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SETE: VANESSA

CAPÍTULO SETE: VANESSA.

MÚSICA: TÁ OK - MC KEVIN O CHRIS

🎤

— Oi, família — como um furacão desgovernado, Harry invadiu a sala de estar de sua casa no Alemão. Estava exausto e as roupas formais pesavam em seu corpo, o sol castigando o Rio de Janeiro era apenas um adendo à situação crítica. Ele atirou a bolsa no sofá e a mesma caiu no colo de Lucas.

Seu irmão resmungou algo, o olhar desviou do jogo na televisão para analisar o acessório em seu colo. Uma bolsa que de fato custava bastante, de uma marca que havia visto comentarem nas redes sociais. Gucci.

— Desde quando você usa bolsa?

— Desde quando descobri que bolsos não são grandes o suficiente para levar todos os meus pertences e pochetes são as coisas mais feias já inventadas pela humanidade — encolheu os ombros, encostando-se na parede ao lado da televisão. O olhar atento procurou pelo pai em todos os cantos — onde tá meu divo?

— Chegando, ele foi comprar uma Coca e um churrasquinho para você almoçar — deixou a bolsa de lado.

— Vocês almoçaram o que? — soou curioso.

— Pizza, hoje é domingo — ah, claro. Domingos eram dias reservados para bailes, corridos demais para gastar tempo se sentado na laje para assar carne e beber cerveja. Tais momentos eram reservados aos sábados — como foi sua reunião?

— Produtiva — sorriu, animando-se com a mudança de assunto. No dia anterior, encontrou-se com Oli, melhor amigo de Louis, e ouviu a proposta do homem para agenciá-lo. Bem, havia uma boa liberdade e a porcentagem que destinaria a ele era razoável, com benefício de receber orientações de quem realmente entendia do assunto.

Hoje encontrou-se novamente com ele para assinar o contrato. A conversa fora descontraída e promissora, eles teriam uma nova reunião durante a semana. Louis ficou bastante feliz por si, era um avanço em sua carreira na internet. Poucas eram as marcas que aceitavam contratos com alguém sem qualquer representação. Além do mais, Oli disponibilizou um assistente e stylist para Harry, aquilo que realmente precisava para o momento.

— Acho que vamos ter uma reunião durante a semana, ele quer conversar sobre estratégias novas para alavancar o meu alcance. Talvez eu mude um pouco de conteúdo, traga algo mais interessante que o dia a dia — contou com ânimo.

— Isso é legal e você está feliz, então é um bom caminho. Contou ao Louis?

— Liguei para ele ontem, depois que a reunião encerrou. Ele disse que minha carreira estava em boas mãos e que deveria ligar para ele caso precisasse de alguma ajuda ou sanar dúvidas — é claro que estava suspirando como bobo. Entre ele e Louis as coisas estavam indo muito bem.

Depois de seu beijo, na quinta, pareciam estar na exata sintonia. Louis o ligou naquela mesma noite, conversaram um pouco a respeito do ocorrido se repetir e como havia gostado do ato inusitado de Harry. Decidiu que seria bom chamar Louis para o baile de domingo, hoje. Não teria como se contentar com mensagens de duplo sentido e a voz tentadora só por áudio.

E é claro que Louis aceitou vir.

A mídia seguia especulando sobre eles, embora com menos ferocidade que há algumas semanas. Embora as fotos com o garçom no bar tenham rendido teorias, evitou postar qualquer foto ou vídeo de sua ida à casa de Louis, o que abafou a situação o suficiente para achar uma boa ideia convidar o rapper para o baile em sua comunidade.

— O Louis é diferente do que eu imaginava — pensou alto. É claro que Lucas havia perdido interesse no diálogo, pois o jogo lhe parecia bem mais interessante. Mesmo assim, seguiu com o pensamento — ele é bonito e divertido, como eu imaginava antes de ter qualquer contato com ele, mas não sabia que ele tinha uma personalidade tão incrível. Me sinto arrependido de pensar mal sobre ele, embora tenha sido um idiota comigo, eu tenho minha parcela de culpa. Ao menos eu tô podendo conhecer quem ele realmente é.