CAP 5

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Renan:

Aquela garota estava me provocando de todas as maneiras possíveis! Ela dançava,bebia, e depois que as amigas dela chegaram na festa, tudo saiu do meu controle.

De 5 em 5 minutos, eu tentava levá-la para casa, mas eram tentativas em vão! Ela bebia cada vez mais, dançava ainda mais, e quando estava nos braços de um cara prestes á beijá-lo,eu saí a puxando pelo braço, a coloquei dentro do carro, e a levei para casa.
Na verdade, eu não era um bom motorista, mas eu não podia permitir que uma pessoa alcoolizada dirigisse. Eu estaria assinando a minha sentença de morte.

Quando chegamos em casa, ela começou á vomitar. O que fazer em uma situação dessas? Levar a filha do meu patrão para casa completamente alcoolizada, ou tentar amenizar o efeito que o álcool lhe causou, para não correr o risco de perder o emprego? Acho que a segunda opção seria a melhor.

Como o meu quarto não ficava dentro da mansão, levei Laura até lá, a pus dentro do banheiro para que ela tomasse um banho,e após algum tempo, ela saiu do banheiro enrolada em uma toalha, e mesmo ainda estando embriagada,ela aparentava estar melhor.
Lhe dei um pouco de água com açúcar, ela tomou, e o mal estar passou.

---- Obrigada por tudo! A sua companhia foi muito agradável. - Falou um pouco zonza. Eu a ajudei á entrar em casa, e depois voltei para o meu quartinho, e me afundei em meus pensamentos.

Era impressão minha, ou ela estava realmente me provocando o tempo todo? Eu jamais poderia criar algum tipo de ilusão com uma mulher dessas! Jamais! Dona Laura merecia coisa muito melhor que eu.

Laura:

Acordar com aquela dor de cabeça, misturada com uma ressaca matadora, era horrível! Mas, eu tinha lembranças, de que a noite foi maravilhosa.

Desci as escadas com uma bolsa de gelo na cabeça, sentei á mesa parecendo um zumbi, e nem tinha percebido que minha mãe me olhava com cara de poucos amigos.

---- Chegou em casa ás 03:30,bêbada Ana Laura? - Perguntou tomando uma xícara enorme de café.

---- Ai não, mãe! Eu não estou preparada psicologicamente para ouvir seus sermões! Preciso de comida, e não de broncas! - Respondi de boca cheia.

---- Isso é jeito de falar com a sua mãe? Você só me decepciona Ana Laura! - Falou.

---- Mamãe, o meu pai me pediu que eu fosse para esta festa, e você sabe muito bem! Fui com o Renan, e para a sua alegria,a empresa recebeu três troféus que estão guardadinhos para mim entregar para o papai, e só bebi um pouco, e me diverti na baladinha! Só isso! O Renan estava lá o tempo todo! - Falei, e vi que a dona Ana Lia acalmou-se de forma instantânea.

----- Três? Se o Luís não tivesse saído tão cedo, iria dar pulos de alegria! Três? - Falou agora sorridente.

---- Sim, mãezinha! No horário de almoço entrego os troféus, e  comemoramos.
Agora, deixa eu ir, que eu tenho aula logo mais á tarde.

Fui á procura de Renan, e ele estava regando algumas plantas no jardim. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu tinha uma curiosidade imensa de descobrir o paraíso que aquele caipira escondia.

Certo, que ele não tinha nada de especial que os outros caras tinham para me oferecer, mas eu não podia negar, que ele era um bom pedaço de mau caminho! Sem contar, naquele jeitão rústico!
Me admirava ele saber falar corretamente.

---- Tudo bem aí?- Perguntei me aproximando.

---- Sim. E você? Melhorou? - Perguntou.

---- Olha Renan, desculpas pelo vexame de ontem. Eu não abro mão de uma balada, bebidas.. - Disse tímida.

----- Tudo bem,você não me deve satisfações! Sou apenas um de seus empregados. Licença,preciso terminar o meu serviço - Falou retirando-se.

---- Vem cá! Você está me evitando? - Perguntei o seguindo.

---- Eu só estou fazendo o meu trabalho,dona Laura. A senhora deseja alguma coisa ?  - Perguntou me encarando.

---- Eu não te atraio? Hein? Seu caipira rústico! - O puxei pelo casaco, e juntei o meu corpo ao dele. --- Vai dizer,que eu não sou atraente?

----- Mas que pergunta, senhora! Não há necessidade disso. - Se desvencilhou de mim,e eu comecei á rir pois ele ficou corado.

----- Eu sei que você é rica, bonita, mas não precisa me humilhar,dona Laura! - Disse com indignação.

----- Desculpa,Renan! Não era a minha intenção! Mas me fala, como está a sua família? - Perguntei me sentando na grama.

----- Eu não sei.. Roubaram o meu celular. Não posso mais me comunicar com eles. - Respondeu com tristeza.

---- Não pode? Não podia! Como o "faz tudo" do meu pai, não tem um celular? Vou providenciar um pra você. Será para você comunicar-se com a sua família, e resolver assuntos de trabalho, tudo bem ? - Falei.

----- Eu agradeço muito! - Sorriu, e continuou á regar as plantas atentamente,e eu me retirei.

Nossa! Eu levei um fora do jardineiro? Foi isso? Que vergonha, eu fiquei! Mas que caipira seguro! Isso só me deixou ainda mais instigada á conhecer os segredos do misterioso,Renan. 

Renan:

Laura estava me ajudando muito! Inclusive, me deu de presente um celular, e eu pude depois de tantos dias me comunicar com a minha família.
Lá, só quem tinha celular era o meu pai, pois também havia ganhado do patrão dele, que era um grande fazendeiro da região.

Graças á Deus todos estavam bem, e isso me tranquilizava bastante. Não falei para eles que havia morado alguns dias na rua, pois eu não queria que ficassem preocupados, mesmo sabendo que já estava tudo em ordem.

O meu trabalho era bem agradável! Eu cuidava do jardim ás segundas e quintas, e da piscina ás terças e sextas.
Já nas quartas e sábados, eu ficava á disposição da Rosália, ou de quem precisasse.
E aos domingos, eu tinha folga! O patrão falava que se eu quisesse sair para algum lugar á noite eu poderia ir tranquilo já que eu tinha as chaves, mas eu preferia passar o dia em meu quarto vendo tv, lendo a bíblia, e nos horários de refeições a Rosália levava algo para mim comer.

Eu estava muito feliz! O Dr. Luís Henrique foi muito generoso comigo, e eu sentia grande gratidão por tal ato. Quem contrataria um morador de rua logo de primeira? Eu tinha certeza de que Deus havia tocado no coração daquele homem.

A casa era bem grande, e além de mim,tinham outros funcionários : A Rosália (governanta), a Mirtes (cozinheira), a Simone (faxineira,lava, e passa roupas), a Iná (babá da adorável Ana Luísa),e os seguranças Marcus, Apollo, e Reinaldo.

Eu tinha uma boa relação com todos os funcionários, mas ultimamente estava conhecendo melhor a Iná por meio da Ana Luísa, que em tão pouco tempo, ficou muito apegada á mim.

Iná era uma menina de 18 anos, e que era uma pessoa muito simples, doce, e que aos poucos conquistava a minha atenção.
Conversávamos bastante, mas eu a achava muito jovem para mim, apesar de ser maior de idade.

Eu já era um homem com meus 25 anos, e tinha muito medo de ficar sozinho. Eu precisava de alguém que me completasse, que me fizesse companhia,que me tornasse uma pessoa melhor.
Mas, como eu iria namorar uma garota tão jovem, e ingênua, sendo que eu já não era mais nenhum desses jovens que ainda estão se descobrindo?

---- Idade não influencia em nada, Renan! - Iná falou sentada ao meu lado, enquanto Ana Luísa brincava de boneca no jardim.

---- Eu sou muito velho pra você, lindinha! - Respondi.

---- O que são 7 anos? Você é perfeito para mim! - Ela falou, e nos beijamos.

Após aquele beijo, ela retirou-se,e voltou a sua atenção para a pequena Ana Luísa que já estava toda suja.

Laura:

Ultimamente, eu estava um pouco sem tempo para me divertir. Por causa das minhas diversões desregradas,acabei ficando reprovada em três matérias na faculdade,e tive que recuperar tudo com a ajuda da minha querida amiga Monique.

Após ficar reprovada, nenhuma das minhas amigas quiseram me ajudar, ou falaram uma boa palavra sequer. Só continuaram á me ligar pedindo convites, roupas emprestadas,ou para irem dormir na minha casa,mas apoio moral que é bom, nada!

Depois de muito refletir, resolvi fazer uma seleção só de quem realmente valia á pena ter por perto.
E digo, que me restaram poucas pessoas.

Estava eu na área da piscina concentrada estudando, quando a minha irmãzinha chega correndo, e senta-se na cadeira á minha frente.

---- Oi? - Olhei para ela sorrindo.

---- Oi "Laulinha". - Respondeu com a boca toda suja de chocolate.

----- Nossa! Você tá suja, Lu! Onde está a Iná? Quem te deixou comer tanto chocolate, Ana Luísa? Eu não acredito no que os meus olhos estão vendo! - Perguntei desconfiada.

----- Vou te contar, "ma" é "segledo". - Minha irmãzinha falou.

---- Fala logo,antes que eu conte para a mamãe, e ela te dê uma bela bronca! Meu Deus,Ana Luísa! Você não pode comer chocolate! - Disse, e ela fez sinal negativo com as mãozinhas.

---- É que a tia Ina tá "namolando" com o tia "Relnan". - Cochicou.

---- Namorando? Como assim? - Perguntei com irritação.

----- Eu "viu" eles beijando na boquinha. - Deu uma risadinha sapeca. - Mas "Laula",eu não tá me sentindo bem! - Falou.

Saí daquela mesa correndo, deixando os livros para trás,levando a Lu nos braços,pois ela estava tendo uma crise alérgica, e rapidamente, a minha mãe apareceu desesperada,e a levou para o hospital.

procurei Iná pelo jardim. Quando já não havia mais locais para procurar, fui até o quarto de Renan, e antes mesmo que eu pensasse em entrar, os dois estavam se beijando em frente á porta do quarto dele.

---- Ei! Ei! Ei! - Bati palmas, e os dois pararam de se beijar.

----- É desse jeito que vocês trabalham? Que vergonha, Iná! Você sabe que a minha irmã é alérgica á chocolate, e você deu chocolate pra ela, Iná? Sua irresponsável! - Gritei descontrolada.

----- Meu Deus, dona Laura! Eu não lembrava! Me perdoa! Onde ela está?!- começou á chorar.

----- Agora ela está no hospital! Arruma as suas malas, que você está despedida, Iná! Além do mais, ainda deixou de cuidar da minha irmã, pra ir namorar não é mesmo, Renan? - Disse com ódio,e Renan nada conseguia falar.

No mesmo instante, o meu pai chegou, e o tumulto foi geral! Ele despediu Iná, e por pouco, também não despediu o Renan.

Entrei no carro desesperada para ir ao hospital,e Renan me seguiu, entrou no carro,sentando- se no banco da frente ao meu lado.

---- Onde você pensa que vai? Sai daqui! - Gritei.

---- Eu vou até o hospital com você ver como a Lu está! - Respondeu.

---- Sai daqui, Renan! - Berrei.

----- Eu não vou sair! - Respondeu.

Como eu estava sem tempo para discussões idiotas, ignorei a presença dele, e fui o mais rápido que pude para o hospital, onde a minha irmã estava internada.

A Filha do Milionário (DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now