𝐱𝐱𝐢𝐢. ❝ 𝒎𝒆𝒕𝒐 𝒂 𝒑𝒐𝒓𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒐 𝒎𝒆𝒖 𝒊𝒓𝒎𝒂𝒐

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Anemoskus.

— Anemukas? – tentei repetir, minha mente fritando

Era a vigésima vez que lia e relia a mesma palavra, na maioria das vezes que ficava com minha babá acabávamos conversando sobre grego mesmo que por um pouco do tempo.

— Não, Anemoskus. – Srta.Cinthy me corrigiu novamente

— Eu não consigo, é muito difícil! Pra que eu tenho que aprender isso mesmo?

Reclamei mais uma vez, tentando voltar a minha brincadeira de bonecas guerreiras assassinas com ela.

— Você não tem que aprender isso, eu só queria que soubesse o nome da espada em grego antigo, Anemoskus, significa Ventania.

Ela apontou para a arma mais uma última vez, antes de colocar a tampa a transformando em um batom novamente.

— Por que eu não vou poder ficar com a Ventania agora? – perguntei, triste por não ter permissão de usá-la mais

Havíamos treinado a tarde inteira, ficando feliz ao acertar os alvos criados pela mulher.

— Só quando lhe for dada, e eu não posso fazer. – em segundos o objeto havia sumido de suas mãos

— Eu gosto de grego antigo, faz cócegas na língua na hora de falar.

Dei uma risada ao tentar falar Anemoskus novamente, mesmo estando errado. Srta.Cinthy me observou atentamente, um sorriso escapando dos lábios.

— Que bom que você gosta. – ela acariciou meu rosto

— Eu quero saber como falar amor em grego antigo! Porque eu amo você, igual eu amo minha mãe!

Abracei a mulher, meus sentimentos ficavam extremamente aflorados perto dela, como se qualquer coisa que sentia não conseguisse ficar escondido ao seu lado.

στοργή. – pensei ter escutado errado, a pronúncia impossível de ser reproduzida por mim

— O quê?

Agápi. – ela corrigiu, mesmo a primeira forma não estando errada

— Eu agápi você, Dite! – fiquei contente por conseguir dizer corretamente

Ἀγαπῶ σε μοι. – imaginei que ela tivesse tossido por não entender o que foi dito

A sensação de abraça-lá era quase tão boa quanto a de minha mãe, o amor nítido no toque.

— Dite, você têm filhos? Eu queria ter alguém pra brincar comigo. – perguntei, seu olhar se tornando cabisbaixo

— Vários... Um dia vai conhecê-los, tenho certeza que vão ser amigos.

Prestei atenção em sua expressão transparecendo uma certa tristeza, já que era uma criança curiosa, a questionei sobre.

— Você não vê eles? – ela suspirou, me lançando um olhar

— Não muitas vezes, não posso. – a mulher explicou

— E você pode me ver? – perguntei, ignorando o fato dela estar comigo naquele momento

— Na verdade, não deveria, mas, enquanto estão ocupados brigando, esse será nosso segredinho. – ela sorriu, levando seu dedo indicador aos lábios, num sinal de sigilo

— Pode deixar! Não vou contar a ninguém!

— Eu sei que não. Confio em você, pequena Emory. – Srta.Cinthy aproximou seu rosto do meu, dando um beijo na minha testa

𝗛𝗘𝗔𝗩𝗘𝗡 𝗔𝗡𝗗 𝗦𝗘𝗔, percy jacksonWhere stories live. Discover now