𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟎𝟏

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97 DC

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97 DC

Narrador

Enquanto a pequena Rhaenyra nascia nos aposentos do castelo, uma grande tempestade desencadeava sua fúria lá fora. Raios cortavam o céu escuro, acompanhados pelo estrondo ensurdecedor dos trovões, como se os próprios deuses estivessem anunciando o nascimento da futura herdeira dos Targaryen com uma demonstração de poder.

Quando os grandes olhos violetas se abriram, a jovem ômega lúpus Aemma experimentou uma felicidade única, uma bênção imaginada em toda a sua vida após tantas crianças perdidas. A rainha já tinha desistido da esperança, mas ali estava a sua pequena e rechonchuda Rhaenyra, como uma luz brilhante em meio à escuridão da tempestade. Lágrimas não puderam ser contidas quando a pequena criança a encarou, seu choro mesclando-se com o rugido dos ventos e a batida das gotas de chuva contra as janelas.

Contudo, a garotinha em seus braços apresentava um semblante fechado e ríspido. Maegor, agora recém-nomeado Rhaenyra, consumida pelo desejo de amaldiçoar os deuses diante daquela situação, viu-se incapaz de proferir palavras de insulto. Em vez disso, apenas um choro desesperado ecoava de sua boca, persistindo até que ela perdesse a consciência. O destino de Rhaenyra estava selado naquela noite tempestuosa, marcado tanto pela grandeza quanto pela adversidade que aguardava a jovem princesa.

A princesa logo foi retirada dos braços da mãe; Aemma havia perdido muito sangue, a jovem ômega sempre foi frágil. Rhaegar pegou a pequena criança e a retirou do quarto da prima, que era tratada pelo meistre. A ômega passou os próximos dias inconsciente, sempre sob o efeito do leite de papoula. Durante esse tempo, o rei Viserys não se aproximou de sua primogênita. O alfa tinha ressentimentos; ele estava à espera de um herdeiro, e a dúvida pairava sobre ele. Talvez devesse ter escolhido alguém mais forte. Mas diferente do irmão, Rhaegar esteve sempre junto de Rhaenyra, cuidando e observando a pequena Targaryen.

Enquanto isso, nos corredores do castelo, sussurros se espalhavam como sombras na noite. Rumores sobre a saúde da rainha e a fragilidade da herança do trono resciam em cada canto, alimentando a intriga e a incerteza entre a corte. A ausência do rei Viserys apenas intensificava o murmúrio de descontentamento e especulação.

E enquanto o rei se mantinha distante, Rhaegar dedicava cada momento disponível a Rhaenyra. Seus olhos violeta, tão semelhantes aos da criança, observavam atentamente cada movimento da pequena princesa, como se buscasse algum sinal do destino que os aguardava. A lealdade do ômega em relação à sua sobrinha parecia inabalável.

Os primeiros anos de Rhaenyra se desenrolaram como borrões na memória. Recordava-se vagamente de coisas, mas uma sensação constante de que algo estava faltando a acompanhava. O tecido das lembranças era entremeado com uma névoa, deixando-a inquieta, em busca daquilo que escapava aos limites de sua memória, como se algo estivesse perdido por muito tempo.

No entanto, a densa neblina se dissipou quando a jovem princesa voou aos céus pela primeira vez em sua dragão, nomeada Syrax em homenagem a uma antiga deusa valiriana.

104 DC

Sob a luz da lua que banhava a ala dos dragões, Rhaenyra avançava com determinação na direção de Syrax. A majestosa criatura, com suas escamas resplandecentes, repousava imponente no recinto. Os olhos violetas da princesa reluziam com uma determinação feroz, cada passo ecoando no silêncio do fosso.

Rhaenyra estava proibida de visitar Syrax desde o incidente em que tentou reivindicá-la; seus pais justificavam que ela ainda era jovem demais e que deveria esperar até o despertar do seu "Segundo Gênero", além do fato de que o dragão era grande demais para uma criança de sete anos domar. Para chegar até o fosso, a princesa teve que chantagear alguns guardas.

Ao alcançar Syrax, Rhaenyra estendeu a mão com confiança, como se pudesse sentir a energia pulsante entre ela e a dragão. A ligação entre ambas era palpável, transcendendo uma simples relação de domínio. Os olhos de Syrax se abriram, revelando um brilho intenso, reconhecendo a presença na sua frente.

Em um gesto destemido, Rhaenyra acariciou suavemente as escamas de Syrax. Um entendimento silencioso parecia desenrolar-se entre ambas, como se o destino as tivesse unido de maneira incontestável.

- Jemēle ñuha jemagon! - ressoou a voz de Rhaenyra, preenchendo o espaço ao redor. (Tradução: Você se tornará minha!)

A princesa soltou as correntes que prendiam a jovem dragão e dirigiu-se à saída do fosso, com Syrax a seguindo.

Do lado de fora, Rhaenyra acariciou novamente Syrax e se preparou para montar.

- Kesīr zōbrie! - expressou Rhaenyra, tentando acalmar a fera que se balançava sob ela. (Tradução: Tenha calma!)

Quando Rhaenyra se posicionou, segurando-se nas escamas do dragão, ditou o comando que levaria a besta aos céus.

- Syrax jin! - ordenou, e a majestosa criatura alçou voo pelos céus. (Tradução: Syrax, voe!)

Pela primeira vez, Rhaenyra se sentiu inteira. No profundo elo formado com o dragão, memórias do passado ressurgiram. Recordou-se de si mesma, Maegor Targaryen, o Cruel, das conquistas, do medo que provocava, da incrível sensação, mas também da sua morte e traição, e, mais crucialmente, da segunda chance que recebeu.

Ao regressar ao castelo, Rhaenyra trancou-se em seu quarto, ignorando os apelos insistentes de seus pais, que buscavam entender que a criança havia feito.

Sua mente era uma tempestade turbulenta, Rhaenyra estava ciente de quem era, mas descobri de repente que já fora o maior tirano da história de sua família, alguém que conquistou tudo o que desejava, e agora estava aprisionada no corpo de uma garotinha, era uma verdade difícil de assimilar, um labirinto de emoções e conflitos internos, onde as memórias de Maegor Targaryen e a sua vida como Rhaenyra se entrelaçavam, desafiando-a a encontrar um equilíbrio entre dois mundos.

No meio da sua angústia, uma onda de raiva tomou conta da jovem. Rhaenyra, impulsionada por uma fúria intensa, lançou objetos ao redor do quarto, gritando contra os malditos deuses que a deixaram nessa condição.

Ninguém ousava entrar no quarto da princesa. Quando a mesma havia dispensado os próprios pais de maneira rude, exigindo ficar sozinha, sua raiva pairava como um escudo impenetrável. Até mesmo os servos mais corajosos evitavam se aproximar, temendo a ira da jovem princesa.

Enquanto isso, Syrax, se debatia no Fosso dos Dragões, como se também sentisse a fúria da sua montadora. Seus rugidos ecoavam pelos corredores sombrios do fosso.

Após acalmar-se, Rhaenyra vislumbrou uma oportunidade única. A partir daquele momento, ela decidiu encarar a dura realidade que lhe fora proposta, determinada a moldar seu próprio destino.

 A partir daquele momento, ela decidiu encarar a dura realidade que lhe fora proposta, determinada a moldar seu próprio destino

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𝑶 𝑴𝒂𝒖 𝑹𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒈𝒊𝒅𝒐Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz