D-1 | Fatias de bolo mágicas e felicidade genuína.

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Você me ilumina por dentro
Como o quarto de julho
Sempre que você estiver por perto
Eu sempre pareço sorrir
E as pessoas me perguntam como
Bem, você é a razão pela qual
Estou dançando no espelho e cantando no chuveiro
Shower - Becky G.

Ni-ki estava um pouco melancólico naquele dia. Sempre era um garoto animado e extrovertido, mas durante a aula de Educação Física, ficou visível que não estava se empenhando nem um pouco. A professora – que também estava sendo a juíza da partida de futebol do terceiro ano – sempre gritava para que ele se animasse durante o jogo, mas ele mal estava se importando. Quando fizeram um passe para ele fazer um gol, o garoto simplesmente tropeçou na bola e caiu de costas no chão. Foi um tombo tão besta que ele ficou durante alguns segundos encarando o teto da quadra, raciocinando como aquilo aconteceu enquanto alguns colegas estendiam a mão para ajudá-lo a se levantar.

Pediu para a professora deixá-lo ficar na arquibancada, olhando os colegas, porque não estava se sentindo bem. Como o desempenho dele sempre era bom, a senhora aceitou.

Quando a aula acabou, Ni-ki se dirigiu até o banheiro e se trocou, para depois ir até a sala de aula. Enquanto passava pelo corredor, Heeseung, que era de outra turma, acenou brevemente para ele e o japonês sentiu um nó se formar na garganta.

Durante o intervalo, Mi-sook o encontrou sentado sozinho no gramado, diferente do habitual, que é o achar junto dos amigos. Ela se sentou ao lado dele, sem cerimônia, oferecendo um pouco do salgadinho que comia no lanche, mas ele negou.

A jovem encarou a expressão vazia do amigo e comprimiu os lábios, olhando para as árvores mais à frente. Ela ainda não podia contar para ele sobre o que conversou com sua mãe na noite anterior, teria que guardar segredo, então suspirou.

— Sabe, alguns professores passaram atividades para fazer em casa. Mas fazer sozinha é muito chato, então que tal a gente fazer juntos?

Ni-ki olhou para a amiga, e tocou em seu cabelo. Ela usava duas tranças, e a franja estava solta, dando um ar meigo. Ele sorriu contido.

— Pode ser. — concordou, fazendo a amiga sorrir.

No fim das aulas, Ni-ki e Mi-sook seguiram para a casa do mais velho. Era comum que quase todo dia estivessem um na casa do outro, praticamente viviam juntos, então as famílias nem se surpreendiam, já que era parte da rotina desde quando eram crianças.

A garota chupava um pirulito de morango que tinha comprado no meio do caminho, e Ni-ki a admirava. Quando chegaram em casa, foram direto para o quarto do japonês. Ele largou a mochila em qualquer canto, e se jogou na cama, ao lado de Mi-ki, que o encarava e depois mordeu a ponta de seu nariz, o fazendo rir. A Shin se sentou no chão, e pegou os cadernos, começando a reler o conteúdo e pesquisar na internet para conseguir responder às questões. O japonês a observava da cama, e depois se arrastou até seu lado, observando a pequena tela do celular, enquanto ela estava super focada.

— Sobre o que está estudando?

— Algumas matérias de Biotecnologia. Depois preciso ver sobre Sociedade Sócio espacial. — ela disse, anotando alguma coisa no caderno.

Ni-ki sorriu, e Mi-sook notou que ele não deixava de olhar para ela, então se virou para ele.

— O que foi? — ela tocou o próprio rosto. — Tem alguma coisa no meu rosto?

— Só se for beleza. — ele se aproximou, e roubou um beijo da mais nova, a deixando surpresa. — Desculpa. É que eu te vi toda focada, estudando, e não consegui resistir.

Como em todas as vezes, ela corou e deu um sorriso largo.

Ni-ki resmungou baixinho e se levantou, indo até sua mochila, puxando um caderno com a capa rabiscada, voltando a se sentar, dessa vez, com um pouco de distância da Shin. Em alguns minutos, ele estava totalmente absorto na matéria que até se esqueceu do porque estava triste, mas depois de algumas horas, começou a se sentir cansado.

CATástrofe | Nishimura RikiWhere stories live. Discover now