15- A carta

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~Riley

Sentindo o sol invadir o meu quarto, eu abro os meus olhos, com dificuldade. Ontem eu havia chegado tranquila em casa, embora tivesse tido a sensação frequente de que algo ou alguém me seguia.

Me sentindo completamente zonza, eu me levanto, seguindo para o banheiro. 

Após tomar o meu banho gelado, eu coloco um vestido lilás, extremamente leve e confortável. E não muito depois, eu borrifei um perfume de lavanda em meu pescoço. Tinha ganhado ela há aproximadamente um ano atrás.

Escutando cinco batidas na porta, eu franzo o meu cenho, pois não estava esperando ninguém, Absolutamente ninguém! Em passos curtos, eu caminho até a porta.

Respirando fundo, e mais uma vez me matando por dentro por ainda não ter providenciado um olho mágico para a porta, eu a abro, e quando percebo de quem se tratava, eu sinto as minhas pupilas dilatarem.

—Me permite entrar?— Ele fala, com um sorriso tímido no rosto. Sem reação, eu apenas balanço a cabeça, dando espaço para o mesmo entrar.

—O quê...— Sussurro. —O que faz aqui?— Fecho a porta, sem desviar o olhar dele.

—Desculpe aparecer de repente, filha.— Ele suspira. —Mas eu precisava te mostrar uma coisa.

Franzindo o meu cenho, eu faço menção para ele sentar no sofá, e assim ele faz. Me sentando em sua frente, eu umedeço os meus lábios.

—Que coisa?— Pergunto, com uma voz cautelosa. Vendo o meu pai sacar um envelope de seu bolso, eu franzo ainda mais o meu cenho.

Ele volta o seu olhar para mim, como se estivesse prestes a falar algo que se fosse revelado da maneira errada, poderia estragar tudo. 

—Filha...— Ela volta o seu olhar para o envelope, meio apreensivo. —Encontrei isso na sua mão quando te coloquei na cama, naquele dia do castelo.— Meu cenho franzido se desfaz, dando espaço agora, para as minhas sobrancelhas arqueadas, totalmente surpresa e confusa. 

—Minha mãe mandou entregar para o Rei, ou algum algum guarda qualquer...— Comento, indiferente. —Por que isso fez o senhor vir aqui?

Abrindo o envelope, ele retira uma carta de ali de dentro. Suas mãos ameaçavam a tremer, me fazendo estranhar a situação.

—Pai?— Sussurro, encarando-o. —Está tudo bem?— Pergunto, e o mesmo apenas balança a cabeça para cima e para baixo, concordando.

—Você quer que eu leia?— Sua voz estava séria, mas ao mesmo tempo, extremamente cautelosa. 

—À vontade!— Falo, dando ombros. —Pode ler sim, pai.

Ele concorda, e umedecendo seus lábios novamente, ele começa. —Eu nem sei por onde começar, Christopher...— Ele começa a leitura. Sua voz estava firme e direta.

Para: Christopher Oliver Martinez .

Eu nem sei nem por onde começar, Christopher. Talvez pelo começo, talvez me desculpando, ou talvez escrevendo logo de cara...Acho que eu devo um pedido de desculpas por tudo o que eu fiz você e a nossa filha passarem. Sei que não fui uma esposa perfeita para você, e muito menos uma mãe perfeita para a Riley. E sei que eu continuo não sendo. E me dói saber disso. Muito! Ontem a nossa filha se mudou, para longe de mim. Talvez ela tenha feito uma boa escolha, e talvez a minha reação não tenha sido uma das melhores, como você deve imaginar. Eu escrevo isso com os olhos marejados, Christopher. Eu não vim aqui, através desta carta, pedir o seu perdão, mas eu vim te alertar, e com isso, pedir um favor. Um último favor! Christopher, há dias, eu tenho sentido algo estranho em meu corpo. Minhas mamas estavam doendo de uma forma insuportável. Fui até as enfermeiras, e elas acharam um tipo de caroço no local. Me deram um prazo de 2  dias até descobrirem o que poderia ser. Passado os dois dias, elas revelaram que eu estava com um tipo de câncer, e temem que eu parta entre quatro a cinco anos. Ou até menos, se eu não der sorte.  Elas não tem um tratamento exato para curar isso, por isso, Christopher, quero pedir que cuide da nossa filha quando eu não estiver mais aqui. Quero que seja aquele pai maravilhoso que você sempre foi, e tenho certeza de que ainda é.

I See YouWhere stories live. Discover now