GUVILU - Escapando do Inferno (+16)

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"Viny descobre que tinha razão"

A primeira lembrança que os três fantasmas visitaram foram a de Luan, o outro ele se encontrava na biblioteca do colégio estudando matemática. Após uma hora, o ele do passado se retirou e foi até a capela conversar com a psicóloga Júlia.

— Bom dia, Luan — cumprimentou a moça ao notar a nova presença. Naquele momento ela esperava alguém, provavelmente algum paciente que se atrasou. — Como vai?

O outro Luan sorriu. Era o primeiro dia na escola após o descanso de uma semana que ela havia sugerido. No dia anterior, o outro ele havia recebido uma transferência bancária no valor de um salário-mínimo, juntamente com um valor para auxílio de alimentação e transporte.

— Oi, vou muito bem. Eu vim aqui te agradecer, se não fosse por você eu não estaria estudando aqui.

A psicóloga confirmou com a cabeça e sorriu. Luan assistia o seu eu do passado e se arrependeu de não pedir para ela agradecer ao seu patrocinador. O ele da lembrança virou as costas e se retirou, as cenas avançavam e os lugares mudavam a cada passo do outro Luan.

Ainda na frente da capela, os passos dele eram pequenos quando quase esbarrou com mais duas pessoas. O outro ele não chegou a fitar quem eram as pessoas da sua frente, apenas se desculpou às pressas e afastou-se.

Já os três fantasmas que viam por outro ângulo, observavam as duas silhuetas paradas. Um homem adulto e um jovem de dezoito anos, ambos parecidos do corpo a face, pai e filho. Viny foi o primeiro a notar o outro Gustavo e não fez cara de surpresa, afinal já tinha tido contato anteriormente. Luan cobriu a boca aberta com as duas mãos, bastante surpreso com a coincidência.

Gustavo tirou os olhos do seu eu do passado e observou o homem ao lado, a expressão facial dele era firme, o olhar transmitia autoridade para quem quer que ousasse o encarar. Ele sorriu ao perceber que estava diante de seu pai, mesmo por uma lembrança.

Os três fantasmas devolveram olhares, o lugar onde permaneciam iria mudar em poucos segundos pois o outro Luan virava o corredor. Antes que isso acontecesse foi possível ouvir uma pequena parte de uma conversa. O pai de Gustavo e a psicóloga que havia ido até a porta para o recebê-lo, trocaram algumas palavras.

— Bom dia, Sr. André Fernandes.

O Sr. Fernandes virou a cabeça e analisou o outro Luan de costas.

— É esse o menino? — Questionou e se voltou para a psicóloga.

— Sim, é ele mesmo. — Respondeu ela e voltou sua atenção para Gustavo. — E você deve ser o jogador de vôlei, você será o primeiro atleta que atendo, vamos entrando.

O outro Gustavo deu passos pesados para dentro junto com a psicóloga, o André Fernandes deu as costas e começou a andar para a saída.

***

Gustavo observava os olhos da Júlia, quando o seu eu do passado entrou na capela. Viny e Luan se afastaram em algum momento, não chegaram a se despedir.

A psicóloga olhava para o outro Gustavo que permanecia quieto.

— Como você está? — Fez a pergunta padrão.

— Um pouco ansioso por conta dos campeonatos estaduais, fora isso estou tranquilo.

Ela fazia anotações enquanto seu paciente respondia as perguntas.

— E o que te levou a me procurar?

Era a primeira consulta do outro Gustavo.

— Na verdade, foi o meu pai que insistiu. E eu sempre faço o que ele me pede para termos um bom relacionamento.