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"Don't give upI won't give up, no no noI am free to be the bestI'm alive"— Sia

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"Don't give up
I won't give up, no no no
I am free to be the best
I'm alive"
Sia

Lilia Schäfer

Eu achava que meu primeiro dia de aula iria ser bem legal, afinal eu iria ficar com outras crianças e aprenderia vários conteúdos que um dia lá na frente me beneficiariam, mas isso era só imaginação, a realidade tende a ser bem difícil

— Bom dia crianças, hoje temos uma aluna nova conosco — a professora sorri para todos aqueles alunos que estavam se ajeitando na sala — Venha querida, não fique com vergonha — A professora me chama e eu vou com um pouco de vergonha pra perto dela — Por que não se apresenta?

— Meu.. meu nome é Lilia Schäfer — Digo baixo com uma certa vergonha e todos riem de mim quando falo a parte do "Schäfer"

— Quietos, que feio rirem dos outros sem necessidade nenhuma — a mais velha diz brava — Pode se sentar em alguma cadeira querida

Enquanto eu caminhava pra sentar em alguma cadeira, algum menino sem noção colocou a perna na minha frente pra que eu caísse no chão, novamente todos riram de mim, eu engoli o choro, mamãe havia dito que eu não deveria mostrar fraqueza na frente dos meus inimigos, então fiz como ela disse, me levantei do chão como se nada tivesse acontecido e me sentei na cadeira do fundo que estava vazia

A professora deu a continuidade da aula, fizemos alguns desenhos, alguns cálculos de matemática básica e ouvimos algumas coisas da matéria de História da época da minha vó, então saímos para o recreio, peguei minha mochila da Hello Kitty que estava dentro da minha mochila, havia levado nescau e alguns biscoitos. Andando até onde as outras crianças estavam, vi que alguma delas ficaram me olhando

Busquei sentar em um lugarzinho longe delas pra que não ocorresse alguma coisa como um xingamento ou sei lá o que essas crianças poderiam inventar pra mim, mas não deu muito certo, o garoto ruivinho que me fez cair veio até onde eu estava na cadeira de balanço junto com mais 2 meninos

— Ei, feiosa, você está sentada no lugar errado, esse é meu balanço, pode sair dai — O ruivo diz com um tom de voz bravo

— Não está escrito o seu nome e tem outros balanços ali — Digo com a voz baixa com certo medo

— Não quero os outros balanços, quero usar esse dai que você está sentada e olha como você fala comigo hein, não vai querer arranjar encrenca comigo — O ruivo diz segurando na corrente do balanço olhando bem no meu rosto

— Vaza feiosa, vai logo — O garoto de cabelo escuro grita me puxando do balanço com força e me fazendo cair no chão

— Ah e vê se fica bem longe daqui, não quero ficar olhando pra sua cara feia — o ruivo diz rindo enquanto se balançava onde eu estava sentada

— IIhh caiu a velha!! ala que burra!! — outro garoto de cabelo castanho começa a caçoar de mim

Com as mãos apoiadas no chão eu deixo escapar algumas lágrimas, enquanto eles ficavam rindo, notei que não eram apenas eles que estavam rindo de mim, os outros também estavam, peguei minhas coisas que haviam caído no chão e sai de perto dos meninos indo em direção ao banheiro, eu ouvia os risos deles mais altos, olhei para meu joelho e estava com alguns ralados, aquele garoto parecia ser bem mais forte que eu

Limpei meu rosto ainda querendo chorar, mas eu segurei novamente, algumas garotas entraram no banheiro, vi que elas ficaram me encarando debochada e rindo de mim. Eu não precisava passar por mais uma humilhação, então fiquei sozinha perto da sala, estava com pressa pra que o sinal batesse logo e eu ficasse quieta na minha cadeira, já havia entendido que minha vida na escola não seria nada legal, afinal...𝐄𝐮 𝐬𝐨𝐮 𝐭𝐚̃𝐨 𝐟𝐞𝐢𝐚 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦?

Algumas horas se passaram e o sinal tocou, fui a primeira a entrar na sala, guardei minhas coisas e abaixei a cabeça na minha mesa, não conseguia evitar de chorar algumas vezes, mas logo eu segurava novamente, por que eu estava sendo odiada bem no meu primeiro dia? o que eu fiz de errado?

— EI, FEIOSA — senti algo batendo na minha cabeça

— Deixa ela Vitor, ela deve estar chorando, coitada — ouvi a voz irritante de alguma garota

— Não se mete Danielly, eu não to nem ai se ela tá chorando, quero que ela olhe pra mim — O garoto joga mais uma vez alguma coisa em mim e eu levanto a cabeça

— Olha só, ela realmente tava chorando — O garoto que me jogou no chão aponta pra mim enquanto ria da minha cara

— O que vocês querem comigo? — Pergunto com a voz falha

— Eu quero que você suma da sala, pode ser? — o garoto ruivo diz com os pé em cima da cadeira

— Que nojo, o nariz dela tá escorrendo — A garota dos olhos puxados faz cara de nojo

— Eca, como alguém, como você pode estar na mesma sala que a gente? — A menina que estava com umas pulseiras muito bonitas diz com nojo de mim

— Já sei, vamos chamar ela de monstro catarrento porque ela é muito feia e tá só catarro no nariz — O ruivo diz enquanto escrevia alguma coisa no marcador de notas adesivas

— O que você vai fazer, Vitor? — O moreno pergunta vendo o ruivo vir em minha direção

— Vou colar na testa del, ue — O ruivo diz colando o papelzinho já minha testa

— Olha isso — Algumas garotas riam enquanto apontavam as câmeras pra mim, tentei abaixar a cabeça, mas fui impedida pelo ruivo

— Na-não, você vai deixar a gente bater foto de você — O ruivo diz segurando meu queixo pra olhar para os flashes das câmeras

Eu só queria que aquilo acabasse, queria voltar pra casa e nunca mais pisar nessa escola ou ver essas pessoas novamente, as risadas acabaram quando a professora chegou, o ruivo puxou o papel que havia colado em minha testa e eu pude abaixar a cabeça novamente, as coisas seguiram como se nada tivesse acontecido. No final da aula todos estavam se ajeitando pra saída, arrumei rapidamente minhas coisas pra sair logo, mais uma vez o ruivo colocou o pé na frente pra que eu tropeçasse novamente

— Vai ter mais amanhã, aberração, se dizer isso pra alguém ou pro seus pais, você vai estar muito ferrada — o ruivo diz bem perto de onde eu estava caída antes de sair com os amigos dele pela porta

Me levantei e bati minha roupa que havia sujado pela segunda vez caída no chão, respirei fundo e fui pra entrada, mamãe já estava me esperando lá fora, eu quis chorar e contar tudo pra ela, mas vi o ruivo me olhando enquanto dava socos de leve em sua própria mão, eu havia entendido o recado, então fingi que estava tudo bem. 𝐀𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚 𝐬𝐞́𝐫𝐢𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚 𝐡𝐨𝐫𝐫𝐢́𝐯𝐞𝐥, 𝐩𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐕𝐢𝐭𝐨𝐫 𝐧𝐚̃𝐨 𝐢𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐚𝐢𝐫 𝐝𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐩𝐞́.

𝐓𝐨 𝐛𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐝...

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Essa foi uma pequena visão da vida da Laranjinha que não é nada fácil também :(

𝘈 𝘣𝘢𝘣𝘢́ 𝘥𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘪𝘳𝘮𝘢̃𝘰 | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳Where stories live. Discover now