SIX

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A viagem de volta a Seul na manhã seguinte foi diferente.

Chaewon esperava que Yunjin estivesse aberta à conversar, buscando alguma clareza sobre a situação em que se encontravam. Mas nada disso aconteceu.

Yunjin entrou no carro silenciosamente, seus traços faciais refletiam seu profissionalismo habitual. A morena achou que poderia ter sido apenas uma fachada, já que sua mãe havia insistido em acompanhá-las até o carro, mas nada mais longe da realidade. Desde que pegaram a estrada, Yunjin ainda não disse nada. E por alguma razão, ela sentiu que suas palavras também não eram bem-vindas.

Foi apenas um beijo. Um pequeno toque de lábios. Não tinha sido aquecido nem nada, então talvez ela estivesse apenas tentando esquecer que tudo tinha acontecido. Chaewon achou que provavelmente deveria fazer isso também.

Se sua mãe descobrisse, Yunjin estaria acabada. Ela mandaria uma mensagem para o contratante e seria forçada a abandonar toda a sua carreira, pela qual ela tanto se sacrificou. E só por causa de um beijo estúpido e sem sentido.

Chaewon não ia dizer nada sobre isso, e pelo que parece, parecia que a loira também iria ficar quieta.

Parecia que a porta de Yunjin estava aberta, mas ela não conseguia passar por ela. Seu toque estava tão perto, mas tão distante. Um mundo inteiro de possibilidades que agora desapareceu completamente. Chaewon queria correr em sua direção, mas também ficar longe. Ela queria ser forte e indiferente a tudo isso, mas não conseguia. Ela se sentiu atraída e isso a fez querer recuar. Sua ideia de um mundo sem ela era mais fria, mas ela poderia se acostumar com isso. Ela desejou que Yunjin estivesse com ela, mesmo que fosse pela última vez.

Agora que a morena sabia como era estar com ela, uma prova não bastava.

O aperto de Yunjin aumentou no volante. Ela estava ultrapassando seus limites, tentando sentir a dor em sua mão novamente para poder ignorar o peso em seu coração. A necessidade de amá-la e ficar longe parecia andar de mãos dadas, mas o que acontece quando sua mente está fora de controle? E então? O que acontece quando você perde todos os sentidos? Ir até ela, para ser curado por ela; mas sabia que iria quebrá-la. Para ela, ir até Chaewon era proibido, mas ficar longe significava dor, e doía.

O beijo delas ecoou na mente de Yunjin com o poder de derrubar paredes que ela havia construído, altas e profundas.

Talvez ela devesse desistir. Seria a coisa mais responsável a fazer, certo? Ninguém sai por aí beijando seus clientes e consegue manter seu emprego. O único problema era que não havia ninguém, nem uma única alma naquele planeta, em quem ela confiasse para manter Chaewon segura. Yunjin não iria comprometer seu bem-estar por causa disso, não quando, realisticamente, ninguém além delas sabia sobre seu... incidente. Ela sabia que Chaewon não iria dizer nada e com certeza não estava planejando abrir a boca também.

Ainda era de manhã cedo quando chegaram ao apartamento e Yunjin precisava desesperadamente de uma distração. Algo, tanto faz. Ela não poderia dividir um espaço com ela agora sem querer falar sobre isso, e isso a faria querer provar seus lábios novamente. E isso? Absolutamente não era uma possibilidade.

— Vou descer para a academia. - Yunjin disse à morena assim que ela abriu a porta da frente. Chaewon olhou para ela, mas a garota não conseguiu segurar o olhar: — Me ligue se precisar de alguma coisa.

— Yunj-

— Voltarei daqui a pouco.

E ela se foi.

Tudo bem. Yunjin provavelmente só precisava de algum tempo sozinha para resolver suas emoções. Não há necessidade de surtar com isso.

Só que Chaewon estava realmente enlouquecendo e não conseguia mais se controlar.

My Bodyguard - Purinz G!PDonde viven las historias. Descúbrelo ahora