não me cobrar.

Durante 11 anos da minha vida o vôlei foi uma forma de descarregar as energias, de fugir da realidade. Agora, depois de sete anos, parece que todo meu esforço foi jogado pela janela. É como se eu estivesse na estaca zero novamente. Isso é frustrante pra porra.

– Obrigada.

– Treinadora! – uma das atletas grita saindo do vestiário com seu grupinho.

A treinadora se despede e sigo para o vestiário, apenas precisando de um banho.

Vou até a fileira de duchas e deixo a água escorrer pelo meu corpo. O dia de hoje foi estressante pra caralho, mas nada comparado com um dia normal no manicômio, então digamos que estou progredindo. Mesmo sendo alvo das fofocas, consegui me adaptar bem à faculdade, aos professores e às aulas. Até mesmo fiz amigos. Acho que posso chamá-los assim.

Depois do almoço, Dylan me procurou e me deu seu número e das meninas. E ainda se despediu dizendo que eles me esperavam no almoço amanhã. Como eu disse: progresso.

Termino meu banho e vou me arrumar, não vendo a hora de deitar na minha cama e esquecer o resto do mundo. Visto minhas roupas íntimas e o conjunto de moletom que trouxe. Tomo mais alguns comprimidos para me ajudar a relaxar e um vento forte começa a bater nas janelas do vestiário, fazendo um longo arrepio percorrer todo meu corpo.

Abro meu armário para guardar o resto das minhas coisas espalhadas em uma parte do banco que fica em frente aos armários e, ao fechar a porta de metal, meu coração dá um pulo quando olho para o lado.

Sério isso?

Kai está encostado no armário de metal, com os braços cruzados em frente ao peito. Não preciso me virar para saber que os outros estão ali também.

– O que vocês querem? – minha voz sai gélida e não me dou o trabalho de me virar para falar.

Pego o restante das minhas coisas no banco e as guardo na minha mochila de treino, cortesia do time.

𝐕𝐄𝐍𝐎𝐌━ ᵈᵉᵛⁱˡ'ˢ ⁿⁱᵍʰᵗWhere stories live. Discover now