𝐙𝐚𝐡𝐚𝐫𝐚 ☾︎☀︎︎ 𝐄𝐝𝐰𝐚𝐫𝐝 𝐂𝐮𝐥𝐥𝐞𝐧

☾︎ Zahara ☀︎︎

     Finalmente o avião pousou, dormi o vôo quase todo. Saindo do aeroporto o meu motorista já me esperava, ele colocou minhas coisas no porta malas e seguimos para minha casa, observei as ruas de Brasília, meu shopping favorito brilhava chamando por mim. Eu moro em um condomínio fora do centro, uma área mais "florestal" meus pais gostam de uma vida mais tranquila, tranquila entre aspas.

    Assim que saí do carro entrei correndo em casa, o motorista ia trazer minhas malas para dentro, abri a grande porta da frente e olhei para minha casa sentindo a sensação de conforto.

     Tinha ido passar minhas férias na casa da minha tia em Salvador, foram três meses perfeitos, praia, todo tipo de comida com camarão e mais praia, apesar de amar Brasília eu não consigo abandonar a Bahia. Eu sei que já era pra eu ter voltado por causa da escola afinal já estamos em março, todavia, meu pai disse que tinha conseguido uma licença para que eu ficasse um pouquinho mais aproveitando.

      Mamãe aparece na sala de nossa casa agitada, ela tenta manter uma expressão calma mas, sei que está desesperada, e o porquê eu não sei. Olhei para ele feliz por ver ela novamente e ela vem me abraçar, o abraço apertado intercala entre alegria e tensão.

     — Querida, fico imensamente feliz em te ver. — Ela fala beijando minha testa, antes que eu pudesse responder meu pai bate a porta do escritório.

     — Eu não me importo, eu quero que esteja aqui até as dez horas da noite, minha filha vai chegar antes de meio dia e ainda hoje vamos partir. — Ele fala sério com alguém no telefone enquanto anda no corredor até onde estávamos.

      Ele para assim que me vê e abre um sorriso enorme vindo me abraçar. Saindo do abraço ele beija minha testa e sai ligando pra alguém novamente. Me virei para minha mãe esperando uma explicação e ela só sorri forçado.

     — Zahara, minha filha... Bom, seu pai ganhou uma promoção e estamos indo embora para os Estados Unidos! — Ela fala abrindo os braços em uma encenação de comemoração. E eu sou amiga da Rihanna, tá bom mãe.

     — A gente já pode voltar a falar sério ou a senhora ainda quer brincar de quem mente pior? — Perguntei encarando seus belos olhos castanhos. Ela suspira.

     — Sinto muito querida, estamos indo embora essa noite, é só o que você precisa saber. — Ela falou séria e triste. — Vá para seu quarto descansar, foi uma longa viagem, duas coisas já estão embaladas mas, separei algumas roupas que eu sei que você vai se sentir confortável para usar agora e no avião.

     Ela fala e logo pega seu telefone ligando agora alguém, enquanto subia as escadas eu ouvi seus gritos e ameças para a pobre pessoa do outro lado da linha.

      Entrei em meu quarto e vi tudo dentro de caixas, entrei no banheiro e tomei um banho, coloquei um pijama de cetim que minha mãe tinha separado e deitei na minha cama, nem percebi quando acabei pegando no sono.
     
      Quando acordei estava tudo escuro e escutei estalos altos, devem ser fogos, tem festa por aqui sempre...  Não são fogos! Peguei meu celular pra ver o horário e tinha uma mensagem.

      " O pequeno passarinho rico vai morrer se nosso chefe não sair"  número desconhecido.

     Levantei assustada e olhei ao redor do meu quarto, minhas coisas não estavam mais lá. Na mesma hora minha mãe entre correndo no meu quarto me pedindo para levantar. Ela segura minha mão e corremos descendo as escadas, meu pai nos esperava no fim da escada meu pai nos espera com Prada na coleira.  Meu pai segura nossas mãos e nos ajuda a correr para a parte dos fundos da nossa casa.

       Seis de nossos seguranças usavam coletes e em menos de dois segundos eu já estava dentro de um dos coletes a prova de bala. Um dos seguranças segura na minha mão e eles nos levam correndo até onde um carro nos esperava, os barulhos de tiros sendo trocados entre nossos seguranças e sabe-se lá quem me assustaram. Olho para meu lado onde minha mãe e meu pai correm também. Ao nosso redor muitos seguranças faziam uma barreira para nós proteger. Entramos no carro rapidamente.

      O carro sai em alta velocidade pelo meio da floresta sendo seguido por uns três carros que atiravam sem parar, logo um deles é derrubado por alguns dos nossos seguranças. Minha mãe abraça meu pai assustada, meu pai segura minha mão apertando forte. Prada só respirava com a língua para fora sentado no banco ao meu lado.

     O que que está acontecendo?

   Numa curva fechada o motorista desvia de um carro que vinha pronto para bater de frente com a gente. O carro para rapidamente e meu pai escancara a porta do carro colocando eu, minha mãe e Dior para fora, ele nos empurra para dentro do jatinho tão rápido que eu nem vi que estávamos no aeroporto.

      Sentei em uma das poltronas e olhei pela janelinha, carros de polícia estavam ao redor de onde estacionamos, todos com armas apontadas em várias direções, seja lá quem for que estava nos perseguindo não vai entrar aqui agora. Fechei meus olhos e só agora consegui respirar, eu quase morri e não sei o motivo.

      O avião decola rapidamente e assim que estamos no ar eu levanto indo até meus pais.

       — Ok, quem vai começar a explicar? — Olhei para os dois que estavam suados e com expressões de alívio no rosto.