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Pov Abby Sink

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Pov Abby Sink

Chegando em casa eu escuto uma discussão que parecia estar bem feia, desde que chegamos nesse prédio nunca havia escutado ninguém gritando desse jeito, porém aquela voz me era familiar, parecia ser da minha mãe. Nessas horas eu saí correndo desesperada até o quarto, abrindo rapidamente a porta me deparando com Gustav segurando a laranjinha que estava chorando sem parar e as coisas de casa jogadas no chão

- Mas o que é que tá acontecendo aqui? - pergunto pro Gustav que estava assustado

- Eu não sei, ela se descontrolou por que a Lilia mandou uma carta pro papai, ela gritou com a Lilia e comigo, agora não sei fazer ela parar de chorar - Gustav diz me entregando a Lilia

- Ei pequena, tá tudo bem ok? eu to aqui com você, eu sou seu Porto seguro, lembra? - digo com a garota no colo balançando pra lá e pra cá tentando acalmá-la - Onde ela está?

- Ela se trancou no quarto, antes de você chegar ela tava quebrando tudo lá dentro - Gustav diz baixo do meu lado e então ouvimos um gemido de choro

Suspiro porque eu sabia que uma hora isso iria acontecer, esperei até que as coisas estivessem mais calmas pra tentar conversar com a mais velha, enquanto isso eu estava com a laranjinha

- Por que a mamãe não gosta que eu escreva pro papai? - ela pergunta me fazendo pensar um pouco - Será que é por que ele já tem outra família?

- Onde você escutou isso?

- Eu ouvi você falando com a mamãe - A menor diz com uma cara triste

- É complicado, ela ainda se sente mal por isso ter acontecido, ele pra lá e a gente aqui

- Desculpa por ter mandado a carta pra ele, a professora disse que era pra fazer, por que é dia dos pais amanhã, eu não sabia que iria acontecer tudo isso - A menor se vira na cama para o lado oposto de onde eu estava

- Tudo bem Laranjinha, não se sinta culpada, eu vou resolver isso - acariciei o braço da menor - eu já volto - me levanto da cama encostando a porta do quarto da menor

Fui até a porta do quarto da mais velha e dei algumas batidas de leve, ela estava bem quieta lá dentro

- Mãe? - pergunto um pouco receosa

Como não tive resposta eu tentei abrir a porta e com sorte não estava trancada, a mulher estava sentada no chão com a cabeça entre suas pernas escondendo seu rosto, fechei a porta com cuidado e fui para perto dela, me sentei em sua frente passando a mão em seu cabelo

- Me desculpa - A mais velha diz como um sussurro

- Não é culpa sua, eu sei como você se sente em relação a esse assunto - Eu realmente a compreendia

- Eu queria que ela apagasse ele da memória, com isso talvez ela parasse de escrever pra ele

- Ela não vai parar - pauso - por mais que você diga a atrocidade mais horrível que ele tenha feito, ela vai olhar ele do mesmo jeito - começa a passar um flashback na cabeça

flashback On

- Olha pai o patinho - aponto para o pequeno pato nadando na água

- Nossa, que bonito, olha lá laranjinha - o mais velho aponta para o pato

- Pai, ela não sabe o que é isso - ri um pouco

- Mas um dia ela vai saber, ela já entende qual o nome dela - o mais velho dá de ombros

- O que vocês estão olhando? - a mais velha pergunta chegando perto de nós

- O pato nadando - Respondo

- Otty, que lindo - a mais velha diz com os olhos brilhando

- Já sei, que tal levar a Laranjinha no parquinho? - O mais velho diz empolgado

- Você vai segurar ela? - A mais velha pergunta com o olhar desconfiado

- Claro, vamos segurar ela, né Abelhinha? - o mais velho levanta a sobrancelha e abaixa rapidamente pra me convencer a ir

- Aii, tá bom - sorri sem graça indo com eles dois para o brinquedo

- Aeeee - Ele diz animado

Flashback off

- Ele era incrível, vai - sorri sem graça pra ela

- Não era só incrível, ele era o amor da minha vida - A mais velha me olha com os olhos cheios de lágrimas e o nariz vermelho

- Papai seguiu a vida dele, mãe, você precisa seguir a sua também, eu sei que ele era Tudo e mais um pouco pra você, mas sua vida não pode parar por causa dele, você pode amar de novo, ele conseguiu, por que você não? - Limpo as lágrimas dela

- Você sabe dá bastante conselho amoroso pra uma garota que não viveu a experiência de um relacionamento - a mais velha sorri sem graça

- Err, então, digamos que eu tenho bastante convivência com isso e também eu presto bastante atenção nas coisas - dou de ombros - agora vamos, limpe esse rosto, você tá parecendo uma palhaça com esse nariz vermelho - brinco e nós duas rimos

- Eu tenho sorte de ter você, sabia? - Ela diz séria - acho que eu não saberia o que fazer nessa situação se eu estivesse sozinha sem ninguém pra conversar comigo

- Enquanto eu estiver viva, você nunca estará sozinha, além disso, você tem o Gustav e a Lilia também, somos uma boa família, uma família feliz e eu to fazendo de tudo pra te ajudar a ficar aqui

- Realmente, muito obrigada minha filha, você é um anjo - ela me abraça fortemente

- Acho que sou uma salvadora então, por que você não foi a única pessoa que me disse isso

- Você é especial Abby, desde que nasceu, você sempre carregou um brilho diferente em seu olhar, sempre contagiou todos a sua volta, mesmo nos momentos ruins você sempre tentou resolver tudo, você não se deixa abalar facilmente, se no mundo existisse mais pessoas como você, a vida não seria um completo caos

- Você é incrível mãe, obrigada por ter me colocado no mundo - Abraço ela mais forte

Aquele dia foi um dos dias em que eu me senti completamente diferente das outras pessoas, eu me sentia amada, eu me sentia completa, eu estava em paz comigo mesma e minha alma, por que eu podia mudar as coisas ao meu redor, eu conseguia ajudar as pessoas que amo e isso é tudo o que eu poderia querer.

𝐭𝐨 𝐛𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐝...

𝘈 𝘣𝘢𝘣𝘢́ 𝘥𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘪𝘳𝘮𝘢̃𝘰 | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳Where stories live. Discover now