Quadragésimo Quarto Capítulo: Ritual.

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__ Vamos tomar o café antes que esfrie!

Minha mãe avisou saindo da posição que estava antes para a foto em tom de preocupação seguindo para a sala de jantar, meu pai seguiu até a bancada pegou a câmera verificando o aparelho e então seguiu até nós exibindo o resultado da foto todos nós gravados na tela sorrindo de forma radiante que ficaria gravado tanto na memória fotográfica quanto em em minhas lembranças.

Minha mãe gritou em ordem para que fôssemos tomar o café então nós seguimos até a sala de jantar a minha vó caminhou ao lado de Namor enquanto conversavam sobre o vilarejo, ele fez questão de arrastar a cadeira da cabeceira e ajudá-la Nikté sentou grata pelo gesto de gentileza, minha mãe estava na cadeira lateral da mesa.

...

Eu arrastei e sentei na cadeira de frente para a minha mãe e Namor sentou ao meu lado eu observei o meu pai orgulhoso do seu feito percorri os olhos pela mesa encontrei uma pequena cesta com várias tortilhas de milho recém saídas do forno, um bule de chá de cacau e outro com elixir de chocolate o que remetiam a nossa ascendência junto com tâmales fritos.

Tinha também carne de porco cozida ao molho de abacate picante e um saboroso Dzotobehcay, era uma espécie de pamonha salgada mas era feita com folhas de chaya misturadas a massa do milho enfeitado com sementes de abóboras e molho de tomate agridoce.

Meu pai Sak pegou cada um dos nossos pratos colocando porções generosas das comidas e entregou para cada um depois se serviu já Namor decidiu que serviria os exilires de chocolate nas xícaras de todos menos em minha xícara já que elixir continha teor de álcool então ele colocou um pouco de chá de cacau.

Então todos nós começamos a comer, a primeira garfada que experimentei constatei que a comida estava tão deliciosa e nostálgica, senti tanta falta quando estive longe eu olhei de relance para todos á mesa mas fixei meus olhos em Namor era quem mais apreciava a comida, de olhos fechados e pequenos gemidos de satisfação.

__ Fique a vontade para poder se servir mais. __ Minha mãe comentou para ele que assentiu e ela olhou para o meu prato. __ Se alimente bem, querida. Veja o exemplo de meu genro. __ Minha mãe me provocou.

Namor apenas piscou para mim de forma provocativa enquanto se servia com porções generosas de cada comida voltando a comer as garfadas que levava a boca retornei ao meu prato saboreando e depois tomei um gole do chá de cacau depois de algum tempo retornaram as conversas triviais e barulhos de mastigação.

__ Acho que precisamos conversar mais sobre vocês. __ Minha mãe pronunciou franca para nós dois. __ Rosa me contou como vocês se conheceram e foi um enorme choque saber que é o nosso deus Kukulkan e que habita o reino perdido. __ Ela explicou seu tom incisivo demonstrava o seu interesse em saber. __ Como você surgiu?

__ Meu povo surgiu em meados do século dezesseis após a invasão dos espanhóis muitos ficaram doentes ou foram escravizados e os que fugiram restaram perecer até que o xamã teve uma visão que levou o nosso povo até Talokan.

Ele contou sobre a sua vida durante esses anos de forma breve encurtando detalhes que tinha confesso para mim, a minha mãe parecia surpresa em saber que ele tinha centenas de anos e que havia um reino com pessoas iguais a Namor.

...

Não demorou muito para terminarmos o maravilhoso café da manhã eu decidi que ajudaria na cozinha já foi um enorme privilégio ter o meu pai preparado as iguarias e a minha mãe responsável pela organização era o mínimo a se fazer apesar de minha mãe negar eu fiquei responsável em lavar os pratos.

Segui os meus olhos até Namor sorri observando que ele recolhia os pratos sobre a mesa entregando para mim apesar de muita insistência de minha mãe reclamando que não precisava ele decidiu ajudar agora os mais velhos se encontravam na sala de estar a televisão estava ligada era perceptível o barulho de vozes passei a esponja em um dos pratos quando senti braços ao meu redor.

El Niño Sin Amor- NAMORWhere stories live. Discover now