Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)

*2*

*Narrador

Assim que a música acabou a plateia ainda em êxtase gritou por mais uma e mais uma e quando eles se deram conta, já tinham cantando umas quatro músicas. Quando o show acabou e a multidão foi se afastando, a banda foi arrumar seus instrumentos.

- Isso foi demais. - Bento sorria para a mais nova. - 'Aê, vocês deveriam trazer a baixinha mais vezes.

- Ela é quase do seu tamanho, japonês. - Sérgio resmunga e Bento o responde com o dedo do meio.

- Ei. - Dinho se aproxima. - Eu queria agradecer pela oportunidade, acompanho vocês a um tempo já e vocês são fodas.

- Nós somos fodas? Irmão, tu viu o que tu fez nesse palco? Foi demais. - Bento fala animado.

- Mas eu não fiz sozinho. - Dinho sorri para Alice. - Você foi demais.

- Claro que ela foi demais, é uma Reoli. - Samuel fala se aproximando e abraçando de lado a irmã.

- Sério? - ela sorri e Samuel sente um leve aperto no coração ao ver a alegria da irmã. Era um privilégio para a garota poder e ser reconhecida pelo sobrenome que os irmãos haviam inventado.

- Mas é claro. - o mais velho sorri e deixa um beijo na testa da irmã, logo volta a arrumar as coisas.

- Nós vamos comer uma pizza, está afim de ir junto? - Sérgio pergunta para Dinho.

- Só se for agora. - o rapaz responde animado. - Querem ajuda?

- Eu aceito. - Samuel fala segurando o baixo, eles caminham em direção ao fusca velho da família.

- Caranga maneira. - Dinho elogia olhando os detalhes do carro.

- Obrigado. - Sérgio agradece, colocando os instrumentos dentro do carro.

- É mais velho que o nosso avô, as vezes acho que vai parar de andar. - Alice fala sozinha. - Não era para vocês ouvirem isso, foi mal. - ela força um sorriso e Dinho cai na risada.

- Ela é sempre assim, você se acostuma. - Bento fala bagunçado o cabelo da garota, que lhe acerta um tapa no braço. - Deduzindo que o carro não tem espaço, vamos ter que ir andando.

- Não diga, gênio. - Samuel fala e Bento acerta um soco em seu braço.

- Está com frio? - Dinho pergunta ao ver Alice se encolher e abraçar os próprios braços.

- Não!

- Você está batendo os dentes, garota. - ele dá risada e quando vai tirar a jaqueta para entregar a ela, Sérgio entra no meio dos dois e entrega a própria jaqueta para a irmã.

- Eu disse para trazer uma blusa de frio, não disse? - o mais velho a repreende, ela dá de ombros e continua caminhando. Sérgio encara Dinho que sorri sem graça e segue caminhando enquanto olhava para o chão.

- Isso que não iria emprestar nada para ninguém, não é? - Samuel provoca e o mais velho lhe dá um tapa na nuca. - Sérgio, dá para relaxar? Porra, nós tivemos um puta dia hoje.

- Eu sei. - ele suspira frustrado. - Eu só fiquei preocupado quando ela foi pro centro do palco e... - Bento o interrompe.

- Acabou com tudo? Ela foi foda, se antes não tínhamos uma vocalista, agora temos.

- Menos japonês, foi só hoje. - Sérgio fala e Bento da de ombros.

- Essa sua superproteção em cima dela vai afastar ela de você, Sérgio. - ele fala e dá uma corridinha até Dinho e Alice que conversavam animadamente.