CAP 4

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Laura:

Por acaso, encontrei um morador de rua bem jovem, e que encantava á todos tocando uma viola velha,e cantando com uma voz maravilhosa.

Sensibilizada com a cena, e na intenção de fazer uma boa ação, conversei com ele, ele me contou sua história de vida rapidamente, e eu decidi levar pra casa (acho que isso soou de forma estranha, mas tudo bem).

Seu nome era Renan, ele vinha do sertão nordestino,em busca de emprego em São Paulo, e por acaso, eu iria tentar conseguir alguma ocupação para ele na minha casa.

Nossa! Tão bonito, e tão fedido! Eu não podia apresentar um cara com mau cheiro ao meu pai! Liguei para a Monique,e ela claro, disse que eu estava louca, mas deixou que eu levasse o tal Renan para tomar banho na casa dela, e ainda me emprestou umas roupas do irmão dela, para que ele vestisse.

--- Laura, pelo amor de Deus! Um morador de rua? – Monique cochichou.

---- Não é um morador de rua! É o meu futuro faxineiro, jardineiro, motorista, segurança, copeiro, mordomo, sei lá.. – Respondi.

---- Você tá louca, amiga? – Perguntou.

---- Amiga, relaxa! Ele veio para São Paulo á procura de trabalho, e eu quis lhe dar essa oportunidade! A família dele é muito humilde, e ele precisa de um emprego. – Respondi.

---- Tudo bem! Se você está dizendo.. Eu acredito em você! – Falou.

Ficamos conversando,enquanto Renan tomava banho,e quando ele saiu do banheiro vestido com uma roupa social, e desta vez com um cheiro agradável, eu quase caí da cadeira em que estava sentada.

Jesus me abana! Que homem era aquele? Simplesmente, gato! Cabelos escuros, barba agora bem feita, corpo bem definido, e dentes perfeitos.

---- Amiga, o Nordeste arrasou! – Falei boquiaberta.

---- E como! – Monique quase babou com tanta beleza.

---- Então? Vamos? – Perguntei.

---- Vamos! – Respondeu tímido.

Entramos no carro novamente, e fomos para a minha casa, já que por aquele horário, meu pai já deveria está em casa.

Renan:

Enquanto dirigia, a moça chamada Ana Laura me fazia diversas perguntas sobre a minha vida, família, preferências, e eu já não sabia nem como iria agradecê-la,caso ela conseguisse realmente um trabalho para mim.

Pude tomar um banho,e vestir roupas limpas,após passar tantos dias na rua. Apesar de ter ficado um pouco constrangido, me senti limpo,revigorado, e agradeci á moça Monique por ter me recebido com grande simpatia na casa dela.

Seguimos caminho até a casa de Ana Laura,e quando chegamos lá,ela deixou o carro na garagem, e caminhando, ela foi me mostrando um pouco de tudo.

---- Isso aqui parece mais, um castelo! – Falei admirado em meio á grandiosa estrutura que aquele local possuía.

Na frente, um jardim enorme, com piscina,e uma mansão de pelo menos uns 20 compartimentos ou mais.
Aquilo era um luxo imperial! Coisa que eu nunca tinha visto em toda a minha vida.

Ela me convidou para entrar,e logo, uma senhora elegante e imponente nos recebeu.

---- Mãe, esse aqui é o Renan! Ele veio falar com o papai. Renan, esta é a minha mãe, Ana Lia. – Nos apresentou.

----- Prazer, rapaz! – Sorriu, e me deu um aperto de mão.

----- Igualmente. – Retribuí a simpatia.

Ana Laura me levou até o terceiro andar da casa (Uau!),onde ficava o escritório do pai dela.
Quando entramos,ele ainda não estava presente, então ficamos o esperando na recepção.

Algum tempo depois, um senhor de alto, sério, e de boa aparência entrou na sala,e Ana Laura correu para abraçá-lo.

---- Então papai! Este aqui é o Renan! Ele veio do Nordeste á procura de trabalho em São Paulo, acabou se tornando morador de rua,e quero lhe pedir que dê uma oportunidade para ele,pois ele tem uma história de vida muito sofrida. – Laura intercedeu ao seu pai.

----- O rapaz por favor dirija-se á minha sala para conversarmos em particular. – Falou, Laura retirou-se,e eu fui para a sala com ele.

Sentou-se,pediu que eu também me sentasse, e naquele momento a tensão,e o nervosismo me faziam suar frio.

---- Você tem alguma formação, rapaz? – Perguntou.

----- Não, Senhor! Eu só tenho, o ensino médio completo. – Respondi

----- E cursos? Fez algum? – Perguntou me olhando sério.

----- Também não. – Respondo.

----- Como quer ter um bom trabalho,se não tem estudos? Ahh! Dai-me paciência, né? – Resmungou.

----- Não faça isso pelo amor de Deus! Eu lhe imploro! Eu sei fazer faxina, sei capinar, sei plantar, sei colher, sei..

----- Ok! Para você não dizer que sou ruim, você vai trabalhar,e morar na minha casa! – Falou.

----- Obrigado, não sei nem como lhe agradecer! – Me ajoelhei.

----- Que é isso? Levanta,rapaz! Na minha casa você vai ser uma espécie de “faz tudo” vai cuidar do jardim,limpar a piscina, e o que precisar.
O seu salário inicial vai ser 2.000, com carteira assinada, e seus devidos direitos trabalhistas. Está bem pra você? – Perguntou.

---- Está ótimo! – Respondi feliz.

Rapidamente, ele chamou a governanta da casa, dona Rosália,e falou para ela que eu cuidaria do jardim e da piscina duas vezes por semana, e no restante da semana,eu a auxiliaria em qualquer outro serviço da casa.
Mas disse também, que se caso fosse preciso mais limpezas do jardim, ou da piscina na semana, eu iria fazer.
Eu estava tão feliz, que não estava conseguindo acreditar.

Simpática, dona Rosália me levou até o quarto em que eu ficaria, e apesar de pequeno, era bem confortável. Tinha um armário de madeira para guardar as roupas (no caso, eu ainda não tinha roupas), tinha uma cama de solteiro, e um móvel com uma tv e parabólica.

De início, fui varrer,e colher as folhas secas que haviam naquele jardim enorme, e no quintal da casa, e quando terminei, o Senhor Luís Henrique me mandou ir descansar, pois no dia seguinte,eu teria muito trabalho pela frente.


Laura:

Logo pela manhã,meu pai recebeu convites para ir para uma festa de premiação de empresas, e me pediu, que eu fosse em seu lugar.
Como ele havia recebido dois convites, pediu também, que eu chamasse alguém para me acompanhar.

Mas,quem eu iria chamar? No momento eu não estava namorando, ficando, enrolando, pegando,amassando.. Quem eu levaria? Eu estava mais encalhada que baleia no seco!

Estava tomando café da manhã, quando tive a idéia de chamar o mais novo “faz tudo” do meu pai.
Por quê não? Ele era gato,discreto,e poderia ser uma boa companhia.
Levantei da mesa correndo, e fui até o play onde ele estava limpando a piscina.

--- Oi, Renan? – Falei sorrindo.

---- Algum problema,dona Ana Laura? – Perguntou.

---- Me chame de Laura. Não há problemas! Só tenho um convite! Na verdade, é uma intimação! – Falei.

---- Pode dizer! – Falou me olhando atento.

---- Então, eu tenho uma festa para ir hoje,e você vai ser meu acompanhante. – Fui direta.

----- Eu? Por quê eu, dona Laura? Eu ? – Parecia desnorteado.

----- Sim! Vai recusar? – Cruzei os braços.

----- Eu não tenho roupa adequada, não. – Baixou a cabeça.

----- Na verdade, você não tem roupas, de forma alguma! – Falei um pouco irritada.

----- Desculpe, mas melhor não, dona Laura. – Continuou o que estava fazendo.

---- Eu não aceito um NÃO como resposta! Vem logo! Eu também sou sua patroa! – O peguei pelo braço, o coloquei dentro da minha comb, e fomos para o shopping.

Chegando lá, ele parecia impressionado com a estrutura gigantesca que aquele shopping possuía.

---- O que estamos fazendo aqui? – Perguntou olhando tudo á sua volta.

----- Vamos dar um “up” no seu guarda roupas! Aliás, você é funcionário de um dos homens mais ricos do Brasil, querido! – Falei com animação.

Fomos em diversas lojas, comprei muitas roupas,e sapatos para ele, e por fim, fomos em um salão de um amigo,e lá ele teve um tratamento de rei.
O meu acompanhante não poderia está parecendo um homem das cavernas, não é mesmo?

Quando o Hugo (dono do salão) me entregou aquele homem gatíssimo,eu quase tive um infarto! Renan, era realmente um homem muito bonito, e atraente, mas financeiramente, ele não fazia o meu tipo.

Renan:

Depois de uma manhã inteira experimentando diversas roupas, calçados, e depois de passar por corte de cabelo, barba, e até uma tal manicure que ficou mexendo em minhas unhas, Laura me deu paz ás 13:00 horas da tarde.

Mas que garota geniosa! Ela meio que me obrigou á ir para uma festa de “bacanas” com ela, e eu tive que aceitar tudo calado, por medo de perder o meu emprego.

A noite,vesti aquela roupa toda “alinhada” com a ajuda de Rosália (que estava sendo como uma mãe para mim), e ás 20:00 horas, Laura desceu as escadas linda, parecendo um monumento.

Ela estava extremamente, linda! Cabelos soltos, e com um vestido azul marinho com alguns detalhes em renda, e com as costas nuas.
Que mulher sensual! Eu suava frio quando ela se aproximava,e tentava não encará-la, pois era melhor que eu não apreciasse a sua beleza.
Nós éramos de mundos completamente distintos, e jamais uma dama como ela, se envolveria por um simples empregado que morava no quartinho,e ainda não tinha nada de bom para oferecê-la.

---- O que achou? – Perguntou dando uma leve rodada.

---- Muito bonita. – Respondo com timidez, ela sorrir, e então fomos de carro até o local da festa.

Logo na entrada da festa, ela segurou em minha mão, e ficamos durante toda a festa de mãos dadas.
Aquilo estava me deixando muito intrigado, e eu estava ficando nervoso, á cada fotógrafo que tirava fotos nossas, ou que perguntavam se nós éramos namorados.

A tal cerimônia de premiação começou, e como esperado, a empresa do pai dela recebeu três troféus de variadas categorias, e isso nos deixava em evidência cada vez mais.
Terminado o momento de prêmios, aplausos, e blá blá blá..

---- Podemos ir embora? – Perguntei.

---- Embora? Claro que não! Vai ter balada! E eu não perco por nada! “Se joga” , Renan! Eu vou me divertir! – Respondeu dançando, e indo para a pista onde um dj iria começar á tocar.

----- Mas, dona Laura! – Gritei, e segurei em seu braço.

----- Hoje você é só o meu segurança! Ou acompanhante! Você quem decide! – Falou com o rosto próximo ao meu,me deixando com a maior cara de tacho.

A Filha do Milionário (DEGUSTAÇÃO) Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz