Capítulo 03

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No dia seguinte, Wei Ying precisava comprar o prometido sorvete, então pegou sua moto e pilotou até a cidade, aproveitou para marcar de encontrar Lan Zhan para conversar na hora do almoço, bem, eles tinham uma hora ao menos para se apresentar e saber o que cada um faz da vida. 

O Wei estava sentado no canto alemão de uma lanchonete que também serve almoços, o lugar não estava cheio apesar do horário, mas tinha um movimento considerável, era ao lado da escola, então, o melhor ponto para o encontro. 

A porta da lanchonete se abriu mais uma vez e por ela passou um homem bastante charmoso, longos cabelos negros balançando com o vento produzido pela abertura da porta, ele usava uma blusa de gola rolê de cachemir azul claro e calças jens escuras, delicados óculos estavam na frente de seus olhos que possuíam um tom de âmbar tão claro que parecia mais ouro, o mais puro deles, numa das mãos ele trazia uma guia e a outra usava para não se bater nas coisas. 

O recém chegado foi recebido por uma das garçonetes, Wei Ying não ouviu o que conversaram, mas a mulher conduziu aquele homem até sua mesa, ele foi pego de surpresa, se levantou desajeitadamente e o cumprimentou.

-Ah, Lan Zhan? Eu sou Wei Ying! - disse estendendo a mão.

Lan Zhan via uma forma a sua frente, identificava um tom escuro que poderia ser castanho ou preto dos cabelos, um tom de pele que não podia ser considerado branco nem negro, e um barrão vermelho e preto que ele assumiu que seriam as roupas do homem. Geralmente as pessoas lhe ofereciam a mão, ele não sabia se aquele rapaz o fez ou não, mas estendeu a mão também. 

Wei Ying viu que a mão estendida não tocava a sua, então ele a pegou e apertou, ambos sentaram-se depois disso. 

-Você quer fazer logo o pedido? - perguntou o Wei - Para eles irem preparando enquanto conversamos. 

-Sim, claro. 

-O que quer comer? 

-Vou pedir o mesmo que você. - ele não faria um homem que acabou de encontrar, ler todo o cardápio para ele, Wei Ying então fez o pedido.

-Que coisa doida, né? Nossos filhos são iguaizinhos. 

-Você os viu juntos? 

-Sim, A-Yuan me mostrou uma foto, a semelhança é inacreditável. 

-SiZhui me contou ontem, é uma coincidência estranha. 

-Eu não sei você, mas eu não acredito em coincidências. 

-Meu sobrinho diz muito isso. 

-São só vocês três? Sem esposa ou família? 

-Só nós três. 

-Ah… A minha família é gigantesca, nós temos uma fazenda de porcos, bem, criamos galinhas, cavalos e tal, mas nossa renda mesmo vem dos porcos, somos um dos maiores produtores por essas bandas. 

-Eu sou psicopedagogo, não tem nada de especial, é só uma profissão. 

-Você gosta do que faz? 

-Gosto, minha família costumava estar sempre ligada à educação. 

-Seu filho também vai estar? 

-Se ele quiser, sim. Vou apoiá-lo se decidir ser outra coisa também. 

-Isso é muito bom! Você parece ser um bom pai, esforçado. 

-Porque eu crio dois garotos tendo uma deficiência visual? Não é sobre esforço. 

-Não foi isso que eu quis dizer, não precisa estar na defensiva, eu vim aqui para a gente amigar e descobrir se nossos filhos são irmãos ou não. Ok, eu fiquei surpreso em ver que você tem uma deficiência visual, mas também te achei um cara muito bonito. - disse sem nenhum pingo de pudor deixando o outro constrangido, ele riu ao perceber.

Um em nós DoisWhere stories live. Discover now