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20- Maldita seja a vida


JJ já havia saído do quarto há um tempo. Iris falou que colocaria seu celular para carregar e que voltaria para o quintal, mas não foi isso que ela fez. A realidade é que ela pegou o celular, respondeu algumas mensagens de seu trabalho, já que começaria amanhã, e logo depois ficou encarando o aparelho carregando por tempo demais, se culpando por estar se divertindo enquanto seu pai a esperava. Se é que a esperava.

É claro que a bebida a deixava um pouco isenta dessa culpa, ela sabia que seria pior se estivesse 100% sóbria. Mas de qualquer forma, era impressionante como seu pai podia a afetar, mesmo longe, mesmo sem saber o porquê.

— Oi. — Iris escuta John B dizer. Ela se vira e vê o garoto parado na porta.

— Oi. Desculpa. — Iris fala automaticamente. Ela não sabe e sabe o motivo das desculpas.

John B franze a testa. — Desculpas pelo que?

— A casa. Eu meio que estou morando aqui sem permissão. — Ela diz um pouco envergonhada, mas John B ri ao se encostar no batente da porta.

— Eu teoricamente estava morto. Acho que não se pede autorização aos mortos. — Ele sorri. — E você, assim como qualquer um dos nossos amigos, tem permissão para estar e ficar aqui sempre que quiser.

Iris sorriu largamente. — Obrigada.

John B acenou com a cabeça. — Na verdade eu até gostei de ter você morando aqui. Pelo menos isso não está um lixo cheio de pó.

— Bom, eu faço o que posso para não viver espirrando. — Ela riu. Um silêncio confortável se seguiu.

— Nada contra o Ward ou Rafe além do que aquela mulher propôs? — John B questiona. A garota piscou com a mudança rápida de assunto.

— Na verdade, eu tenho algumas coisas que montam uma linha do tempo sobre Ward no meu computador.

John B se mostrou confuso, Iris se apressou para explicar.

— Não é grande coisa, se é o que você acha. Não prova nada, mas pode fazer um barulho se for bem explicado.

— E o que você pensa em fazer com isso? — Ele pergunta, virando o resto de cerveja que havia em sua latinha.

— Não sei. Mas eu vou descobrir. — Ela afirmou e John B sorriu um pouco.

Ela tinha notado que o garoto parecia mais sério do que o comum, então foi interessante ver o garoto sorrir naquela conversa assim como na festa que fizeram.

Iris se assustou um pouco quando John B deu alguns passos e a abraçou repentinamente. Ela não questionou, apenas passou os braços pelas costas do garoto, gostando de como aquilo soava um gesto de irmandade. Tudo naquele abraço gritava um "obrigado" e um "estou aqui".

 Tudo naquele abraço gritava um "obrigado" e um "estou aqui"

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𝘾𝙊𝙐𝙇𝘿'𝙑𝙀 ❘ JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora