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25- O descendente

—Não acho que seria assim que funcionária. Deve ser assustador na verdade. — Iris fala seriamente para JJ, que rola os olhos.

— Mas imagine ser o último. Eles devem pensar... — O garoto respirou fundo e então, começou a falar com uma voz fina. — ... "Nossa, todos foram menos eu, eu sou o pior".

Ela ri da imitação de JJ. — Então você quer dizer que seria tipo como ser o último escolhido na aula de educação física?

— Exatamente. — Ele sorri, feliz por ela ter entendido seu ponto.

— Mas ainda sim. Imagine você estar tranquilo na sua casa e de repente algo gigante te tirar de lá para você ser triturado em uma caverna escura? — Iris leva a cerveja até a boca e toma um gole.

Os dois estão sentados nas escadas enquanto bebem. Sem nada para fazer de realmente importante, eles discutem de forma trivial se uma última bolacha do pacote gostaria de ser comida ou não.

— E como a bolacha saberia que seria assim? — JJ levanta uma sombrancelha.

— Ela viu o que aconteceu com as outras. — A garota dá de ombros e olha para JJ, que bufa em descaso, sentindo que está perdendo em seus argumentos.

— Então ela viu a pobre família dela ser comida. Trágico. — Diz JJ em forma de piada.

— Então você admite que ela não gostaria de ser comida? — Iris questiona de forma convencida.

Mas JJ ainda é JJ, óbvio que ele não se daria por vencer. — Não. Nesse caso se ela perdeu todo mundo, então ela gostaria de morrer para se juntar aos entes queridos.

A garota forma uma carranca no rosto. Embora idiota, os dois levam a discussão bem a sério. Iris está pronta para uma nova rodada de argumentos quando o celular de JJ toca no bolso. Desajeitadamente, ele o pega e atende.

Iris não liga muito para a ligação, ela espera pacientemente que termine, mas quando JJ solta uma exclamação de surpresa e, de forma afobada, desliga o celular, ela se sente na obrigação de perguntar. — O que foi?

— Guffy acabou de ligar. Algo aconteceu com o Sr. Heyward. Algo ruim. — Ele fala, com um vinco entre as sombrancelhas.

Iris se levanta assim que o escuta. JJ não se mexe após dar a informação. — Vamos avisar Pope! Anda. — Ela fala, fazendo com que o garoto reagisse.

Eles correram até Pope, que conversava com Kiara. JJ avisou que algo havia acontecido com pai de Pope sem dar muitos detalhes. Os quatro saíram correndo, seguindo um Pope muito preocupado. Kiara chamou Sarah e John B e em poucos minutos eles estavam no estabelecimento dos Heyward.

— Avise se eu apertar muito. — Sarah dizia enquanto colocava um curativo no machucado na testa do Sr. Heyward. O homem tinha sangue por sua camiseta e embora machucado, não parecia abatido ou transtornado.

— Está ótimo. Obrigado, querida. — Ele diz assim que a garota termina.

— O que aconteceu? — Pope se aproxima e pergunta ao pai.

— Eu devia imaginar. — O homem suspira. — O cara chegou quando eu estava fechando, me pegou de surpresa.

Iris, encostada na cerca do pier de madeira ao lado de JJ, observa os estranhos olhares entre Sarah e John B, mas foca no que o homem está  relatando. — Ele me derrubou, botou o joelho no meu peito e ficou me perguntando daquela chave do desenho que você me mostrou.

Os amigos trocam olhares com Pope. — E só pra constar, eu não disse nada a ele. — Há uma pausa. — Você a encontrou?

Silenciosamente, Pope tira a chave dourada do bolso e entrega nas mãos do pai. — Achei no apartamento antigo da vovó, como você disse.

𝘾𝙊𝙐𝙇𝘿'𝙑𝙀 ❘ JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora