24- Rosas

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~Malévola

— Oi, Malévola! — Borra diz, pousando alguns centímetros à minha frente. — Como você está? 

 — Estou bem. — Isso é tudo o que eu digo, encarando os seus olhos. 

— Vamos? — Sua voz trêmula indicava nervosismo. — Eles já começaram. 

A reunião estava acontecendo quase no final do Reino dos Moors. Alguns grupos cantarolavam, enquanto outros tocavam algum instrumento. 

— Essa música representa a nossa liberdade. — Ele comenta. — Vem cá, tem algo que eu quero que você experimente! — Borra toma à frente, e eu apenas o sigo. 

— Malévola! — Uma garotinha fala, sorrindo. — Senta aqui, senta aqui! — Inconscientemente, eu olho para Borra, que assentiu com um sorriso meigo. Quando eu sentei, ele se sentou ao meu lado.

— Mab, fala para a Malévola o quão boa é sopa daqui! — Ao falar com a criança, sua voz afinou. 

— É verdade! — Mab se entusiasma. — É a melhor de toodaaas! — Faz um gesto com a mão, a fim de reforçar a sua opinião. 

Borra começou a mexer uma enorme colher em um cadeirão preto. Seus músculos ficaram sobressaltados com essa pequena ação. 

— Acho que já está bom. — Ele sussurra, pondo uma quantidade média numa tigela de barro. Ele ficou mexendo a sopa por uns sete minutos. — Mab, pode me passar o tempero? — Pergunta.

— Aqui, tio Borra! — Entrega o tempero à ele, que colocou uma pequena quantidade no alimento. 

— Pronta para experimentar a melhor comida de sua vida? — Ele brinca, pegando uma colher. Notando a minha expressão duvidosa, ele solta uma risada. — Aqui, Malévola. — Me entrega. — Cuidado, está quente! — Fala, preocupado. 

— Ok. — Seguro a tigela pelos lados, esperando a sopa esfriar um pouco. 

— Tio Borra, sabia que eu aprendi a rodopiar no ar ontem? — Mab comenta. — No início eu fiquei com medo, mas depois gostei bastante, sabe?

— Nossa, você é muito corajosa, garota! Parabéns! 

 O jeito como Borra estava agindo com ela me intrigava. Ele tem jeito com crianças, eu pensei. 

— Obrigada! — Um sorriso largo surge no rosto da garotinha. — Foi muito legal.

Um curto silêncio se instala. 

— Me lembro da primeira vez que eu aprendi a dar cambalhota no ar. — Inicio, atraindo o olhar dos dois. — Eu devia ter a sua idade, mais ou menos. — Olho para Mab. — Eu fiquei muito tonta, quase caí. — Antes que eu pudesse continuar, a garotinha ri. Achei melhor não continuar a minha fala, pois eu tinha quase certeza que no fim eu daria uma lição de moral na criança. 

— Mamãe sempre diz que eu sou muito nova para fazer isso. — Faz uma pausa. — Mas eu quero muito aprender a fazer isso, poxa!— Comenta, indignada.

— Sua mãe está certa. Se você não tiver consciência do que está fazendo, pode perder o controle e acabar se machucando. 

Olhando a expressão de interrogação no rosto de Mab, eu umedeço os meus lábios. Eu realmente estava esperando que uma criança de sete anos e pouco pudesse compreender o quão grave isso é. 

Borra percebeu quase de imediato que a criança não havia entendido nada do que eu disse. 

— O que ela está querendo dizer é que você ainda está no início das suas habilidades de voo. —Inicia. Com poucas palavras, Mab já havia entendido o que ele estava dizendo. — E é melhor que não apresse as coisas, sabe?

I See YouWhere stories live. Discover now