Capitulo 16|Laços desatados

115 38 31
                                    

Maratona 1/2

Damon Orpheus

A luz invadia meu quarto, cutucando as pálpebras cansadas e revelando uma dor de cabeça persistente. O eco das risadas da noite anterior se misturava ao martelar incessante em minha mente. Decidi que precisava de uma intervenção rápida para encarar o novo dia.

Com passos cautelosos, alcancei a mesinha ao lado da cama, onde repousava meu fiel amigo: um frasco de Myrkle. A cápsula deslizou pela minha mão, e com um gole de água, engoli o remédio que prometia alívio instantâneo. O gosto amargo fez uma promessa silenciosa de bem-estar iminente.

O banheiro, com sua luz brilhante, era meu próximo destino. O chuveiro, meu refúgio. Liguei a água, deixando o vapor envolver o ambiente. Cada gota que caía era como uma pequena redenção, levando embora a névoa etílica que teimava em me seguir.

O calor relaxante da água trouxe consigo uma sensação de renovação. Cada músculo tenso se afrouxava sob o impacto das gotas, e a dor de cabeça começava a se dissipar como a névoa matinal. De olhos fechados, respirei fundo, permitindo-me absorver o presente instante de alívio.

Ao sair do chuveiro, uma toalha macia envolveu meu corpo, absorvendo o excesso de água e deixando um rastro de frescor. O espelho refletia um semblante renovado, olhos menos cansados e uma determinação recém-ignitada.

Vesti-me com cuidado, escolhendo uma camisa branca de linho que contrastava com a pele recém-pós-chuveiro. Um par de jeans desgastados complementava o visual, conferindo uma casualidade que se misturava à elegância inerente.

Nos pés, um par de sapatos de couro, gastados pelo tempo e pelos passos dados em noites semelhantes. Cada peça do vestuário era um escudo contra as lembranças da noite anterior, uma armadura que anunciava a minha prontidão para enfrentar o que o dia reservava.

Com o aroma fresco de sabonete e a confiança de uma nova manhã, saí do banheiro para enfrentar o mundo lá fora. A dor de cabeça era agora apenas uma lembrança, substituída pelo otimismo que só uma boa dose de Myrkle e um banho revigorante poderiam proporcionar.

Desci as escadas com pressa, ajustando meu relógio de pulso enquanto tentava manter o equilíbrio nos degraus.

Enquanto eu descia as escadas, meu telefone tocou, sinalizando uma mensagem. Curioso, tirei-o do bolso para ver quem era e o que dizia a mensagem.

- Porra. - Travo a mandíbula apertando o telefone com força entre as minhas mãos enquanto leio a porcaria da mensagem.

🔬

- Damon, o que está acontecendo? - uma voz atrás mim perguntou, o que atraiu meu a minha atenção.

Minha mãe, France Orpheus, a mulher da máfia italiana. Com seus quarenta e cinco anos, ela permanece imponente na entrada do meu quarto, os braços cruzados revelando a expectativa em seu olhar penetrante de olhos azuis.

Seus cabelos pretos caem em ondas ordenadas, contrastando com a pele clara, enquanto o rosto oval exibe uma expressão séria. Vestida impecavelmente com roupas formais, ela aguarda minha resposta, emanando uma aura de autoridade inquestionável.

- Você brigou com a Valéria? - ela começa a caminhar até mim, cada passo revelando uma determinação calculada. Seus sapatos formais ecoavam no corredor, enquanto sua presença imponente preenchia o espaço ao redor. Com os braços ainda cruzados, seus olhos azuis mantinham contato constante, transmitindo uma mensagem clara: era hora de uma conversa séria - Normalmente as noivas ficam nervosas antes do casamento, seja paciente.

Ecos Da Escuridão Onde histórias criam vida. Descubra agora