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A vida de Elleanor desde pequena nunca foi aquele tipo de causar inveja nos amiguinhos da escola, elas não queriam sentar ao seu lado e tão pouco fazer algum tipo de amizade

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A vida de Elleanor desde pequena nunca foi aquele tipo de causar inveja nos amiguinhos da escola, elas não queriam sentar ao seu lado e tão pouco fazer algum tipo de amizade. Mesmo que ninguém a tivesse ensinado, a pequena Ella aprendeu a abdicar de seus gostos para que as outras crianças ficassem perto de si.

Seus pais quando notaram, não pensaram duas vezes antes de lhes chamar atenção, uma verdade sobre os Lewis, eles eram altruístas, porém havia um limite e deixar de ser você mesmo não se enquadra como tal descrição da palavra. Felizmente aquela garotinha aprendeu que não deveria seguir esse pensamento.

Mas diferente do que imaginavam seus pais, Elleanor não pensa tão diferente de quando era apenas uma criança, hoje ela tem algum aprendizado tirado diretamente das amizades fracassadas que teve, e que serviu para lhe deixar mais forte. Ela tinha alguma noção que não era um belo exemplo, mas também não se considerava uma pessoa ruim ou besta, seu único arrependimento era acreditar sempre em qualquer um.

Ter fé na humanidade não deveria ser um problema, mas as pessoas abusam dessa confiança e fazem questão de quebrá-la. A mudança era algo necessário, era um novo ciclo que se iniciava e a vida de Elleanor precisava exatamente dessa virada, sua mãe não entendia por que se mudar para tão longe, a verdade era que nem ela sabia ao certo o motivo.

Elleanor só havia pesquisado sobre destinos mais procurados na internet e logo se apaixonou por aquela pequena cidade, foi como um amor à primeira vista, sentia que precisava sair um pouco de Sydney, deixar velhos hábitos e pessoas para trás.

Enquanto guardava as malas no carro, sua mãe e seu pai terminavam de fazer uma cesta com comida e alguns mantimentos para a viagem, como se ela estivesse indo fazer um piquenique e fosse voltar à noite, eles estavam na cozinha quando Milú passou encostando seu rabo por suas pernas.

— Oi amiguinha, vamos? – Elleanor perguntou, pegando-a no colo.

— Já está na hora? – Sarah disse com um pesar palpável na voz . — Sentirei tanto a sua falta, Ella...

— Vou pôr no banco traseiro, esse neném vai na frente com você, ? – Seu pai perguntou olhando pra gatinha.

— Sim, pai. – Elleanor sorriu para o homem mais generoso que já pode conhecer.

Mudanças são importantes e não seria diferente para Elleanor, é óbvio que sentiria falta de seus pais, afinal eles são as pessoas mais importantes para si. Sentiria saudade de ser abraçada pelos dois sempre que chegava do trabalho na livraria ou das tardes de conversas – leiam-se monólogos – junto ao seu pai enquanto sua mãe cuidava do jardim da casa.

Óbvio que Elleanor entendia perfeitamente aquela preocupação, era normal vindo de um pai tão atencioso como ele, mas algo a fazia ter necessidade de se mudar, querer buscar novos ares, novos desafios, novas conquistas.

De Sydney à Perth eram exatamente 3.933,7 km, ou seja, chão pra caramba, apesar de fazer apenas uma parada, se necessário, e no caso era, pois ela estava viajando sozinha, sem ninguém que pudesse revezar a direção consigo.

Lua de SangueWhere stories live. Discover now