A Mulher da Minha Vida

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Antônio On:
Eu não vou negar o quanto estou apaixonado por ela. Não vou mentir sobre os meus sentimentos, enquanto tento ser duro comigo mesmo e com os outros novamente. Já não me importo mais em manter as aparências ou parecer uma fortaleza. Eu sei que Irene ainda pensa que não é e nunca foi amada por mim. Mas, eu quero provar a cada dia mais, o quanto ela está errada.

- Disse. Afirmou, decidido. Eu disse que te amo. Segurou firmemente seus braços. Eu disse que te amo porque é verdade. Você é a mulher da minha vida, Irene. A encarou, um pouco mais próximo do que poderia resistir.
- Isso não é verdade. Se separou dele, seguindo até a varanda da fazenda. Isso não é verdade porque eu passei a vida inteira ouvindo de você que a única mulher que já amou na vida foi aquela desgraçada da Ágatha. Continuou de costas, enquanto Antônio a obrigava a olhar pra ele.
- Eu achei que amasse. Lembrou. Mas, quando eu assisti o jornal e vi que você estava naquele carro que capotou, eu quase morri. Revelou. Irene, eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você. Declarou. Nunca.

Irene On:
Eu sempre sonhei ouvir de Antônio que ele me amava. Sempre. Eu ouvi algumas vezes, mas logo depois, ele afirmava durante uma briga qualquer, que ela sim, era a mulher que ele amava. A verdade é que, eu sempre fui a linha de escape. Alguém que precisava estar ao seu lado para garantir que ele jamais se sentisse sozinho. Onde quer que seja. E foi isso que eu fui. Todo esse tempo.

- Você diz isso porque só tem a mim. Negou olhar pra ele. Diz isso porque somos só nós, aqui, nessa casa onde não restou mais nada, nem ninguém. Nem mesmo a Ágatha. Aquela desgraçada te envenenou. Fez com você o eu sempre disse que faria e você não quis me ouvir. Quase gritou, enquanto o homem voltava a se aproximar. Se ela estivesse aqui, você estaria correndo atrás dela de novo. Afirmou, como se tivesse total certeza disso.
- Irene?! Chamou. Por favor, olha pra mim. Pediu, desesperado. O que eu tenho que fazer pra você acreditar que eu mudei? O que eu tenho que fazer pra você entender que eu mesmo não sabia que sentia algo tão forte assim por você? O quê?

" NINGUÉM CHEGA AOS PÉS DELA. NINGUÉM. VOCÊ MENOS QUE QUALQUER OUTRA."

As palavras pronunciadas por Antônio logo após o enterro de Daniel ainda ecoavam na cabeça de Irene como se tivessem total domínio sobre ela. O medo de ser tão machucada outra vez a dominam como se fossem um fardo pesado demais a se carregar. Ela ainda não pôde perdoa-lo por amar outra mulher, enquanto ela o amava um pouco mais todos os dias. E por isso, seguiu omitindo seus verdadeiros sentimentos.

- Você matou o que eu sentia por você quando me arremessou pra fora dessa casa, como se eu não fosse nada, Antônio. Se desvencilhou dele, evitando qualquer contato.
- Então olha nos meus olhos e diz de novo. Pediu, inconformado. Diz que não sente mais nada por mim. Segurou firmemente sua cintura, enquanto fazia uma manobra que a trouxesse para bem perto. Diz. Insistiu.

Irene On:
Nada disso é verdade. Eu amo desesperadamente esse homem. Amo mais que a minha própria vida. Amo tanto que as vezes me assusta ama-lo tanto assim. E quando eu penso estar sem ele, é como se eu parasse de respirar. É como deixar de existir.

O homem, sedutor, continuou segurando firmemente a mulher em seus braços. Seus olhares se cruzaram enquanto a respiração da mais nova acelerava. Os ânimos exaltados eram como um elixir de desejo. Antônio não podia resistir às reações de sua ex-esposa. A conhecia bem. Para ele, ela não conseguia mentir. Se aproximou dela, enquanto a mesma tentava se esquivar e a beijou, invasivo. Um beijo quente, desejado e arrebatador. Ele bagunçava os cabelos de Irene, enquanto ela segurava firmemente a região de seus ombros. Antônio tirou a blusa da mulher de dentro da calça e começou a subi-la, enquanto suas mãos provocavam uma pressão absurda em seu corpo. A mulher desabotoava os botões da roupa do agrônomo e fez com que alguns deles se perdessem pela varanda, enquanto ambos continuavam se amassando na parte de fora da enorme casa que moravam.
- Vamos subir? Chamou, com a boca coberta pelo batom da mulher. Vamos pro quarto. Pediu, enquanto beijava seu pescoço quente. Eu quero você. Entregou. Eu quero você demais da conta, voltou a remexer a blusa de Irene, enquanto alisava seus cabelos, sem perceber que ela recuperava sua lucidez.
- Não. Se afastou de forma precoce. Nós não podemos Antônio. Fugiu. Não podemos porque não fazemos bem um ao outro. Fez sinal de negação com a cabeça. Eu não te amo mais e isso é um erro. Mentiu, enquanto ajeitava a própria blusa. A gente tem que continuar distante se quiser mudar de verdade.
- Irene?! Chamou. Isso não é verdade. Tentou se aproximar novamente. A gente se conhece. Olha isso. Fez com que suas mãos repousassem em seu peito. Sente isso aqui. Pediu, enquanto ela voltava a se afastar.
- Nada mais nos une a não ser a nossa filha, Antônio. Lembrou. Nós não somos mais um casal e quem decidiu que seria melhor assim não fui eu. Foi você. Fugiu, decidida de que não poderia se entregar ao homem, enquanto deixava Antônio no meio da varanda, impactado, com tudo o que havia acabado de acontecer.

Antorene: The After Onde histórias criam vida. Descubra agora