Prólogo.

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Se você imagina que quando é pedida em casamento finalmente vai ter o seu 'Felizes para sempre', tire seu cavalinho da chuva, o sofrimento apenas começou, pelo menos assim foi comigo.

Não que eu esteja reclamando, longe de mim. Tinha o homem dos meus sonhos ao meu lado, mentira ele era bem melhor do que esperava, ou achava que merecia, Leo era paciente, amoroso e um tremendo pé no saco quando queria, mas isso era o amor, não era? O Amor Real, aquele que te deixa sem chão e sem paciência, que deixa suas pernas bambas e seus punhos em alerta.

Nunca sonhei com esse lance de borboletas no estômago, para mim, na verdade essa sensação era fome, nada mais do que isso. Eu gostava de sentir o coração acelerar e mesmo dois anos depois, ele acelerava quando ouvia a voz do meu lindo noivo.

E que voz!

Nesse tempo consegui chegar longe, tirei minha carteira de motorista, o que foi um verdadeiro milagre, reprovei três vezes no teste prático, nem precisa mencionar que o Leo não me deixava dirigir nenhum dos seus carros. O que era totalmente exagerado, eu sabia dirigir, só precisava de mais prática.

No período que estava tendo aulas práticas, ele passou o mês inteiro comigo em São Paulo, uma séria crise de ciúmes do meu instrutor não permitia que ele voltasse para o Rio de Janeiro. Eu não tinha culpa que o cara parecia ter saído das telas de cinema e lembrava o Tom Cruise. Caí na besteira de ter comentado isso com ele no meu primeiro dia de aula.

Mas eu tinha certeza de uma coisa, Farofa tinha feito isso de propósito, ele que indicou o tal instrutor Tom Cruise. Mas no fim deu tudo certo, mesmo com o olhar assassino de Leo sempre que eu mencionava algo de novo que tinha acontecido nas aulas.

Comprei meu primeiro carro um ano atrás, exatamente no dia que consegui minha habilitação, Leo respeitou minha vontade e me deixou comprar com meu próprio dinheiro.

Orgulho intacto e carro novo na garagem eu estava no paraíso, ou pelo menos achava que estava, até o dia que ele me cobrou para marcarmos a data do nosso casamento.

Muita gente pensou que fossemos casar na semana seguinte ao pedido, eu podia estar solteira há algum tempo, mas não estava tão desesperada assim. Leo era rico, conhecido e merecia uma esposa à altura que não dependesse dele e foi disso que fui atrás.

O escritório que trabalhava se expandiu e tivemos que nos mudar, agora tínhamos um prédio só para nós. Diga-se de passagem, era incrível, todo espelhado. Mas quando nos mudamos foi uma tremenda confusão. Achava que teria problemas na coluna de tanto carregar aquelas malditas caixas. Por fim, uma semana depois já estávamos instalados, minha fiel poltrona comigo, um computador novo e uma sala cheirando a tinta fresca. A parte da tinta me deixou com dor de cabeça por uma semana.

Ju e eu fomos promovidas, podem até falar de nepotismo, mas nós merecemos, trabalhamos muito isso ninguém poderia negar, mas não vou mentir que ser melhor amiga/madrinha de casamento do chefe tem lá suas vantagens, ou melhor, nem tanto, Farofa ainda me deixava louca e me afogava de tanto trabalho.

Já não era a gerente da conta pessoal do Leo, essa parte ficou com minha amiga, fiquei responsável pelas contas da empresa dele e de mais três.

Agora que finalmente marcamos a data para cerimônia para Janeiro, minha vida havia virado de cabeça para baixo. Minha sogra e minha mãe estavam juntas na missão 'Cerimônia Perfeita' e isso estava acabando com a pouca sanidade mental que ainda me restava. E se você acha que não poderia ficar pior, eu sinto em informar que elas pareciam crianças no jardim de infância quando comparadas com Luiz Miguel, o meu Best Cerimonialista, era assim que ele gostava de ser chamado.

Para completar a arquiteta e design de interiores que estava decorando a nossa nova casa era ninguém mais, ninguém menos que a Angélica, sim ela mesma, a loira com cara de tira a mão da minha bunda e prima do Leo.

Eu estava tentando chegar aos Jardins, mas ainda estava presa no trânsito e pior, o carro não queria funcionar.

Maldita hora que peguei o carro do Leo.

Amor Real 2 - O grande diaWhere stories live. Discover now