31) Amarração amorosa

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Quando ambos chegaram na delegacia, eles se separaram. Off tinha que recolher as cópias da planta da casa noturna em que ambos visitariam na noite seguinte, e o pen-drive foi deixado em sua mesa. No entanto, enquanto o homem caminhava pelos corredores Jumpol sentiu olhares em cima de seu corpo, pessoas cochichavam entre si enquanto o encarava. Sua expressão não transparecia sua intriga para descobrir o motivo de tais ações estranhas, mesmo assim, não era de suma importância entender a banalidade do ato, então ele apenas continuou com seu objetivo.

Mas quando chegou à sua mesa, os murmúrios e os olhares fuzilando-o fizeram sentido. Tinha um buquê de dálias vermelhas deixado ali, acompanhado de um recado que dizia: "Os vitorianos utilizavam as dálias para simbolizar uma ligação duradoura e um compromisso entre duas pessoas. Dito isso, quero que saiba que estou selando a minha promessa de ficar; Tu me cativas, Pequeno Príncipe."

- Uau, veja só... Off Jumpol está saindo com alguém. - A voz sorrateira de um colega de trabalho chegou por trás do agente.

Jumpol sorriu enquanto encarava o bilhete, um sorriso que ninguém do departamento tinha visto antes. Ninguém, a não ser o homem que se escondia atrás da porta, observando pela greta. Os olhares de ambos se cruzaram e Gun sorriu para ele, pouco antes de observa-lo desaparecer novamente.

- Quem é a sortuda? - Uma mulher sentada a mesa ao lado questionou-o, e o homem apenas a encarou de volta.

- Sortuda ou corajosa? P'Off não parece ser do tipo romântico.

- Quando eu quiser que vocês cuidem da minha vida eu ligo para a polícia. - Respondeu afiado, mas os dois comentaristas eram colegas próximos de Jumpol, então não se afetaram, apenas renderam-se ao silêncio.

A letra no bilhete não foi escrita a mão, então seria impossível identificar o autor. Mas Gun fez questão de ser o mais óbvio possível, e para Off isso bastava. O que o intrigava era que: apesar de ser um segredo, Phunsawat escolheu entregar o buquê na delegacia ao invés de presentear em um lugar reservado. Então independente de ser secreto ou não, as pessoas sabiam que o agente estava saindo com alguém. O que por sua vez afastou boa parte das pessoas que nutriam alguma esperança de conseguir uma chance com ele; Off não pôde deixar de rir enquanto imprimia a papelada - "Você é um oportunista, Atthaphan Phunsawat".

As horas se passaram e ambos não se cruzaram, próximo às onze na virada do relógio, Jumpol se pôs a caçar seu parceiro desaparecido pelo departamento, mas não encontrou sinais; "Ele está atrasado".
Foi quando que por sorte ele viu Jane cruzar o corredor e apertou o passo parando na sua frente, fazendo a mulher dar um pulo.

- Khun Ramida.

- Oh, P'Off? Quer dizer... bom dia Khun Adulkittiporn, posso ajudar? - Era estranho Jumpol parar para conversar com alguém, e até então ele e a ex-parceira de Atthaphan nunca tinham trocado sequer uma palavra.

- Pode, você sabe me dizer onde Phunsawat está?

- São 10:30? - Ela olhou para o seu relógio de pulso e acenou: - Bom, as dez horas ele vai para o estande, mas não sei se ainda está lá.

- Essa informação basta, obrigado. - Ele apertou os ombros da mulher, deixando sua confusão para trás e correndo até o subsolo, onde ficava a câmara de tiro, onde a balística, os soldados e os agentes treinavam no estande.

Jumpol atravessou o local sem se importar com o som estridente dos projéteis atingindo placas de madeira e aço, não utilizou os tampões de ouvido recomendados, ele tinha ido com um objetivo e não pretendia perder tempo. Foi quando encontrou Phunsawat no último estande, atirando com um fuzil de repetição, o que não era de seu costume já que o homem sempre optou por armas curtas de disparo único, desde sua chegada ao segmento interno de infiltração.

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