Pancada Forte - Al Pacino.

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S/n estava para substituir Diane Keaton que não conseguiu reconciliar a agenda, agora estava na continuação do filme que foi um sucesso.

Um ano havia se passado desde a estreia do longa. A mulher na qual nascera no Brasil, mas passou a maior parte da vida em Nova York, não tinha mais visto seu colega de cena, Al Pacino.

— Hey, S/n! — Pacino cumprimentou a colega de cena, que estava deitada no chão, mas não foi correspondido, o que o fez estranhar — S/n, está tudo bem?

Ele a conhecia, sabia de suas peculiaridades, por exemplo, dormir em lugares diferenciados como aparenta.
Alfredo não teve resposta, o que o fez parar ao lado de S/n e se agachar, a chamando e resolvendo tocar seu ombro.

— Meu Deus do céu, S/n, acorde! — Ele já estava começando a ficar nervoso.

— Ah? — S/n estava desorientada.

— O que aconteceu? Achei que tinha morrido! — O jovem ator falava rapidamente.

— Eu... Eu... — S/n fechou os olhos com dor, levando as mãos até a cabeça — Eu caí e acho que bati a cabeça...

— Como assim? Deixa eu ver se está sangrando! — Pacino era assim, prestativo e atencioso, nada fora do normal.

— Ai, vai com calma, Al! — S/n se sentou depois de muito esforço.

— Quer que eu chame alguém? Isso nunca me aconteceu.

— Que horas são?

— Duas da manhã. — Ele respondeu ao olhar para o relógio que tinha no pulso — É tarde...

— O que diabos você faz aqui às duas da manhã? — afinal, ali era o 'trailer' da atriz.

— Insonia e queria conversar, já que teremos que estar em prontidão às quatro. — S/n assentiu, eles eram muito amigos durante as gravações, uma forma de aguentarem toda a pressão — E você, o que fazia para bater a cabeça?

— Ah, então... — Ela riu sozinha — Fui testar o salto que ganhei e acabei pisando em falso... Foi muito rápido.

Pacino balançou a cabeça em negação enquanto ajudava a mesma a se levantar, inacreditável como ela conseguiu se colocar em situações drásticas sem ajuda de ninguém.

— Quem testa salto alto no meio da madrugada? — Ele a olhava com o cenho franzido.

— Me deixa, cara! — S/n o empurrou rindo — Não pode mais, virou crime testar salto!

— Pode não! — Alfredo brincou enquanto parava em frente da mesma que fez careta — Você está bem? — Ele levou as mãos até as laterais do rosto dela.

— Não sei, fiquei tonta por um momento... — S/n responde, tentando focar nos olhos esverdeados de Alfredo.

— Quer uma água? Remédio? — Ele a olhava com atenção e preocupação.

Para ele, S/n era sua melhor amiga, não tinham tanto contato quando as gravações acabavam, mas quando se reencontrava era sempre uma festa.

— Acho que vou só me sentar no sofá. — Ela responde atordoada, o perfume amadeirado estava lhe embriagando.

Se sentaram e ficaram se encarando, até que Pacino quebrou o silêncio que pairava no ar.

— Você está mais magra, tem certeza de que está tudo bem, S/n?

— Você sabe, Al, a câmera nos engorda uns cinco quilos! — S/n deu de ombros.

— Besteira, com cinco quilos a menos ou a mais, você ainda continuaria bela!

E era por isso que todos especulavam que os dois tinham algum tipo de lance. Alfredo era gentil e romântico - às vezes, até sem saber -, S/n era atenciosa e sempre o fazia rir.

Eram jovens e tinham aquele brilho no olhar, tinham tudo para dar certo, mas voltando a repetir, eram jovens, principalmente estúpidos.

— Posso te fazer uma pergunta? — S/n perguntou, segurando o riso ao lembrar de um questionamento interno.

— Pode, eu acho. — Al estava desconfiado, ele sabia que vinha bomba.

— Sabe, depois do sucesso do filme... A tua namorada já te fez interpretar o Michael Corleone durante?... Você sabe.

O moreno ficou segundos a olhando, logo depois soltou uma risada que poderia acordar a vizinhança. Cada dia, S/n se superava.

— Meu Deus, S/n! — Ele ri junto da atriz que estava rindo de nervosa — A pancada foi forte mesmo, hein.

— Foi mal, é que eu sempre tive essa curiosidade!

— Tá bom... — Alfredo se recuperou e ajeitou a postura — É, minha ex-namorada já me pediu isso umas duas ou três vezes!

Os olhos de S/n quase se esbugalharam.

— Ex-namorada? Duas ou três vezes? Como assim, Al?

— Pois é, terminamos no começo do ano, aquilo estava nos consumindo e não era de um jeito agradável. Eu só fiz uma vez e foi até engraçado!

— Vai me dizer que ela gostou? — Alfredo assentiu junto de um múrmuro — Gosta de me chamar de doida, mas quem é o perturbado da história é tu!

— Estamos no meio a meio!

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