2

538 53 9
                                    

Pela manhã bem cedo os galos começaram a cantar a todo vapor na fazenda e Marilu se remecheu na cama chutando o ar. Acostumada a acordar pelo menos às 6 ou 7 horas da manhã, ela sentiu vontade de jogar o celular na parede quando o pegou e viu que ainda eram 4 da matina.

- Céus! Desse jeito vou ter que passar a dormir mais cedo para conseguir madrugar desse jeito - Dizia coçando os olhos e abrindo a boca.

Depois de um tempo processando aonde estava, ela se sentou na cama e acariciou Georgiana que estava esticada lambendo as patinhas, as duas ficaram brincando um pouco e logo Marilu foi fazer sua higiene pessoal, como ainda estava cedo, ela decidiu tomar apenas um suco e comer um sanduíche, não sentia tanta fome assim.

Escolheu um vestido leve, pois já havia percebido que por ali o calor era constante, calçou um chinelinho e prendeu os cabelos, ao abrir a porta de sua casa ela se deparou com a escuridão do lugar, o barulho de alguns grilos e ao longe o mugido de várias vacas.

- Senhor! Que assustador sair nessa escuridão toda.

Ela estava com medo, não conhecia o local e poderia se perder, já que da sua casa até o casarão era uma distância um pouco considerável, mas tendo em vista que ela viu alguns funcionários caminharem pelo local com cigarros acesos e celulares na mão, ela deduziu que por ali a jornada de trabalho começava antes do sol raiar, então ela não ia fazer feio, pegou a chave da casa e saiu logo fechando a porta atrás de si.

- Mas o que... - Pulou assustada ao sentir algo tocando seus pés e ligou a lanterna do celular vendo Georgiana embolada em sua canela - Menina, você quase me matou de susto - Disse pegando a pequena criaturinha nas mãos - Escute bem Georgiana, esse local é novo, eu não conheço nada por aqui e nem você, por tanto nem pense em ficar andando por aí longe das minhas vistas como fazia no orfanato, eu queria te deixar trancada em casa, mas aí seria maldade de mais, já que não sei como será meu horário de trabalho, então fique quietinha dentro do meu bolso e não nos meta em confusão, por favor - Dizendo isso ela conduziu a bolinha de pêlo para o bolso grande que tinha na lateral no vestido florido e Georgiana se acomodou por lá ficando estranhamente quieta, já que era elétrica a maior parte do tempo, Marilu deu duas batidinhas no bolso e continuou andando confiante.

Para auxiliar em sua caminhada, ela usou a lanterna do celular, vez ou outra se esbarrava com algum funcionário, uns respondiam seu cumprimento, outros a ignorava e continuava a seguir a vida como se ela não estivesse por ali.

Assim que parou em frente ao casarão , Marilu ficou estática na porta, olhou a fachada da casa de cima a baixo com o auxílio da lanterna do celular, até que seu pescoço se inclinou para trás e parecia que na verdade estava olhando para o céu, já que além de grande no quesito comprimento, de altura a casa também não deixava a desejar.

- Então eu quero a porra daqueles gados prontos para serem recebidos em ..... - A porta se abriu de repente e Marilu abaixou o celular na altura dos olhos, mirando a luz em seu próprio rosto sem querer - CARALHO! QUE PORRA É ESSA? - Matt gritou dando um passo para trás assustado com aquela aparição repentina - Que merda, agora essa fazenda deu para aparecer fantasmas? Era só o que me faltava.

Ela não queria ter achado graça, mas acabou rindo da forma como ele se assustou.

- Sou eu, senhor - Ela se aproximou dele de forma rápida com a lanterna bem rente ao rosto - Está vendo? Marilu - Sorriu com todos os dentes do lado de fora e Matt deu outro passo para trás convencido de que aquela moça era estranha.

- Fique longe - Disse passando por ela achando aquilo bem aterrorizante - Que merda está fazendo aqui uma hora dessas, parada em frente a casa como se fosse uma assombração?

Querido Fazendeiro - LIVRO 2 ( MULHERES QUE AMAM )Where stories live. Discover now