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SAM's POV


Já haviam se passado dois dias após a minha decisão e eu ainda estava naquele quarto de hospital.
Os minutos se arrastavam, as horas pareciam uma eternidade... eu só queria ir embora.

Mon ficou comigo durante esses dois dias, me fez companhia... e quando ela não podia, dava um jeito de revezar com uma das meninas, elas nunca me deixaram sozinha.
Não me julgaram momento algum após eu decidir mesmo não querer levar essa gravidez adiante, me apoiaram em tudo e continuam me apoiando.
Não fazem perguntas sem parar o tempo inteiro, ou sequer ficam encima de mim tempo inteiro... elas me respeitam.

Tee estava aqui há alguns minutos atrás, mas precisou ir embora por conta do trabalho.
Jim, chegaria pra ficar comigo no lugar dela, já que Mon precisa descansar bem por conta da cabeça, mas garanto que ela já está bem melhor do que antes.

Eu estava deitada mexendo no celular, esperando a hora passar... até que escuto algumas batidas na porta antes de ela se abrir.
Era a Dtra. Manobal... tinha no rosto um sorriso fraco e sua prancheta nas mãos.

— Posso entrar? — Ela pergunta ainda parada na porta.

— Claro... — Me ajeito sobre a cama e deixo o celular de lado.

— Eu estava passando por aqui e decidi ver se você está bem... se está sendo bem atendida pelas enfermeiras daqui... — Ela caminhou até a poltrona ao lado da cama e se sentou.

— Ah... está tudo bem sim! E não se preocupe, as enfermeiras me tratam super bem. — Digo com um sorriso fraco no rosto.

— Ótimo... isso é muito bom. — Ela sorriu fraco. — Olha, eu sei que você não é mais minha paciente, mas quero que saiba que é muito importante pra mim que esteja realmente bem.... não só fisicamente, mas emocionalmente também.
A decisão que tomou é algo sério... requer muito cuidado com o seu psicológico!

— É... eu sei. — Suspiro e desvio o olhar.

— Sabe que eu te apoiei assim que você tomou essa decisão... não sabe? — Confirmo com a cabeça e volto a olhar pra ela... — É meu dever como profissional, mas principalmente como mulher!
Fazer você se sentir acolhida e respeitada diante esses direitos... direitos que todas deveriam ter! — Confirmo com com a cabeça novamente, concordando com tudo que a mesma havia dito. — Mas, seja sincera... você está realmente certa da sua decisão?

No momento, engoli em seco e uma expressão de dúvida surgiu em meu rosto.

— Lisa, olha... — Tento dizer, mas sou interrompida.

— Sam... eu vou te contar uma coisa... mas tem que prometer que não vai contar pra ninguém... por favor! — Ela disse ainda sorrindo fraco.

— Eu prometo... até porquê, não vejo motivos pra espalhar nada! — Sorrio fraco também.

— Quando comecei a trabalhar nesse hospital, eu tive minha primeira paciente... na minha primeira semana de trabalho!
Quando eu a vi pela primeira vez, ela tinha manchas roxas meio esverdeadas pelos braços... ela morria de medo de ser tocada... mas ela tinha mais medo do marido.
Ele nunca deixou qua ela fosse a uma consulta sozinha.
Estava sempre no pé dela, fazendo perguntas... ele a invalidava todos os dias, de todos os jeitos!
Até que um dia, ela apareceu sozinha no meu consultório... a mesma estava eufórica e tremia de medo. Como se estivesse fugindo de alguém, entende?

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