Capítulo 5 | Jogar

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Amélia

Abro meus olhos sentindo meu corpo gelado, mais gelado que o... eu estou no chão ?, sem lençóis e o ar-condicionado desligado.

Ainda no chão com a mente acordando do sono movo os braços pra me espreguiçar, viro o rosto pra o lado direito e meu rosto encosta no sapato de Tyler, ele me viu no chão e não me pôs na cama ?!.

Tyler está com os braços cruzados olhando pra frente inexpressivo, seus braços são fortes, provavelmente ele malha, suas mãos são enormes além de grossas, rígidas, pesadas, acho que estou pensando demais.

Seu uniforme é quase todo preto, seus ombros largos, seu maxilar está trincado, seu olhar é penetrante que agora estão fixos na janela do meu quarto.

Apoio as duas mãos no chão gelado e me ergo aos poucos, porém antes que eu terminasse de me levantar Tyler cobre o meu pescoço com o pé que estava perto do meu rosto, ele pressiona um pouco pra baixo, o desespero começa a subir pelo meu corpo recém acordado.

- Você está louco ? - Seu pé é pressionado na minha garganta o suficiente pra me deixar sem ar, levanto as mãos pra cima e balanço desesperada, sinto meu rosto queimando, meus olhos lacrimejando pela busca de ar.

Tyler me olha com desgosto e retira o pé de cima do meu pescoço relando a sola do sapato sobre minha pele como se eu fosse um tapete.

Me levanto apressadamente, me sento na cama aínda recuperando o fôlego, toco meu pescoço sentindo os arranhões causados pelo sapato de Tyler.

- Vai tomar banho e deixa de drama, você merece muito mais. - Se ele pensa que manda em mim ele está muito enganado, eu não obedeço ordens de ninguém.

- Eu não vou agora. - Falo olhando de cima pra ele, no canto dos seus lábios se forma um sorriso perverso.

Sinto algo quente escorrer pela minha perna, minha menstruação ?, péssima hora se for.

Me levanto indo correndo pra o banheiro, Tyler entra em seguida.

Ligo o chuveiro, jogo minha camisola suja no chão do banheiro.
Não era menstruação, era um líquido, talvez eu tenha pensado muita... safadeza mas estou de tpm mesmo assim e eu odeio ficar de tpm por que fico sensível com tudo.

Tyler está virado pra frente da porta mas mesmo assim me envergonho, ele é horrível e o odeio mas ele não deixa de ser um homem atraente.

Tomo meu banho, quando Tyler ver que eu terminei ele sai do banheiro.
Saio do banheiro enrolada na toalha, visto a calcinha e um vestido simples.

Volto a sentar na cama, meus pensamentos ao passado voltam é sempre assim quando fico sensível, e agora eu já sei o que está por vir.

Encosto as costas na cabeceira da cama, encolho minhas pernas e as seguro com os braços.
Minha mente volta há 11 anos atrás, quando meu pai viajou a negócios e precisou ficar fora alguns meses, minha mãe nunca gostou de mim desde quando eu nasci, nesse dia eu cheguei da escola e ela estava lá, no meu quarto, com um cabo de vassoura nas mãos, eu fiquei calada por que já sabia o que estava por vir, e o pior de tudo isso, é que eu não podia fazer nada, não tinha como me defender, nem como correr, nem pra quem ligar, eu não tinha amigos, colegas, eu sempre fui extrovertida mas por nascer com "boas condições" as outras crianças me deixavam de canto por que existia uma fama de que crianças riquinhas são chatas, mas eu não era assim, quando eu tentava me aproximar saíam antes mesmo de mim sentar perto delas.
Minha mãe me olhava com nojo, na medida que ela se aproximava segurando o cabo de vassoura eu começava a chorar, gritar, implorar.

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⏰ Last updated: Mar 13 ⏰

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O guarda costas Where stories live. Discover now