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—Cê não vai competir! — bateu o pé no chão do deck e tirou as chaves do jetski da minha mão.

— Eu sou sua melhor competidora, amor! — retruquei, quando desci as escadas atrás dele. — Se não me colocar lá, você não vai ganhar!

Estávamos no deck, próximo a oficina, Tej já havia voltado a organizar as corridas de carros e jetski. Hoje, inclusive, é dia de corrida com jetski e ele não quer me deixar competir.

— Meu amor, minha princesa, minha vida...se abaixou até seu rosto ficar na mesma altura que o meu e segurou meu rosto — Você está grávida, não vou deixar você arriscar a sua vida e a vida do nosso brotinho, naquele jetski.

Bufei irritada e levei uma das mãos até a barriga avantajada pelos três meses de gestação. Tej também levou sua mão sobre a minha e alisamos a barriga juntos, me fazendo sorrir.

— Então, eu quero muitos doces como consolação por não poder competir! — murmurei, manhosa e ele sorriu.

— Te compro uma loja! — exclamou, e me deu um beijinho.

Tej se abaixou a minha frente e deu um beijinho em minha barriga — O papai ama você, brotinho!

— Acho que vamos ter dificuldade para escolher o nome, já que estou me acostumando tanto com brotinho...— comentei enquanto Tej ainda alisava carinhosamente minha barriga.

— Se for menino, tem que se chamar Roman!

Ouvimos uma voz conhecida e quando nos viramos, nos deparamos com Roman Pearce cheio de sacolas nas mãos vindo em nossa direção.

— Não brinca?! Você veio! — exclamei animada e ele se aproximou, largando todas as sacolas sobre Tej e me abraçando.

— Eu disse que viria! — murmurou e desfez o abraço, logo após cumprimentando Tej.

— Espero que o bebê puxe a Summer, porque coitado dele se puxar essa sua cara feia!

— Espero que você nunca reproduza, porque se alguém vier com essa sua mesma cara, coitado!

— Parem de ofensas perto de mim, por favor! O bebê escuta tudo! — alisei a barriga e os dois me olharam com pedidos de desculpas.

-

— Por que você trouxe uma bicicleta para o meu bebê? — franzi o cenho ao ver alguns dos presentes que Roman trouxe.

— Porque a primeira bicicleta vai ser a do tio Roman. — balançou os ombros de maneira óbvia.

— Mas ainda tá longe dele nascer!

— Não importa, Summer! Uma hora ele vai usar isso tudo.

— Ou ela. — Tej exclamou, erguendo os ombros.

— Que? — Roman e eu perguntamos juntos.

— Pode ser uma menina.

Ponderei a ideia e balancei a cabeça em concordância, enquanto os outros dois entravam em uma pequena discussão. Como sempre.

Eu havia contado da gravidez para todos da família. Um por um. Fiquei triste por vir em um momento que todos estão distantes, mas me animei assim que vi Roman chegar.

Ele havia me dito que viria para Miami, alegando que queria acompanhar a gestação e o nascimento do neném.

Meu medo era não ter uma boa rede apoio, além de Tej, mas me surpreendi ao ver o piadista tomar o papel de tio babão e querer acompanhar tudo.

Brian tinha dito que viria me ver assim que possível, ele ficou tão feliz ao telefone, mas acredito que vá demorar. Não posso cobrar que ele faça como Roman e esteja aqui até o fim da gravidez, até porque ele tem uma família agora.

Ele encontrou o seu amor e criou uma família, com dois filhos, se aposentou dessa vida louca e vive bem e tranquilo na praia. E eu fico imensamente feliz e satisfeita ao vê-lo, pela primeira vez, em segurança.

— Vocês são bestas! — ouvi dizerem e saí de meus devaneios, balancei a cabeça e sorri ao ver Suki vindo em minha direção com uma sacola em mãos.

— É um lanchinho pra mim? — perguntei animada, ao sentir meu estômago se alvoroçar.

— Não, é um presente para o neném. — respondeu sorridente e eu não pude evitar de sorrir também, ao abrir a sacola era um par de sapatinhos brancos.

Hiper delicados.

— Não precisava, Suki! Muito obrigada! — fiz beicinho e a abracei.

— Claro que precisava! Meu afilhado tem que andar no estilo.

— Seu afilhado? — Roman se intrometeu a conversa. — Não, linda, MEU afilhado.

— Começou. — Tej murmurou, ao me puxar para longe da briguinha dos dois. — Tá com fome, amor?

— Morrendo de fome, príncipe! — choraminguei, passando a mão pela barriga.

— Vou cozinhar pra você. — ditou e descemos para a cozinha, já que estávamos no quarto do neném. — O que quer comer, madame?

— Arroz, frango e batata frita.

— Você tem que comer saudável, Summer!

— Você não disse que queria nosso neném gordinho? Pois bem, assim ele vai nascer bem rechonchudo e gordinho!

Tej riu e balançou a cabeça concordando, começando a fazer a comida do jeito que eu queria. Roman e Suki não demoraram a se juntar a gente, ainda discutindo um pouco.

— Parem de brigar perto de mim! — exclamei cansada e eles pararam no mesmo instante, se olhando feio e sentando ao meu lado na bancada da cozinha.

— Ei, e a nossa comida? — Roman perguntou quando Tej pôs meu prato cheio a minha frente.

— Estou alimentando a minha mulher e o meu bebê. Você tem duas mãos, então as use pra fazer sua comida. — Tej comentou e os dois embalaram em outra discussão.

— Parem de brigar, que saco! — murmurei e peguei meu prato, indo para a sala assistir televisão.

— Eles parecem duas crianças, tá maluco! — Suki murmurou, vindo atrás de mim. — Cresceram só em tamanho, nao é possível.

— Daqui a pouco eu jogo o prato na cabeça deles, assim eles viram gente rapidinho!

— Acho que nem isso vai funcionar...— olhamos para a cozinha e os dois ainda mantinham uma discussão boba, a nível de quinto ano do fundamental.

— Essa é a sua família, brotinho...ela é bem anormal. — conversei com a barriga, enquanto a alisava sobre o vestido.

— Quem é normal nos dias de hoje? — Suki perguntou e eu ponderei a pergunta.

Ninguém.

MINA RALÉ - TEJ PARKER Where stories live. Discover now