Capítulo 7 ✨

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Enquanto Ludmilla ia buscar a máquina
fotográfica, Brunna ficou remoendo o
pensamento de que a outra havia visto ela
dormir, pior ainda descabelada e jogada de
qualquer jeito no sofá, logicamente uma foto tirada nessas condições só poderia ter ficado terrível. Levou um susto quando ela voltou para cozinha.

- Vem cá ver Bru.

Ela olhou espantada para foto que a garota
mostrava, não esperava aquele resultado.

- Minha nossa Ludmilla, você fez milagre. Essa foto não se parece em nada comigo, essa moça ai não tem como ser eu.

- Claro que não faço milagres se a modelo
não ajuda, a única coisa que fiz foi acertar
o ângulo para a foto. Você é muito bonita
Brunna, poderia facilmente trabalhar como
modelo.

A cor no rosto da loira mudou de vermelho
clarinho para roxo em poucos segundos,
nunca havia recebido um elogio desse
tipo, por mais que soubesse que Ludmilla
estava apenas sendo gentil, não soube
o que responder, apenas gaguejou um
agradecimento.

- Ah...eerr.. Obrigada Ludmilla. Agora pode
apagar essa foto?

A maior pareceu decepcionada quando ela
falou aquilo.

- Você não gostou da foto?

- Ah, eu adorei, mas ela não teria
nenhumna utilidade para você.

- Eu tinha pensando em imprimir uma cópia
e te dar de presente, pela ajuda que me deu
aqui.

- Nãooo!!

Aquele "não" saiu mais rápido e mais
brusco do que ela tensionava, mas não queria ter que explicar que seu marido rasgaria a foto caso achasse e ainda lhe daria uma lição de moral terrível. Queria que a garota pensasse que ela levava uma vida feliz, sem um marido tão opressor, queria tanto que Ludmilla tivesse uma boa impressão dela, que fosse sua amiga, mas
se falasse sobre Caio, sem duvida ela se
afastaria, ninguém mais tem paciência para os dramas dos outros hoje dia. Arrumou a única desculpa que passou pela sua cabeça naquela hora.

- Não é certo Ludmilla, é seu trabalho, não posso aceitar ele de graça, quem sabe mais frente posso comprar.

-Mas seria um presente de agradecimento.

- Mesmo assim, eu não me sentiria a
vontade. Me desculpe?

E lá vinha aguele sorriso encantador
novamente. Se anjos existissem e sorrissem
provavelmente seria parecido com o sorriso
de Ludmilla.

- Ok Bru, eu te desculpo, mas tem uma
condição.

- Qual? - A loira questionou.

- Me deixar tirar mais algumas fotos suas? Só quero ver o quanto você é fotogênica, quero ter certeza que meu olhar de fotógrafa não se enganou.

Mais fotos? Sério? Sentiu um leve enjôo, a
pizza que havia comido deu uma remexida
em seu estômago, nunca gostou de fotos, e
fotos com a garota não devia ser uma boa
ideia, mas não queria ofender ainda mais a
outra, já havia recusado um presente.

-Tudo bem Ludmilla, mas só algumas e depois você apaga.

–Combinado. Vou pegar minha outra
camera, quero fotos perfeitas.

A garota posicionou Brunna de costa para janela e olhou a luz.

- Ok Brunna, agora apoie a mão direita no
queixo e deixe dois dedos pousados de leve na boca e depois olhe para mim. Isso muito bom.

O barulho de clique soou baixo vindo da
câmera fotográfica.

- Agora fique de perfil, isso mesmo. Levante
um pouco queixo, coloque a mão esquerda
no cabeça, como se fosse ajeitar o cabelo. - A garota instruía e Brunna acatava cada
movimento. – Perfeito.

Outro clique da câmera.

- Agora quero uma cara bem séria, sem olhar para mim, olhe para aquele quadro atrás de mim. Cara, você leva jeito mesmo.

Mais um clique. Ludmilla para por um momento e fica observando Brunna com um olhar tão profundo, isso fez com se sentisse desconfortável, como se a outra pudesse ler até sua alma.

- Certo Bru, mais uma foto só e te deixo
em paz, mas quero tentar algo diferente
agora.

- Diferente como?

Sentiu se chocada, será que ela ia querer tirar fotos dela nua, isso não. NUNCA.

A outra se aproxima, estava tão perto que
A loira conseguia ver as pequenos riscos caremeloz nos olhos castanhos dela, então Ludmilla tocou o cabelo de Brunna, o primeiro toque foi como um frio descendo da nuca até a sola do pé, depois a garota soltou o coque desarrumado que a loira usava, quando a mão quente dela tocou sua nuca sem querer, algo dentro do seu corpo se agitou, algo que ela nunca havia sentindo de forma tão intensa. Ficou desnorteada, aquele toque abrasador e seus cabelos soltos (coisa que ela nunca deixava)
fizeram com que ficasse ainda mais tímida.

Ludmilla ainda estava muito perto ajeitando o cabelo. Perto demais, não conseguia controlar os pensamentos que se esbarravam na sua mente, era o caos, precisava sair dali já, senão ja fazer uma burrada enorme.

Num rompante, Brunna se afasta correndo da garota e sai rapidamente da casa, ainda pode ouvir os chamados de Ludmilla, chegou em casa completamente ofegante e desnorteada, se enfiou no chuveiro e tomou um banho de água fria para colocar a mente em ordem.

Quando Caio chegou do trabalho, Brunna já
tinha feito seu jantar e arrumado a casa, mas não tinha conseguido arrumar a bagunça que Ludmilla em poucos segundos fez na sua mente.

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A Mulher Do Pastor Where stories live. Discover now