QUATRO: ESSA É MINHA DEIXA

1.7K 206 268
                                    

CAPÍTULO QUATRO: ESSA É MINHA DEIXA.

MÚSICA: FODA QUE ELA É LINDA - 3030

🎤

Encarando o teto de seu quarto, as lembranças da noite anterior percorriam a mente de Harry como ceifadores caçando os escassos respingos de paz ainda sobreviventes. É certo que os planos ocorreram alheios à sua vontade, arrancaram sua paz de dentro do peito, como se tratassem de ervas daninhas que necessitavam ser extraídas a qualquer custo.

Louis assombrou sua paz. Embora tenha lhe rebaixado e exposto, Harry ainda sentia-se estupido pela cena feita. Por um momento desejou voltar no tempo e apenas recusar a proposta de Louis para entrar no camarim, quem sabe o simples e pacato ato preservasse sua paz. Se sentia pior do que antes de pisar no festival, muito pior.

Para o seu próprio bem, levantou-se da cama e caminhou direto para o chuveiro. Mais alguns pensamentos dominaram a mente insegura de Harry, enquanto se permitia ser encharcado pela gélida água que escorria do chuveiro. Parecia meio confuso, tentando entender se teria coragem para abrir as redes sociais e encarar as consequências de sua brincadeira, de ter provocado alguém como Louis, com maior apoio e menos noção de seus atos.

Após realizar as tarefas matinais, alcançou o celular e caminhou até a sala em busca das chaves. Talvez pudesse encontrar um restaurante aberto pelas redondezas, era próximo ao meio dia. E Harry teria seguido seu caminho, sem ao menos dar importância a qualquer notificação em seu celular, se não fosse pela ligação que recebera instantes após pôr seus pés no corredor do andar.

O nome de um amigo próximo estava na tela.

— Pode falar — pôs o celular entre a orelha e seu ombro, para que pudesse trancar a porta da sala.

— Que história foi essa de fora no Louis Tomlinson? — ouviu a voz de Chefin no outro lado da linha. É claro que daria conta do ocorrido, provavelmente algumas das ligações acumuladas em seu celular eram do rapper.

Lucas apenas o deixou no apartamento e voltou para o Alemão.

— Bom dia pra você também, Cauã — revirou os olhos. Guardou as chaves no bolso e caminhou para o elevador. Nada o impedia de caminhar um pouco no calçadão, ele gostaria de tirar um tempo aquele dia para poder correr na praia. Um pôr do sol no fim de semana não era para se recusar.

— Pô, desde quando você anda com o Tomlinson? Esqueceu de me contar que é amigo dele? — Chefin não era um amante de Louis, ou mesmo simpatizava com o rapper. Era mútuo, pelo que entendeu.

— Negócios com a gravadora, o mesmo que a MainStreet tem com outros grupos por aí. Não somos amigos, a gente só se conheceu, conversamos um pouco e rolou uma situação nos bastidores do festival ontem. Por que quer saber? — este se encostou na parede em frente ao elevador.

— Tá saindo com ele?

— Não. Acho que ficou claro quando ele disse que eu dei um fora nele no camarim — só de lembrar, sentia o seu corpo pulsar em vergonha.

— Não é o que as páginas de fofoca estão comentando. Você bateu um milhão com a notícia toda e o Louis te seguiu no Insta-

— Eu bati um milhão? — interrompeu a frase abruptamente. Como poderia ter acontecido tão rapidamente seu ganho de quase cem mil seguidores em uma madrugada? Ele esperava levar o mês inteiro para atingir aquela meta, sequer deu a seus seguidores bom conteúdo do festival.

— É o que eu vi no teu perfil.

— Posso te ligar mais tarde? Tem outra ligação entrando e é urgente — antes que houvesse alguma resposta, desligou tal chamada para abrir seu Instagram. Como dito por Chefin, ele não somente havia atingido os um milhão, como já estava um tanto próximo de chegar aos um milhão e duzentos mil. Não havia como raciocinar todo aquele ganho apenas pela madrugada.

tudo nosso Where stories live. Discover now