Capítulo 8

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Alerta de gatilho para discussões que mencionem exploração sexual e estupro.

Capítulo Oito

Então

Eles rapidamente entram na rotina da pequena comunidade do Bed and Breakfast.

Beth percebe que a princípio Daryl tenta mantê-la o mais próximo possível, ainda não totalmente pronto para confiar nessas pessoas, e então eles passam um tempo juntos caçando ou completando tarefas que lhes são atribuídas no jardim ou nos prédios. Daryl assume a responsabilidade de reforçar as defesas e, seguindo seu conselho, eles logo estão cavando buracos nas paredes e procurando materiais para fazer estacas.

É um trabalho bom, árduo e honesto e, no final do dia, Beth pode cair exausta na cama, com os músculos doloridos, e cair em um sono sem sonhos, sentindo-se como se tivesse ajudado a realizar algo. Essas pessoas estão mais seguras agora porque ela e Daryl se juntaram a eles, eles têm mais chances de sobreviver. Eles podem ter perdido seu próprio grupo, mas isso é algo para se orgulhar.

Chega a segunda semana e Daryl começa a deixá-la por períodos mais longos, já que Beth é relegada a tarefas internas ou de jardim com as outras mulheres e Tom. Tom está quieto, parecendo nunca querer interagir com nenhum deles, seus olhos ficam principalmente no chão. Ela fala com as mulheres, porém, e Beth descobre que Richard e Deborah administravam o B&B antes da virada, que Frank havia trabalhado para eles, enquanto eles encontraram os outros ao longo do caminho. Beth descobre que Frank e Anna estão juntos, enquanto Cindy está com Greg.

"Vocês estão juntos há muito tempo?" Ela pergunta a Cindy, tentando puxar conversa: "Vocês se conheciam antes de tudo acontecer ou foi depois?"

"Não, foi depois. Ele nos encontrou, eu e Tom. Estávamos escondidos em nossa casa, com nossas últimas latas de comida e desesperados por alguém para ajudar, e ele nos trouxe de volta aqui."

"Foi uma sorte", comenta Beth, enquanto continua a picar vegetais para o jantar, "E então vocês acabaram juntos." Ela sorri para Cindy, pensando em como as coisas funcionam mesmo nos piores momentos.

"Bem, você sabe como é agora." Cindy comenta encolhendo os ombros, e a expressão em seu rosto confunde Beth, uma espécie de resignação, mas Beth balança a cabeça mesmo assim, pensando em todos os motivos daquele olhar. Não há mais tantas opções na vida, mas é possível que Cindy ainda sinta falta de alguém, seja o pai de Tom ou outro homem.

Anna tem uma história semelhante e, uma vez contada, eles voltam a falar de outras coisas, de suas famílias e onde moraram, do que sentem falta e de coisas que descobriram após a virada.

Beth lembra novamente da fazenda, de preparar o jantar com Patricia e Maggie, de conversar com Lori e Andrea, e ela se pergunta mais uma vez onde elas estão e como estão. Os dias estão ficando mais frios à medida que o outono avança e ela espera que eles tenham encontrado um lugar seguro para Lori ter o bebê, um lugar onde todos possam sobreviver.

Ela e Daryl ainda encontrarão aquele lugar, ela sabe que sim. Beth não está pronta para desistir, ela sabe que não é isso que eles estão aqui com essas pessoas. É uma parada no caminho, uma chance de descansar e se fortalecer, mas eles não vão parar de olhar, nunca vão parar de olhar.

Todas as tardes, após o término do trabalho do dia, ela e Daryl saem além dos muros para continuar seu treinamento. Beth tenta não ficar confiante demais, mas sabe que está ficando boa em rastreamento. Ela pode nunca ser tão boa com Daryl, mas agora consegue distinguir as diferentes estampas e tem uma noção de quão frescas elas são. Isso a lembra dos romances de mistério que ela costumava ler às vezes, de juntar as peças das pistas para tentar descobrir o final antes que fosse revelado.

O que nos tornamos ao longo do caminho (Bethyl) - | TRADUÇÃO |Where stories live. Discover now