Taylor's Pov
Ódio resumiria o que senti por dias. Ódio é forte e consegue mover mais sentimentos mútuos que pode pensar, ele move pessoas. Sei do que falo, pois, por um tempo fui movida a ódio, a acreditar que negar aquilo e colocar-lhe a culpa toda do acidente faria algum sentido, que remediaria a ferida e curaria os ossos quebrados. Uma pena. Não consegui remediar nada, não consegui fazer com que os machucados expostos servissem de mal exemplo, não consegui mudar a paixão de alguém por algo, mesmo que essa pessoa me ame muito. Ainda sim não posso, não consegui, impedir-lhe de fazer o que ama.
Era verão, o Calgary Stampede estava nas finais e nós não poderíamos estar mais felizes, S/n competiria na final de três tambores no maior Rodeo do mundo! Ela em especial estava tão animada, isso a deixava ansiosa e deixava a mim, sua equipe e sua família mais ainda. Passamos algumas noites sem dormir, algumas refeições foram puladas e os dias se apertavam, ficavam menores e mais corridos.
No primeiro dia correu tudo bem, ela competia com sua égua "Dakota", uma American Quarter Horse de pelagem Dark Bay brilhante. O animal tem um ótimo comportamento, parece profissional, tem paciência fora de pista e quando bota as patas para jogo se transforma. Dakota fez bonito no primeiro dia, o menor tempo, nenhum tambor derrubado, S/a estava radiante! Não poderia estar mais orgulhosa, nós também! Comemoramos como loucas durante toda a semana pelo feito. Ao final da semana ela era uma finalista que brigava por milésimos rasos no cronômetro.Na sexta feira, o último dia, ela entrou bem, foi apresentada, apresentavam Dakota bem, entretanto, o resto não correu tão bem. A primeira passada foi pesada, as patas traseiras haviam ficado atoladas demais na areia úmida da pista, então a égua precisou de fazer um impulso brusco com as patas dianteiras para arrancar com precisão, ela só fez o que sabia fazer de melhor, é uma atleta, não foi culpa dela. O impulso foi dado e um impacto pegou S/n de surpresa, ela se desestabilizou de cima da sela e caiu, porém nosso pesadelo foi o pé direito preso ao estribo. Minha namorada foi arrastada em uma velocidade alarmante até o terceiro barril, onde foi girada e bateu a cabeça.
Senti meu coração se despedaçar em micro pedaços, eu gritava o que ela não fazia, S/n nem ao menos gritou, o que me deixava mais nervosa, ela não gritava, era arrastada, e eu tinha medo... lembro-me de que sua mãe ao meu lado se desesperou também, neste ponto a égua tinha parado, e para ajudar dois peões de ações rápidas desceram da grade e foram desenrascar seu pé do estribo.
Sem jeito eu corri, achei forças de onde não tinha, movi minhas pernas e passei pela grade de ferro, arrastei meus joelhos sobre o palanque de ferro que dividia a pista da plateia. Quando cheguei em S/a ela estava acordada, eles não estavam deixando-a dormir pois levara uma pancada na cabeça e corria muito risco. Não me deixaram chegar perto dela, encostar, era o que eu queria fazer, pegá-la e ter certeza de que estava tudo bem, que ela estaria viva e que isso não passaria pra algo pior. Mas não me deixaram chegar perto o bastante, alguém me segurava, eu gritava e tentava me soltar.Minha sogra ainda continuava na arquibancada de onde estávamos, ela me olhava com os olhos arregalados e uma boca aberta, chorava desesperadamente mas não mexia suas pernas que tremiam. Ali olhei pra as minhas, meus joelhos estavam sujos e sangue descia, mas, não doíam. O que doía era meu coração. Olhei pra S/n novamente e lhe vi os olhos, ela me olhou por segundos, estava zonza, quase os revirava porém mexiam em seu rosto, o filete grosso de sangue atravessava sua cabeça, estava grogue, inebriada. E eu estava desesperada.
O pronto-socorro veio para cima dela rapidamente, fizeram um procedimento rápido e lhe imobilizaram, a maca foi deitada e ela posta de barriga para cima, eles barulhavam em seu ouvido com um objeto irritante demais, logo, a levaram para a ambulância. Em um olhar pra a direita vi que contiveram Dakota, ela estava agitada, parecia ter noção da situação e logo senti mais peso sobre meus ombros.
O homem que me segurava e aguentava meus gritos, chutes e desespero me soltou, me deixou ir até o veículo qual haviam colocado minha namorada, gritei pra eles, perguntava coisas e não escutava me responderem pois não tinha foco, só perguntava, não queria saber de nada, só dela. Eles, acho que por piedade, me deixaram entrar e acompanhá-la até o hospital. Por todo caminho chorei em seu peito, por todo caminho eu culpei o evento, culpei os estribos, culpei a pobre da égua que só fazia o que lhe foi ensinado, o que dava prazer tanto a ela quanto a S/n. Não foi culpa dela...

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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒- 𝗚𝗶𝗿𝗹𝘀
Художественная проза°•Notas: •▪︎Por pura ilusão.▪︎ •▪︎Multifandom.▪︎ •▪︎Primeira fanfic a ser escrita por mim.▪︎ •°× AVISO: Mulher x Mulher, se não gosta, não leia.°• -REVISÕES CONSTANTES (Sugiro que espere alguns minutos depois da postagem para ler, ou leia mais de um...