CENTO E QUINZE

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GABRIELA|📍Goiânia-GO, mesmo momento

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GABRIELA|
📍Goiânia-GO, mesmo momento.

Não acredito no que estou vendo mesmo. Ele acha que eu vou virar uma marionete e fazer o que ele quer na hora dele? De jeito nenhum!

Só se eu nascer de novo!

A vontade que eu estava de ficar aqui, passou. Passou num piscar de olhos.

— Não vou ficar aqui. - falo, pegando minha bolsa.

— Calma amiga, eu vou com você. Deixa eu só pagar a conta. - ela levanta e o garçom vem até a gente.

— Não, eu pago. - ela nega mas acabo pagando no pix. Rápido e prático. Só quero sair daqui. — Depois a gente resolve isso, vamos.

— Obrigada, moço. - Clara agradece por nós e saímos do barzinho.

Parece que eu estava prendendo a respiração e somente quando sair pude respirar.

— Véi, que ódio! - passo a mão no rosto.

— Estou tentando entender qual foi a do Hugo agora. - Clara diz, ao entrar no carro.

— Eu não quero nem ouvir o nome dele. - falo, deixando as lágrimas caírem.

— Ai Gabi... não gosto de te ver assim. - passa a mão no meu cabelo. — Ele vai ter que se explicar. Ô' se não vai!

— Não. Não quero saber do Hugo. Não quero ouvir a voz do Hugo. Não quero ter nenhuma relação com Hugo. - falo, enxugando as lágrimas que insistem em cair.

— Amiga, você está grávida. Um bebê está crescendo aí dentro de você. E ele é o pai. - fala, e eu respiro fundo. — Uma ligação eterna de vocês.

— E se eu não quiser? - pergunto.

— Você não pode privar a criança de conviver com ele. - ela responde e eu fico em silêncio. Clara tem razão. — Isso é a raiva. Respira, fica calma e aí você pensa sobre isso.

— Tá certo. - respondo baixo, que quase sai como um sussurro. Ela foi dirigindo e quando voltei a prestar atenção no caminho, já tínhamos chegado na casa dela.

— Você quer ir para sua casa ou quer ficar aqui? - pergunta, preocupada.

— Eu vou para casa. - falo, depois de um longo caminho em silêncio.

— Tem certeza, amiga? Estou preocupada com você. - ela fala.

— Tenho. Assim que chegar em casa eu te aviso. - forço um sorriso.

— Então tá. Me liga mesmo, viu? Por favor. - pede, e me abraça.

— Eu fui burra. Como eu fui burra! - passo a mão no rosto.

— Você não foi, amiga. - ela segura em minha mão e faz um carinho ali. — Você aproveitou cada momento. Aconteceu? Aconteceu. Ele que fez a merda, não você.

— Eu acreditei nele. De novo. Eu acreditei nele! - falo, repetindo.

— E você não errou nisso. Até eu achei que agora ele ia tomar juízo. - fala, revirando os olhos. — Vocês conversaram sobre alguma coisa? Porque assim, do jeito que o Hugo estava lá na viagem não dava para imaginar que ao chegarmos aqui o querido iria fazer isso. - fala.

— Como eu te falei lá no barzinho: o Hugo tinha pedido para que eu ficasse na casa dele, passasse a noite lá, e no outro dia ele me levava. Disse que não tinha motivo para eu ficar e que ele poderia estar indo rápido demais. - explico.

— E ele? - pergunta.

— Ele ficou chateado, sei lá. Disse que não foi porque aconteceu essa aproximação que a gente voltaria da noite para o dia e muito menos na hora que ele quiser. E que se realmente tiver que acontecer, vai acontecer. Caso contrário, cada um segue seu caminho. Depois disso não falou mais nada e ficou um clima chato na casa dele. - continuo explicando.

— Ele entendeu isso como um "não". Que vocês não voltariam. - explica.

— O problema é dele. Em nenhum momento eu cheguei e falei: "não, não vamos voltar. Segue seu caminho que eu sigo o meu". E outra, eu jamais teria transado com ele. - digo, irritada.

— Eu sei! Só que é cabeça de homem. Acha que eles pensam? - pergunta, e rimos.

— Ele pelo menos poderia sentar e conversar, não fazer isso. Agora aquela porra parou num site de fofoca e aí depois tem isso... eu saio como nessa história? A trouxa? A otaria? E eu falei para ele que eu não queria isso. Tinha medo de descobrirem minha gravidez e soltarem a notícia antes de mim. - falo, passando a mão nas pernas.

— Também acho que ele deveria ter conversado, mas como eu falei: homem não pensa. - diz.

— Obrigada por tudo! - falo, segurando as lágrimas que insistem em cair.

— Não precisa agradecer. Sempre estarei aqui por você...por vocês! - coloca a mão em minha barriga e eu sorri.

— Obrigada. - entro no carro e dirijo em direção a minha casa.

Mil coisas estão passando em minha mente. Partes do momento em que vi Hugo ali voltam em minha mente e me permito chorar. Aqui só está eu e o meu bebê. Só a gente.

Não sei como cheguei em casa, mas o importante é que cheguei. Vi que estava tudo escuro, os quatro já devem estar dormindo. Demorei tanto assim ou eles que deram para dormir cedo agora?

Fui para meu quarto e antes de tomar um banho, mandei uma mensagem para Clara antes que ela pare no hospital. Lembro que ao sair de lá a bichinha ficou toda preocupada. Não quero que ela caia durinha.

Exagerada? Sou.

Eu quero que o Hugo e aquela mulher se fodam! Por mim, cancela tudoooooo.

Que ódio! Que ódio de mim.

Sem comentários

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Sem comentários... Bom sábado! 😮‍💨😮‍💨😑

MEU NÚMERO | HUGO VEZZANIWhere stories live. Discover now