22- Acredite!

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~Riley

Quando voltei, Diaval não perguntou nada em relação ao que escutou. Estava sendo respeitoso, e eu agradeci mentalmente por isso.

Aurora havia ido embora há alguns minutos atrás. Seu olhar sobre mim havia mudado. Acho que ela estava ansiando para que eu falasse algo à respeito dos meus sentimentos por Malévola.

— Riley, o que acha de descansarmos? Amanhã cedo nós continuamos a procurá-la. — Diaval se aproxima mais um pouco. — Você está exausta, e se continuar assim, seu corpo pode começar a reagir contra você, e isso não deve ser nada legal, eu imagino.

Ele não estava errado.

— Para um corvo, até que você sabe muita coisa sobre os humanos. — Brinco, tentando fazer com que eu pare de ficar pensando em 'N' possibilidades que podem ter acontecido com Malévola.

— Corvos são muito espertos! — Se orgulha de sua origem.

— É, isso é muito perceptível, Diaval. —Abro um leve sorriso. — Vamos dormir.

Franzindo o meu cenho, eu balbucio alguma coisa indecifrável e me viro para o outro lado, a fim de voltar a dormir.

— Ouçam, habitantes de Moors! — Uma voz surge. Se trata da mesma voz que eu odeio com todo o meu ser! É a ajudante da Rainha! — E de todos os outros Reinos! O rei e a rainha os convidam para o casamento do seu filho Phillip com Aurora daqui a três dias! Todos são bem vindos, e todos são esperados! — A voz dela me dava nojo.

No mesmo instante que isso foi anunciado, o reino todo ficou alegre. Ou melhor, quase todo o Reino. Eu não conseguia acreditar que algo bom estava por vir.

Com a respiração pesada, eu me sento na grama. Diaval me encarava de um jeito estranho. Parecia estar preocupado.  Ele também parecia não estar gostando nada disso.

— Está sentindo a mesma coisa que eu? — Minha voz sonolenta ia se dissipando aos poucos.

— Eu acho que sim. — Franze o cenho. — Acha que estão planejando alguma coisa?

Suspirando, eu volto o meu olhar para o céu.

— Acho. — Isso é tudo o que eu digo.

Com cuidado, Diaval se aproxima. 

— Vamos parar de pensar nisso. Pelo menos, por enquanto! — Volto o meu olhar para ele. — Quanto mais você pensar, mais ficará mal. — Ele estava tentando ser a pessoa (Ou corvo) mais acolhedora possível. Acho que, no momento, eu realmente estava precisando disso. 

— Eu acho que vou para a minha casa... Sabe? Preciso de um banho. — Ajeito o meu cabelo. — Pode ir comigo, se quiser.  — Faço uma pausa. — De lá, começamos a procurá-la novamente. — Minha voz não estava nem um pouco esperançosa. 

Diaval pareceu ter ficado incomodado com alguma coisa. Não demorou muito para por para fora.

— Você não acha melhor esperar o casamento? — Remexe os dedos, a fim de conter o nervosismo. — Eu sei que ontem a noite eu falei que iríamos procurá-la, mas pense bem... — Engole o seco. — Acho que teremos mais chances. — Dá ombros. — Afinal, se trata de Aurora... Malévola sempre dá um jeito de saber tudo o que está acontecendo com as pessoas que se importa, entende? Por isso eu acho que as chances de encontrarmos alguma pista será maior. 

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