Capítulo 9.

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Cheguei cedo ao escritório, era segunda-feira e eu precisava trabalhar para esquecer sobre a reunião que eu teria com a Angélica no outro dia, estava sofrendo por antecipação, e o mais importante, esquecer a Miss Simpatia Ruiva que decidiu aparecer para atormentar minha vida.

Assim que Farofa chegou com Ju fui atrás deles.

"Vocês conhecem alguma benzedeira?" perguntei.

"Ah não, isso de novo não!" meu amigo falou e eu o fuzilei com o olhar.

"Não! Lógico que não!"

"Então por que sinto cheiro de confusão vindo?"

"Porque você é chato e inconveniente, relaxa, Farofa, não quero uma mãe de santo, só uma benzedeira pra me ajudar."

"Ajuda a fazer o quê?"

"Estou me sentindo muito triste e desanimada, isso só pode ser olho gordo, quer dizer, eu tenho certeza que é olho gordo e já desconfio de quem seja" falei com cara de choro, tinha que tocar o coração do meu amigo de alguma forma.

"Isso não é olho gordo, Duda."

"Lógico que é, o que mais seria?" perguntei.

"Verme!" Ele foi categórico e eu fiquei chocada.

"Fábio!" Juliana o repreendeu.

"O quê? É verdade, já pensou em tomar vitamina? Ajuda bastante." Eu não podia acreditar que ele estava falando sério.

"Ju, me ajuda" pedi olhando nos olhos claros e lindos da minha amiga.

"Já pensou em ir num centro espírita tomar um passe?" ela perguntou e eu quase desmaiei.

"Você só pode estar de brincadeira" falei e ela continuou séria, droga, não era brincadeira.

Resolvi voltar para minha sala, não conseguiria nenhuma ajuda vindo do casal maravilha. Onde já se viu falar que estou com verme? Que abusado, intimidade realmente era uma merda.

Trabalhei durante toda a manhã, focada nos números, quando peguei meu celular tinham nada mais, nada menos do que cento e dezenove mensagens no grupo do casamento. De quem foi a belíssima ideia de dar um smartphone para minha mãe? Droga, a ideia tinha sido minha e ainda resolvi dar um com a tela grande para ela não ter problema na hora de digitar e enxergar bem as letras. Se arrependimento matasse eu já estava sete palmos debaixo da terra.

Tive que ler tudo antes de sair para o almoço, tinham várias fotos e modelos de bolo e doces que me deram água na boca, pena que eles nem sempre eram tão gostosos quanto eram bonitos. Apaguei o assunto 'casamento' da minha mente e foquei minha atenção na obra que ia começar.

Almocei com Ju e Farofa, ele estava irritantemente protetor com a minha amiga, eles ainda não tinham ido ao médico e até lá ela teria que aguentar o Farofa surtando com cada passo dela. Não adiantava falar que ela estava grávida e não doente, ele não entendia, nem parecia que tinha estudado tanto na vida.

"Me diz que você vai no médico em breve" falei para Ju que sorriu.

"Sim, na quarta-feira tenho uma consulta e faço questão que o bonitão do meu marido vá, ele precisa parar com o surto."

Ri e Farofa nos olhou de cara feia, mostramos a língua para ele.

"Que madura essa atitude, de uma mulher grávida e outra prestes a se casar."

"Isso é pra você largar de ser chato!" falei rindo.

Voltamos para o escritório e encontrei um belo arranjo de flores na minha mesa.

Amor Real 2 - O grande diaOnde histórias criam vida. Descubra agora