Capítulo IV

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Naquela noite, depois de voltar para casa após o baile, ele perguntou a seu pai quando seria o próximo evento social aberto que frequentariam, para o espanto do duque que achava que seu filho não estava interessado na alta sociedade. Mas, depois de saber que não havia nenhum convite de significativo valor e renome interessando seu pai, Naruto teve de recorrer a outros métodos.

Usando de sua influência como lorde, ele extraiu informações dos criados de sua casa e depois do hotel em que imaginou que o tal Uchiha estaria, já que era o único na cidade. Somente para descobrir que ele nunca foi um hóspede. Sendo um andarilho não pertencente à cidade, sem uma família que carregasse seu sobrenome residindo no local, ele deveria estar em um hotel...

Naruto foi até o mestre de cerimônias que organizava os bailes e através dele descobriu o nome completo do conde: Sasuke Uchiha, e também que ele estava acompanhando um colega.

— O outro cavalheiro se chama Jisung Han, milorde — o homem o contou.

Uma pitada de ciúmes mordeu seu peito e ele se perguntou se o tal Jisung seria mais do que apenas um colega do conde.

Aparentemente, a família Han era antiga na cidade, mas pouco participativa. O Han reminiscente que vivia no castelo da família faleceu semanas atrás e por isso entraram em contato com seu sobrinho, Jisung, para receber a herança.

— O falecido morava em um castelo assombrado nos limites da cidade. Ninguém se atreve a perambular em suas terras, com o receio de ser amaldiçoado por um encosto, milorde — o cavaleiro tentava convencer Naruto a não galopar até o local desconhecido.

— Assombrado? Não seja leviano. Fantasmas são artifícios da literatura para afugentar o coração dos fracos. — O lorde montou o alazão e tomou o cabresto nas mãos. — Lembre-se de não dizer a ninguém que selou este cavalo para mim. Somente se o duque exigir saber onde estou, diga que estudo na biblioteca e que voltarei antes do anoitecer. No mais, mantenha sua boca fechada.

— Sim, milorde.

Assombrado...? Bobagem!

Bem, o Uzumaki disse a si mesmo, mas quando desceu de seu cavalo e olhou para o topo da colina, sentiu um calafrio lamber-lhe a espinha. O castelo, envolto em um manto de mistério, erguia-se majestosamente com suas torres afiadas e ameias¹ ornamentadas.

A construção gótica imponente emergia de um nevoeiro. As torres altas e sinistras perfuravam o céu nublado como agulhas negras. A luz fraca do sol que vencia as nuvens densas lançava sombras dançantes nas pedras gastas, acrescentando uma aura de melancolia ao ambiente.

Videiras retorcidas em um tom amarelado seco subiam pelas paredes de pedra cinza, como tentáculos. Estátuas de gárgulas² de pedra pareciam observar Naruto de cima, com seus olhos vazios sem vida o mirando. E embora fosse dia, o nevoeiro tornava o local tão escuro quanto a noite.

O cavalo do lorde relinchou e negou-se a chegar mais perto. Então, ele fez uma carícia apaziguadora nas costas do animal e desmontou, deixando-o amarrado na sombra dos altos pinheiros. Ele se certificou de dar uma maçã ao alazão e um afago antes de se afastar, em direção a escadaria.

Uma ventania repentina começou a assoviar nos ouvidos de Naruto, sacudindo a braquiária seca do jardim morto, criando uma trilha sonora sinistra. Ele abraçou a si mesmo e continuou, inabalável, mas tremendo por dentro. Os degraus eram feitos de pedra, assim como a passarela que levava à porta de entrada.

Quando se aproximou, deparou-se com a madeira escura estendendo-se imponente por três metros ou mais. Quem morava ali era um gigante ou o quê?

Naruto hesitou antes de usar a aldraba³ para bater à porta, porque a figura que unia a argola de ferro à porta era uma gárgula carrancuda que o lembrava um demônio muito feio.

Vampire's Delight | SasuNaru VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora