Capítulo III

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— Estamos prontos para ir? — Jisung perguntou ao conde de Mooncrest quando o mesmo se aproximou dele no salão. — Alimentou-se?

Sasuke negou com a cabeça.

— Devemos permanecer aqui?

Negou novamente.

— O que foi, o morcego comeu sua língua? Expresse suas indignações com palavras, amigo. — Cruzou os braços.

— Vamos embora. Imediatamente. — Encaminhou-se para as portas que davam acesso à rua.

O vampiro que caminhava ao lado do conde tinha uma cintura estreita bonita, bochechas redondas, cabelos castanhos ondulados e olhos amendoados negros brilhantes. Estava trajado como um nobre da mais pura aristocracia, chamando a atenção das damas solteiras, que o enviavam sinais pelos seus leques sobre sua disponibilidade para serem desposadas.

— Quanta exasperação¹, o que passou? — Ele apressou-se para acompanhá-lo.

— Nada demais — Sasuke agarrou com força o topo de sua bengala² e saiu pelas enormes portas.

Jisung o seguiu logo atrás, com sua bengala dourada brilhante realçando em meio a seu traje elegante. Ele encaixou o chapéu sobre os cabelos e alinhou seu paletó. A máscara com rubis encravados que ele carregava brilhava suavemente na penumbra, como se as pedras fossem gotas de sangue.

— Beberemos no caminho?

O Uchiha concordou com a cabeça e eles seguiram na direção do castelo dos Han.

Um pobre desavisado, que cruzou a mesma rua que eles, acabou servindo de jantar para ambos os vampiros, mas foi deixado adormecido em um banco de madeira para repor suas energias antes de continuar seu trajeto para sabe-se-lá onde estivera indo.

Chegando no vasto castelo, Jisung inquiriu:

— Diga-me o que se passou! Quem ou o que o aborreceram terrivelmente?

— Jisung... o que sabe sobre companheiros predestinados?

— Que você não acredita que eles existam, e que se existissem você os odiaria por causa do que essa ideia fez a Min-ho. E que foi por causa deles que os nossos caminhos se cruzaram.

— Não, além disso. Desejo saber o que você ouviu sobre essa lenda por aí.

Ele ficou pensativo por um minuto antes de responder:

— Não sei muito mais do que você, conde. Estivemos vagando juntos desde que me transformei, poucos foram os meses em que nos separamos para confundir nosso perseguidor. O que ouvi foi que companheiros predestinados são raros demais. De fato, apenas uma lenda para nossa espécie. — Jisung pegou uma garrafa de seu uísque Johnnie Walker que mantinha no armário de bebidas, serviu um copo para si e outro para o amigo.

— Certamente. Demônios como nós não merecem algo bonito e puro como o amor verdadeiro.

— Não compreendo qual a relação deste assunto com sua exasperação de mais cedo. — Estendeu o copo para o mais velho, que o pegou e o bebericou.

— Tinha um... garoto... diferente no baile.

— Diferente como? — Sentou-se no sofá encoberto por uma manta de algodão.

— Eu não sei dizer. Trocamos olhares durante a dança, ele se aproximou de mim no jardim questionando-me e parecendo um possível aborrecimento, então deixei meu demônio assumir porque não estava com paciência para engabelá-lo. Eu o compeli a ficar manso e esquecer-se do nosso encontro, mas foi... incomum.

Jisung franziu o cenho e bebeu seu uísque, saboreando cada nota amarga.

— De que maneira?

— Ao mesmo tempo em que parecia que ele estava totalmente sob a névoa de minha hipnose, porque ele foi honesto e indecoroso, também reagia mal a algumas das minhas indiscrições, contrariando a mansidão que deveria exibir.

Vampire's Delight | SasuNaru VersionWhere stories live. Discover now