Divided Heart || Carlos Sainz Or Charles Leclerc?

🔸 Capítulo IX.

ISABELLA GRACIE RUSSELL

Barcelona, 3 de junho de 2023.

O circuito de Barcelona definitivamente está entre meus favoritos, embora minha lista de preferências seja bastante ampla. No topo, Mônaco ocupa o primeiro lugar, seguido pelo emocionante circuito de Interlagos, graças à vibração contagiante do Brasil. Singapura vem em terceiro, com Barcelona fechando minha seleção pessoal em quarto. Contudo, ainda estou comovida com a vitória de Charles em Mônaco, sua corrida em casa. Foi emocionante demais vê-lo no pódio, radiante de felicidade, celebrado por sua família; um momento verdadeiramente inesquecível.

Agora, porém, a atenção se volta para outra corrida importante, a corrida em casa de Carlos, e a expectativa para que ele vença é enorme. Ele está visivelmente ansioso, com todos os seus esforços voltados para a vitória.

Ontem tive o prazer de conhecer os pais de Carlos, ainda que informalmente, já que nosso relacionamento ainda não foi oficializado. Talvez Carlos esteja esperando o momento perfeito para isso, ou talvez ainda tenha suas dúvidas. Essa incerteza me deixa um tanto insegura. Mas, sobre a visita à família Sainz, foi tudo maravilhoso. Blanca e Ana, as irmãs de Carlos, são adoráveis, assim como Dona Reyes. E Carlos Sainz Pai, embora seja um homem de forte personalidade, mostrou-se extremamente educado. Tudo parece caminhar bem, mas há uma preocupação rondando minha mente: o aniversário do meu pai. Seria impossível não convidar Carlos, especialmente considerando que minha mãe insistiria nisso, e eu não gostaria de esperar até o próximo evento dos Russell para fazer as apresentações formais aos meus pais.

Aqui estou eu, de novo no box da Ferrari, marcando presença pelo segundo fim de semana consecutivo. Na corrida de Mônaco, Carlos fez questão de que eu assistisse do box da Ferrari, e acabei aceitando. Hoje, ele pediu novamente para que eu estivesse aqui para a classificação, destacando o quanto é importante para ele minha presença. Naturalmente, meu irmão não ficou nada contente com essa ideia, mas prometi que na próxima estaria de volta ao box da Mercedes. Contudo, estou incerta se poderei estar no GP do Canadá, considerando minha mudança para Mônaco. Recentemente, firmei um contrato multianual com a APM como modelo e embaixadora, e também decidi abrir meu próprio estúdio de fotografia no Principado, seguindo o caminho que já tinha trilhado em Londres.

A família Sainz compareceu em peso ao Paddock hoje. Vim para cá com Lando, mas tive um encontro para o café da manhã com Dona Reyes, Blanca e Ana, enquanto o Senhor Carlos e meu Carlos se dedicavam a exercícios de concentração. Ao chegar com Lando, cruzei com Charles, que parecia inquieto, circulando pelos boxes. Desta vez, optei por ignorá-lo. Nosso último encontro apenas reforçou minha decisão de que a melhor forma de me libertar desses sentimentos é mantendo distância. E, de certa forma, estou em paz com essa decisão. Acredito que não há nada de errado em procurar o melhor para si.

- Você parece preocupada, querida. — Dona Reyes me interrompe, trazendo-me de volta da minha reflexão.

-Ah... Sim, estou um pouco, mas tenho confiança no Carlos. Nunca o vi tão focado. — respondo, desviando meu olhar para o espanhol que se aprontava para entrar no cockpit.

- Meu filho sempre foi muito determinado. Estou feliz que ele tenha você ao lado, Bel. A rotina de um piloto é cheia de pressões e estresse, e você tem sido uma companheira incrível para ele. — diz Dona Reyes, com um sorriso sincero e acolhedor.

- Obrigada por me receber tão bem, dona Reyes. E eu me sinto muito feliz por fazer parte da vida do Carlos. — respondo com um sorriso simples e sincero.

- Ah, querida, me chame apenas de Reyes. Você já é parte da família. — ela responde, colocando a mão em meu ombro de forma carinhosa.

Sempre sonhei com uma família onde o amor fraternal fosse a base, onde o carinho transbordasse como a principal forma de expressar o afeto entre seus membros. Durante o tempo que passei com a família Leclerc, testemunhei essa calorosa demonstração de amor que tanto almejava. Tia Pascale e Hervé sempre se mostraram pais extremamente carinhosos e atenciosos, tratando seus filhos de maneira igualitária e com imenso amor. Agora, observo na família Sainz o mesmo tipo de carinho e afeto que sempre desejei encontrar em minha própria família. Não é que meus pais não sejam boas pessoas; eles simplesmente não demonstravam amor de forma aberta e frequentemente estavam demasiadamente envolvidos em outras questões, deixando-me sentir como se estivesse em segundo, terceiro ou até último lugar em suas prioridades.